segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Despertar dos Mágicos (10). E que ele poderia tomar conhecimento de tudo o que se passa no Universo


Entre o seu poder e os poderes há um mal-entendido. Entre o que ele próprio arrisca e os riscos a que submete o mundo, só um incrível cobarde poderia hesitar.

Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL

Kourchatov quebra a ordem de silêncio e revela o que sabe aos físicos ingleses de Harwell. Pontecorvo foge para a Rússia, para aí prosseguir a sua obra. Oppenheimer entra em conflito com o seu governo. Os atomistas americanos tomam partido contra o exército e publicam o seu extraordinário Boletim: a capa reproduz um relógio cujos ponteiros caminham para a meia-noite cada vez que uma experiência ou uma descoberta temíveis caem nas mãos dos militares.
Eis o meu vaticínio para o futuro, escreve o biólogo inglês J. B. S. Haldane: aquilo que não foi será. E ninguém está protegido! A matéria liberta a sua energia e o caminho dos planetas abre-se. Semelhantes acontecimentos parecem sem paralelo na história. Vivemos um momento em que a história retém o fôlego, em que o presente se desliga do passado assim como o iceberg quebra os laços que o prendiam às falésias de gelo e desliza sobre o oceano sem limites. (Arthur Clarke: Les Enfants d'Icare (Gallimard).
Se o presente se desliga do passado, trata-se de uma ruptura, não com todos os passados, não com os passados que atingiram a maturidade, mas com o passado recém-nascido, quer dizer, com aquilo a que chamamos a civilização moderna. Esta civilização saída da efervescência das idéias na Europa Ocidental do século XVIII, que desabrochou no século XIX, que espalhou os seus frutos pelo mundo inteiro durante a primeira metade do século XX, está prestes a deixar-nos. Sentimo-lo a cada instante. Estamos na época da ruptura. Ora nos apresentamos como modernos atrasados, ora como contemporâneos do futuro. A nossa consciência e a nossa inteligência dizem-nos que são coisas completamente diferentes.
As idéias sobre as quais a civilização moderna assentou estão gastas. Neste período de ruptura, ou antes de transmutação, não nos devemos admirar muito se o papel da ciência e a missão do sábio sofrerem profundas alterações. Quais serão essas alterações? Uma visão oriunda de um passado longínquo pode permitir-nos esclarecer o futuro. Ou, mais precisamente, pode refrescar-nos a vista para a pesquisa de um novo ponto de partida.
Num dia de 1622, os parisienses descobriram sobre as paredes da sua cidade certos cartazes assim redigidos:
Nós, delegados da agremiação principal dos Irmãos da Rosa-Cruz, fazemos uma estada visível e invisível nesta cidade, pela graça do Altíssimo, em direção ao qual se dirige o coração dos Justos, a fim de libertar os homens, nossos semelhantes, do erro mortal.
O assunto foi considerado por muitos como uma brincadeira, mas, segundo o recorda Serge Hutin: Atribuía-se aos Irmãos Rosa-Cruzes os seguintes segredos: a transformação dos metais, o prolongamento da vida, o conhecimento do que se passa em locais afastados, a aplicação da ciência oculta para a descoberta dos objetos mais escondidos. Suprimi o termo oculto: encontrais-vos perante os poderes que a ciência moderna possui ou para os quais se encaminha.
Segundo a lenda há muito conhecida nessa época, a sociedade dos Rosa-Cruzes afirmava que o poder do homem sobre a natureza e sobre si próprio se tornaria infinito, que a imortalidade e o controlo de todas as forças naturais estavam ao seu alcance e que ele poderia tomar conhecimento de tudo o que se passa no Universo. Nada há de absurdo nisto e os progressos da ciência justificaram em parte tais sonhos. De forma que o apelo de 1622, em linguagem moderna, poderia ser colocado sobre as paredes de Paris ou aparecer num jornal diário, caso vários sábios se reunissem em congresso para informar os homens dos perigos que correm e da necessidade de empregar as suas atividades em novas perspectivas sociais e morais.
Uma patética declaração de Einstein, um discurso de Oppenheimer, um edital do Boletim dos atomistas americanos produzem exatamente o mesmo efeito do manifesto Rosa-Cruz. Vejamos mesmo um recente texto russo. A respeito da conferência sobre os radioisótopos, realizada em Paris em 1957, o escritor soviético Vladimir Orlov escrevia: os atuais alquimistas devem recordar-se dos estatutos dos seus predecessores da Idade Média, estatutos conservados numa biblioteca parisiense, e que proclamavam que não se podem consagrar a alquimia senão os homens de coração puro e intenções elevadas.
A idéia de uma sociedade internacional e secreta, reunindo homens intelectualmente muito avançados, transformados espiritualmente pela intensidade do seu saber, desejosos de proteger as suas descobertas científicas contra os poderes organizados, a curiosidade e a avidez dos outros homens, reservando-se o direito de utilizar as suas descobertas no momento oportuno, ou de as sepultar durante vários anos, ou de apenas pôr em circulação uma ínfima parte - tal idéia é simultaneamente muito antiga e ultramoderna.
Era inconcebível no século XIX ou mesmo apenas há vinte e cinco anos. Mas hoje é concebível. Num determinado plano, ouso afirmar que essa sociedade existe neste momento. Certos hóspedes de Princeton (recordo especialmente um sábio viajante oriental,) puderam ter consciência disso. Se nada prova que a sociedade secreta Rosa-Cruz existiu no século XVII, tudo nos leva a pensar que uma sociedade dessa natureza se constitui atualmente, pela força das circunstâncias, e que ela se inscreve logicamente no futuro. E ainda teremos de falar a respeito da noção de sociedade secreta. Essa mesma noção, tão longínqua, é esclarecida pelo presente.
Voltemos aos Rosa-Cruzes. Segundo nos diz o historiador Serge Hutin, eles constituem a coletividade dos seres elevados ao estado superior à humanidade vulgar, possuindo desta forma os mesmos caracteres interiores que lhes permitem reconhecer-se entre si.
Pelo menos quanto a nós, esta definição tem o mérito de pôr de lado o estilo ocultista. É que nós temos, em relação ao estado superior, uma idéia clara, quase científica, atual, otimista.
As nossas pesquisas chegaram a um ponto em que se prevê a possibilidade de transformações artificiais que aperfeiçoarão os seres vivos e o próprio homem. A radioatividade pode criar monstros, mas também nos dará gênios, declara um biólogo inglês. O términus da investigação alquímica, que é a transformação do próprio operador, talvez seja o términus da investigação científica atual. Veremos mais adiante que, em certa medida, isso já se deu com alguns sábios contemporâneos.
Os estudos mais avançados de psicologia parecem provar a existência de um estado diferente dos estados de sono e de vigília, de um estado de consciência superior noqual o homem possuiria faculdades intelectuais duas vezes superiores. À psicologia das profundezas, que devemos à psicanálise, acrescentamos hoje uma psicologia das altitudes que nos coloca na direção de uma superintelectualidade possível. O gênio não seria mais que uma das etapas do percurso que o homem pode percorrer dentro de si próprio, para alcançar a utilização das suas faculdades totais.
Numa vida intelectual normal, não utilizamos a décima parte das nossas possibilidades de atenção, prospecção, memória, intuição ou coordenação. Pode ser que estejamos prestes a descobrir, ou redescobrir, as chaves que nos permitirão abrir dentro de nós as portas para além das quais nos espera uma imensidade de conhecimentos. A idéia de uma próxima transformação da humanidade, neste plano, não faz parte do sonho ocultista, mas da realidade. Voltaremos demoradamente ao assunto mais adiante. Provavelmente, já existem mutantes entre nós, ou; pelo menos, homens que já deram alguns passos sobre a estrada que, um dia ou outro, todos nós percorreremos.
Segundo a tradição, não sendo a expressão gênio suficiente para exprimir todos os possíveis estados superiores do cérebro humano, os Rosa-Cruzes pertenciam a espíritos de outra categoria, que se reuniam por cooptação. Digamos antes que a lenda dos Rosa-Cruzes serviu de suporte a uma realidade: a sociedade secreta permanente dos homens superiormente esclarecidos - uma conspiração feita à luz do dia.
A sociedade Rosa-Cruz ter-se-ia formado naturalmente, através de homens que tinham atingido um estado de consciência elevado, em busca de correspondentes, de outros homens, seus semelhantes pelo nascimento, com os quais o diálogo fosse possível. Vemos assim Einstein ser compreendido apenas por cinco ou seis homens no mundo, e existirem só algumas centenas de matemáticos e físicos susceptíveis de refletir proveitosamente a respeito de uma nova revisão da lei de paridade.
Para os Rosa-Cruzes não há outro estudo além do da natureza, mas este estudo só é realmente esclarecedor para espíritos de uma categoria diferente do espírito vulgar.
Aplicando um espírito da categoria diferente ao estudo da natureza, alcança-se a totalidade dos conhecimentos e a sabedoria. Esta idéia nova, dinâmica, seduziu Descartes e Newton. Ao falar-se de ambos, os Rosa-Cruzes foram mais de uma vez evocados. Quer dizer que eles eram filiados? Esta pergunta não faz sentido. Não é uma sociedade organizada que concebemos, mas os necessários contactos entre espíritos de outra categoria, e uma linguagem comum, não secreta, mas simplesmente ininteligível para os homens em determinada época.

Imagem: videolife.tk

Por que nós ainda não encontramos vida alienígena?


Há muito tempo, cientistas e aficionados procuram por vida extraterrestre no espaço. Essa questão tem fascinado muita gente. Se as formas alienígenas forem mesmo abundantes no universo, como algumas pessoas acreditam, por que os seres humanos não conseguem encontrá-las?

A ficção está repleta de exemplos, de amigos ETs a invasões espaciais, mas na vida real ninguém provou que eles existem.

Segundo os astrônomos, a pergunta “Existe mais alguém lá fora?” é provavelmente a mais importante do mundo. A questão não é apenas encontrar um alienígena. O que significa ser um ser humano? Qual é o nosso futuro? Há algo melhor em outro lugar? O que a evolução pode produzir? Até onde podemos ir? Todas essas dúvidas vão ser respondidas a partir da aprendizagem de extraterrestres.

Em 1961, um especialista chamado Frank Drake criou uma fórmula para descobrir se estávamos sozinhos na galáxia; uma fórmula que ainda sustenta como os cientistas vêem a questão hoje.

A chamada “equação de Drake” estima a quantidade de civilizações capazes de se comunicar com a Terra. O número estimado em 1961 foi de 10.000. Muitos argumentam contra essa estimativa, já que a equação se baseia em incógnitas. Mas se, apesar de inexato, esse número está perto do correto, porque ainda não temos qualquer evidência firme de uma existência alienígena?

Esta foi uma pergunta feita pelo físico Enrico Fermi já em 1950: “Onde estão todos?”. Ela formou a base do Paradoxo de Fermi, que justapõe as altas estimativas de vida inteligente e a falta de provas apresentadas.

Este “grande silêncio” chama a atenção para o tamanho do universo perante nós, seus “únicos” habitantes. É um paradoxo que ainda tem que ser resolvido de forma satisfatória.

Os astrônomos estimam que haja cerca de 70 sextilhões – ou um 7 seguido por 22 zeros – estrelas no universo visível. Um censo recente mostra que poderia haver um planeta semelhante a Terra circulando 23% das estrelas no céu noturno.

A matemática por si só é uma dor de cabeça. Pelas contas, os cientistas acreditam que nós devemos estar preparados para vida extraterrestre, porque elas quase que certamente existem.

Mas muitos cientistas argumentam que, como os seres humanos têm usado a tecnologia de onda para encontrar alienígenas por pouco mais de um século, em relação à idade da Terra, de mais de quatro bilhões de anos, mesmo se alguém estiver lá fora, a janela de oportunidade para ter uma tecnologia semelhante é incrivelmente pequena.

Ou seja, as nossas ondas de rádio, para nossos propósitos de comunicação, já estão mudando de analógicas a digitais, um sinal muito mais complexo de detectar. Da mesma forma, os cientistas podem estar à procura de ondas erradas. Na teoria, nenhum outro planeta habitado deve estar usando a mesma tecnologia, pelo menos a uma distância possível de se fazer contato. Os aspectos práticos de um ET “telefonar para casa” seriam basicamente impossíveis.

Outra teoria é de que com a inteligência vem a destruição. Ou seja, o tempo entre ser capaz de fazer o contato com um extraterrestre e a auto-destruição da espécie é curto. Muitos discordam dessa ideia.

Na verdade, a resposta mais simples para o Paradoxo de Fermi seria de que não existe vida inteligente a se procurar. A própria raça humana é um tanto acidental no universo.

Essa hipótese é conhecida como “Terra Rara”. Nós somos especiais e as condições em que evoluímos são originais. Devido a isso, e a infra-estrutura de nosso planeta, a quantidade de coincidências e circunstâncias que devem ocorrer em conjunto tornam a vida em outros lugares quase impossível.

Frank Drake tem uma resposta ainda mais simples porque a vida não foi encontrada: “Nós ainda não tentamos o suficiente”. Os seres humanos olharam atentamente para apenas algumas milhares de estrelas e poucos canais possíveis no espectro eletromagnético. Isso é sequer o começo. A vida pode estar em 1 de 10 milhões de estrelas. Antes de a encontrarmos, temos um longo caminho a percorrer.[BBC]

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Foto espacial: a cratera Santa Maria, em Marte


Essa imagem incrível da cratera Santa Maria foi obtida pela sonda Opportunity, que esta a sete anos no planeta vermelho. Inicialmente tanto a Opportunity quanto sua “colega”, a sonda Spirit, deveriam ficar apenas três meses em Marte.

A foto é um mosaico de várias imagens obtidas em sequência pela sonda.

Depois de terminar sua investigação na cratera Santa Maria, os controladores da Opportunity pretendem levá-la até outra cratera, a “Endurance” (ou “resistência”).

A cratera Santa Maria possui noventa metros de largura, enquanto a cratera Endurance tem 22 quilômetros de comprimento e se encontra a seis quilômetros de distância da localização atual da Opportunity. [Nasa]

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sábado, 29 de janeiro de 2011

Teremos dois sóis em 2012?


Vários sites pela internet divulgaram que a estrela Betelgeuse logo irá virar uma supernova e, em 2012, irá brilhar em nosso céu como um segundo Sol.

No entanto, segundo cientistas, isso é completamente infundado.

De acordo com especialistas, a Betelgeuse está, sim, a caminho de se tornar uma supernova e isso deve acontecer logo – mas esse “logo” está em termos astronômicos, e pode acontecer daqui a um milhão de anos.

Ninguém tem certeza de quando a explosão irá acontecer realmente, mas mesmo que estejamos aqui para testemunhar, a supernova não apareceria no céu como um segundo Sol. Ela se aproximaria, no máximo, com o brilho de uma lua crescente.

Segundo os astrônomos, ela seria brilhante e apareceria no céu mesmo durante o dia e, com certeza, assustaria muita gente, mas não seria nem de perto tão brilhante quanto nosso Sol. [Life's Little

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Despertar dos Mágicos (9). A CONSPIRAÇÃO EM PLENO DIA


Enquanto em França um dos nossos melhores sociólogos chora sobre Le Travail en miettes, título de uma das suas obras, os sindicatos americanos estudam a semana de vinte horas.

Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL

Enquanto os intelectuais parisienses, supostamente de vanguarda, perguntam a si próprios se Marx deverá ser ultrapassado, ou se o existencialismo é ou não um humanismo revolucionário, o Instituto Sternfeld de Moscou estuda a implantação da humanidade na Lua. Enquanto Eugênio Varga aguarda o desmoronamento dos Estados Unidos anunciado pelo profeta, os biólogos americanos preparam a síntese da vida a partir do inanimado. Enquanto o problema da coexistência se continua a pôr, o comunismo e o capitalismo estão prestes a ser alterados pela mais poderosa revolução tecnológica que possivelmente a Terra jamais conheceu. Estamos com os olhos colocados na parte de trás da cabeça. Seria altura de os pormos no seu devido lugar.
O último sociólogo poderoso e imaginativo foi talvez Lenine. Definiu com clareza o comunismo de 1917: É o socialismo mais a eletricidade. Já passou cerca de meio século depois disso.
A definição continua válida para a China, a África, a Índia. Mas para o mundo moderno é letra morta. A Rússia aguarda o pensador que venha a descrever a nova ordem: o comunismo mais a energia atômica, mais a automatização, mais a síntese dos carburantes e dos alimentos a partir do ar e da água, mais a física dos corpos sólidos, mais a conquista das estrelas, etc. John Buchan, depois de assistir ao funeral de Lenine, anunciava a chegada de outro Vidente que criaria um comunismo com quatro dimensões.
Se a U.R.S.S. não tem a sociologia que merece, a América não está mais bem fornecida. A reação contra os historiadores vermelhos do final do século XIX provocou, por parte dos observadores, o elogio declarado das grandes dinastias capitalistas e das organizações poderosas. Há qualquer coisa de saudável em tal franqueza, mas a perspectiva é pequena. Os críticos do american way of life são raros, literários, e procedem da forma mais negativa. Nenhum parece incitar a imaginação ao ponto de ver surgir, através dessa multidão solitária, uma civilização diferente das suas formas exteriores, até sentir uma crepitação das consciências, a aparição de novos mitos.
Através da abundante e espantosa literatura chamada de ficção científica sobressai no entanto a aventura de um espírito quase adolescente ainda, que se desdobra à medida do planeta, se empenha numa reflexão à escala cósmica e situa, de maneira diferente, o destino humano no vasto Universo. Mas o estudo de semelhante literatura, tão comparável à tradição oral dos narradores antigos, e que dá provas dos profundos movimentos da inteligência em marcha, não é coisa séria para os sociólogos.
Quanto à sociologia européia, continua estritamente provinciana, com toda a sua inteligência empenhada em longas discussões a respeito de ninharias. Nestas condições, não é de admirar que as almas sensíveis se refugiem no catastrófico. Tudo é absurdo e a bomba H pôs um ponto final na história. Esta filosofia, que parece simultaneamente sinistra e profunda, é mais fácil de manejar que os pesados e delicados instrumentos de análise do real. É uma passageira enfermidade do pensamento dos civilizados que não adaptaram as noções herdadas (liberdade individual, pessoa humana, felicidade, etc.) à alteração dos fins da civilização que se inicia.
É uma fadiga nervosa do espírito, no momento que esse espírito, preocupado com as suas próprias conquistas, deve, não só soçobrar, como mudar de estrutura. No fim de contas, não é a primeira vez que na história da humanidade a consciência é obrigada a passar de um plano para outro. Qualquer modificação é dolorosa. Se há um futuro, merece ser examinado. E, neste presente apressado, não é em referência ao passado mais próximo que a reflexão deve ser feita.
O nosso próprio futuro é tão diferente daquilo com que acabamos de tomar contacto como o século XIX era diferente da civilização Maia. Portanto, é por meio de incessantes projeções através do tempo e do espaço que devemos proceder, e de forma alguma por meio de comparações minúsculas numa fração ínfima, onde o passado recentemente vivido não possui qualquer das probabilidades do futuro e onde o presente, logo que toma forma, é tragado por esse inutilizável passado.
A primeira idéia verdadeiramente fecunda é que há diferença de alvos. Um cavaleiro das cruzadas que regressasse para junto de nós perguntaria imediatamente por que motivo se não utiliza a bomba atômica contra os Infiéis. De sentimentos firmes e inteligência aberta, no fim de contas sentir-se-ia menos assombrado com as nossas técnicas do que pelo fato de os Infiéis ainda possuírem metade do Santo Sepulcro, estando a outra, aliás na mão dos Judeus.
O que ele teria maior dificuldade em compreender seria uma civilização rica e poderosa, cuja riqueza e poderio não são explicitamente consagrados ao serviço e à glória de Jesus. Que lhe diriam os nossos sociólogos? Que estes imensos esforços, batalhas, descobertas, têm como objetivo único elevar o nível de vida de todos os homens? Isso parecer-lhe-ia absurdo, pois a vida apresentava-se sem objetivo.
Eles falar-lhe-iam ainda de Justiça, de Liberdade, de Pessoa Humana, recitar-lhe-iam o evangelho humanista-materialista do século XIX.
E o cavaleiro sem dúvida responderia: mas liberdade para quê? Justiça para quê? A pessoa humana para dela fazer o quê? Para que o cavaleiro encarasse a nossa civilização como uma coisa digna de ser vivida por uma alma seria necessário não utilizar uma linguagem retrospectiva dos sociólogos.
Seria necessário utilizar uma linguagem prospectiva. Haveria que mostrar-lhe o mundo em marcha, a inteligência em marcha, como a formidável vibração de uma cruzada. Trata-se, uma vez mais, de libertar o Santo Sepulcro: o espírito retido na matéria, e repelir o Infiel: tudo o que é infiel ao infinito poder do espírito. Continua sempre a tratar¬-se de religião: tornar manifesto tudo o que une o homem à sua própria grandeza e essa grandeza às leis do Universo.
Seria necessário mostrar-lhe um mundo onde os ciclotrons são como as catedrais, as matemáticas como um cântico gregoriano, onde as transformações se operam, não apenas no centro da matéria, mas nos cérebros, onde as massas humanas de todas as cores se agitam, onde a interrogação do homem faz vibrar as suas antenas nos espaços cósmicos, onde a alma do planeta desperta. Então talvez o nosso cavaleiro não pedisse para regressar ao passado. Talvez se sentisse aqui como em sua casa, apenas colocado noutro nível. Talvez se lançasse a caminho do futuro, como outrora se lançava a caminho do Oriente, depois de se ligar novamente à fé, mas num grau diferente. Vede portanto o que vivemos! Fixai o olhar nos vossos próprios olhos! Fazei luz nestas trevas!
A CONSPIRAÇÃO EM PLENO DIA
A geração dos obreiros da Terra. - Sois um moderno atrasado ou um contemporâneo do futuro? - Um cartaz nas paredes de Paris em 1622. -A linguagem esotérica e a linguagem técnica. - Uma nova noção da sociedade secreta. - Um novo aspecto do espírito religioso.
Griffin, o homem invisível de Wells, dizia: Os homens, mesmo cultos, não se apercebem dos poderes ocultos nos livros de ciência. Nesses volumes há maravilhas, milagres.
Compreendem-no agora, e mais os homens da rua do que os letrados, sempre em atraso de uma revolução. Há milagres, há maravilhas e há terrores. Os poderes da ciência, depois de Wells, alastraram para além do planeta e ameaçam-lhe a vida. Uma nova geração de sábios surgiu. São pessoas que têm a consciência de ser, não investigadores desinteressados e puros espectadores, mas, segundo a bela expressão de Teilhard de Chardin, obreiros da Terra, solidários com o destino da humanidade e, em grande parte, responsáveis por esse destino.
Joliot-Curie lança garrafas de gasolina contra os tanques alemães durante os combates pela libertação de Paris. Norbert Wiener, o cibernético, intima violentamente os políticos: Nós demos-vos um reservatório infinito de poder, e vós haveis feito Bergen-Belsen e Hiroshima!.
São sábios de um estilo novo, cuja aventura está ligada à aventura do mundo. São os herdeiros diretos dos investigadores da primeira quarta parte do nosso século: os Curie, Langevin, Perrin, Planck, Einstein, etc. Não se disse com a necessária insistência que durante esses anos a chama do gênio atingiu altitudes jamais alcançadas depois do milagre grego. Mesmo estes travaram lutas contra a inércia do espírito humano.
E foram violentos nessas batalhas. A verdade jamais triunfa, mas os seus adversários acabam por morrer, dizia Planck. E Einstein: Não acredito na educação. O teu único modelo deves ser tu próprio, mesmo que esse modelo seja assustador. Mas não eram conflitos ao nível da terra, da história, da ação imediata. Eles sentiam-se responsáveis unicamente perante a Verdade. No entanto, a política reuniu-os. O filho de Planck foi assassinado pela Gestapo, Einstein exilado.
A geração atual sente que, por todos os lados, em todos os sentidos, o sábio está ligado ao mundo. Ele retém a quase totalidade do saber útil. Ele reterá, em breve, aquase totalidade do poder. É a personagem-chave da aventura em que a humanidade está empenhada. Cercado pelas políticas, acossado pela polícia e pelos serviços de informação, vigiado pelos militares, tem idênticas probabilidades de obter, no final da sua carreira, tanto o Prêmio Nobel como o pelotão de execução. Ao mesmo tempo, os seus trabalhos levam-no a avaliar o ridículo dos particularismos, elevam-no a um nível de consciência planetária, senão cósmica.

Imagem: sonhosmisterios.blogspot.com

Foto espacial – os tesouros escondidos da nebulosa M78


A nebulosa M78 fica localizada na direção da constelação de Órion, a apenas 1600 anos-luz de distância, e é conhecida de astrônomos amadores, que podem vê-la através de telescópios menos potentes.

Essa imagem em particular foi a vencedora do concurso “tesouros escondidos 2010”, uma competição fotográfica organizada pelo European Southern Observatory. Para conferir mais fotos da competição acesse esse site. [Nasa]

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HYPESCIENCE

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Despertar dos Mágicos (8). Os filósofos literários disseram-nos que o homem é incapaz de compreender o mundo.


Nesse caso todo o Universo se tornaria acessível: haveria possibilidades, durante o espaço de uma vida humana, de atingir a estrela mais longínqua. Se tais equações fossem confirmadas, o pensamento humano seria alterado.

Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL

Se o homem não está limitado a esta terra, novas interrogações se terão de fazer a respeito do sentido profundo da iniciação e dos eventuais contactos com inteligências do Exterior. Em que ponto estamos nós ainda? Em matéria de pesquisa sobre as estruturas do espaço e do tempo, as nossas noções de passado e de futuro já não servem.
Ao nível da partícula, o tempo circula simultaneamente nos dois sentidos: futuro e passado. A uma velocidade extrema, limite da velocidade da luz, o que é o tempo? Estamos em Londres, em Outubro de 1944. Um foguetão V2, voando a 5000 quilômetros à hora, está sobre a cidade. Ele vai cair. Mas vai a que é que se aplica? Para os habitantes do prédio que será destruído dentro de instantes, e que apenas possuem olhos e ouvidos, o V2 vai cair. Mas para o operador de radar, que se serve de ondas que se propulsam a 300 000 quilômetros por segundo (velocidade em relação à qual o foguetão é uma lesma), a trajetória da bomba já está fixada. Ele observa: mas não pode fazer coisa alguma.
À escala humana, já nada pode interceptar o instrumento de morte, nem evitar seja o que for. Para o operador o foguetão já caiu. À velocidade do radar, praticamente o tempo não corre. Os habitantes do prédio vão morrer. No super-olho do radar já estão mortos. Outro exemplo: encontram-se nos raios cósmicos, quando estes atingem a superfície da Terra, algumas partículas, os mesons rodariam com tal velocidade que para elas o tempo teria praticamente deixado de correr. Desta forma, uma vida de um milésimo de segundo poderia ser mantida e observada durante minutos ou horas.
É preciso não supor que o tempo decorrido regressa ao nada; o tempo é uno e eterno, o passado, o presente e o futuro não passam de aspectos diferentes -gravuras diferentes, se preferem – de um registro contínuo e invariável da existência perpétua. Para os discípulos atuais de Einstein, apenas existiria verdadeiramente um eterno presente.
Era o que os antigos místicos diziam. Se o futuro já existe, a precognição também. Toda a aventura do conhecimento antecipado é orientada no sentido de uma descrição das leis da física, mas igualmente da biologia e da psicologia no continuo de quatro dimensões, quer dizer, no eterno presente. Passado, presente e futuro são. Talvez seja apenas a consciência que se desloca. Pela primeira vez, a consciência é admitida sem discussão nas equações de física teórica. Neste eterno presente, a matéria surge como um delgado fio estendido entre o passado e o futuro. Ao longo desse fio desliza a consciência humana. Por que meios é ela capaz de modificar ' Eric Temple Bell: Le Flot du Temps, Gallimard edit., Paris as tensões desse fio, de forma a controlar os acontecimentos? Sabê-lo-emos um dia e então a psicologia fará parte da física.
A liberdade é provavelmente conciliável com este eterno presente. O viajante que sobe o Sena de barco sabe antecipadamente as pontes que encontrará. Nem por isso é menos senhor das suas ações, nem menos capaz de prever o que poderá acontecer inopinadamente. Liberdade de vir a ser, no centro de uma eternidade que é. Visão dupla, admirável visão do destino humano ligado à totalidade do Universo!
Se eu pudesse recomeçar a minha vida, com certeza não escolheria ser escritor e passar os meus dias numa sociedade retardatária na qual a aventura dormita debaixo das camas, como um cão. Ser-me-ia necessária uma aventura-leão. Far-me-ia físico teórico, para viver no âmago ardente do verdadeiro romanesco. O moderno mundo da física desmente terminantemente as filosofias do desespero e do absurdo. Ciência sem consciência não passa de uma ruína da alma.
Mas consciência sem ciência é ruína idêntica. Aquelas filosofias que atravessaram a Europa no século XX eram fantasmas do século XIX, vestidos à moda atual. Um conhecimento real, objetivo, do fato técnico e científico, que tarde ou cedo arrasta o fato social, ensina-nos que há uma direção nítida na história humana, um acréscimo do poder do homem, uma subida do espírito geral, uma enorme forja das massas que as transforma em consciência ativa, o acesso a uma civilização na qual a vida será tão superior à nossa como a nossa em relação à dos animais.
Os filósofos literários disseram-nos que o homem é incapaz de compreender o mundo. Já André Maurois, em Les Nouveaux Discours du Docteur O Grady, escrevia: Tem de admitir, no entanto, doutor, que o homem do século XIX podia acreditar que, um dia, a ciência explicaria o mundo. Renan, Berthelot, Taine também esperavam o mesmo, no princípio da sua vida. O homem do século já não tem tais esperanças. Sabe que as descobertas só fazem recuar o mistério. Quanto ao progresso, nós constatamos que os direitos do homem só provocaram fome, terror, desordem, tortura e confusão de espírito. Que esperança resta? Para que vive, doutor? Ora o problema já não se punha desta forma.
Sem que os palradores se apercebessem, o círculo fechava-se à volta do mistério e o progresso incriminado abria as portas do céu. Já não é Berthelot ou Taine a fazer previsões a respeito do futuro da humanidade, mas sim homens como Teilhard de Chardin.
De um recente confronto entre sábios de diversas disciplinas sobressai a seguinte idéia: talvez um dia os derradeiros segredos das partículas elementares nos venham a ser revelados pelo comportamento profundo do cérebro, pois ele é o resultado e a conclusão das reações mais complexas na nossa região do Universo, e talvez contenha em si próprio as leis mais íntimas dessa região.
O mundo não é absurdo e o espírito não é de forma alguma inapto para o compreender. Antes pelo contrário, pode ser que o espírito humano já tenha compreendido o mundo, mas que ainda o não saiba...
Reflexões apressadas sobre os atrasos da sociologia. - Um diálogo de surdos. -Os planetários e os provincianos. Um cavaleiro que regressou para junto de nós. - Um pouco de Lirismo.
Na física, nas matemáticas e na biologia modernas a vista espraia-se até ao infinito. Mas a sociologia tem sempre o horizonte tapado pelos monumentos do século passado. Recordo-me do nosso triste espanto quando seguimos, Bergier e eu, em 1957, a correspondência entre o célebre economista soviético Eugênio Varga e a revista americana Fortune. Esta luxuosa publicação exprime as opiniões do capitalismo esclarecido. Varga é um espírito sólido e goza da consideração do supremo poder. Podia esperar-se, de um diálogo público entre estas duas autoridades, um auxílio sério para a compreensão da nossa época. Ora o resultado foi terrivelmente decepcionante.
Varga seguia à letra o seu evangelho. Marx anunciava uma inevitável crise do capitalismo. Via essa crise muito próxima. O fato de a situação econômica dos Estados Unidos melhorar constantemente e de o grande problema ser agora a utilização racional dos períodos de descanso não impressionava de forma alguma esse teórico que, na época do radar, continuava a ver as coisas pelos mesmos prismas de Karl.
A idéia de que o desmoronamento anunciado poderia não se produzir segundo o esquema fixado, e de que talvez estivesse prestes a surgir uma nova sociedade além-Atlântico, nem por um momento lhe passava pela cabeça. Por outro lado, a redação da Fortune também não previa uma mudança de sociedade na U.R.S.S., e explicava que a América de 1957 exprimia um ideal perfeito, definitivo.
Tudo o que os Russos podiam esperar era aceder a esse estado se tivessem juízo, dentro de um século ou século e meio. Nada inquietava ou perturbava os adversários teóricos de Varga, nem a multiplicidade de cultos novos entre os intelectuais americanos (Oppenheimer, Aldous Huxley, Gerald Heard, Henri Miller e muitos outros, tentados pelas antigas filosofias orientais), nem a existência, nas grandes cidades, de milhares de jovens rebeldes sem motivo, agrupados em gangs, nem os vinte milhões de indivíduos que apenas resistiam ao ambiente tomando drogas tão perigosas como a morfina ou o ópio.
O problema de um objetivo na vida não parecia atingi-los. Quando todas as famílias americanas possuírem dois automóveis, será necessário que comprem um terceiro. Quando o mercado dos postos de televisão estiver saturado, será necessário equipar os automóveis. E, no entanto, em relação aos sociólogos, aos economistas e aos pensadores do nosso país, Eugênio Varga e a direção da Fortune estão avançados. O complexo de decadência não os paralisa. Eles não se entregam a uma deleitação morosa.
Não pensam que o mundo é absurdo e que a vida não merece ser vivida. Acreditam com firmeza na virtude do progresso, caminham a direito para um aumento indefinido do poder do homem sobre a natureza. Têm dinamismo e grandeza. Têm vistas largas e grandiosas. Seria desagradável declararmos que Varga é partidário da empresa livre e que a redação da Fortune é composta por progressistas.
E no entanto, no significado europeu, estritamente doutrinal, isso é verdade. Eugênio Varga não é comunista. A Fortune não é capitalista, se nos basearmos nas nossas maneiras de ver acanhadas, provincianas. O russo e o americano responsáveis têm em comum a ambição, a ânsia de poder e um inquebrantável otimismo. Estas forças, manejando a alavanca das ciências e das técnicas, fazem saltar os quadros da sociologia elaborados no século XIX. Se a Europa Ocidental se devesse afundar e perder em conflitos bizantinos -praza a Deus que não! -, nem por isso a marcha da humanidade para a frente deixaria de prosseguir, fazendo explodir os alicerces, estabelecendo uma nova força de civilização entre os dois recentes pólos da consciência ativa que são Chicago e Tachkent, ao mesmo tempo que as imensas multidões do Oriente; e depois da África, passarão pela forja.

Novas evidências de que a vida na Terra veio do espaço


Dois novos estudos publicados na semana passada dão mais peso à teoria de que a vida na Terra não teria surgido no planeta, e sim veio do espaço.

Eles sustentam a idéia de que os aminoácidos, os blocos constituintes da vida, são quirais (eles têm lado direito e esquerdo prevalecente)e que a vida no espaço e na terra seria mais “canhota” porque a vida na Terra veio do espaço.

Na semana passada, os cientistas documentaram a descoberta mais uma variedade de rochas espaciais que tinham aminoácidos “canhotos”, embasando ainda mais a teoria.

Segundo Daniel Glavin, da Nasa, isso prova que realmente há algo que veio dos asteróides.

Cientistas franceses acreditam que essa tendência tenha a ver com luz polarizada – a luz oscila em direções diferenciadas (para cima, para baixo, para a esquerda ou direita). No espaço a luz forma, no entanto, um padrão de “saca rolhas”, pois sua polarização é circular. Como a luz é um dos ingredientes para a formação dos aminoácidos, esse padrão faria com que fossem criados mais aminoácidos canhotos do que destros.

Se a vida fosse criada na Terra, diretamente, a proporção seria igual, já que a luz não é polarizada de forma circular.

E você, leitor? O que acha sobre essa teoria? [PopSci]

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Urso polar nada 687 quilômetros sem parar


Um urso polar, rastreado no norte do Alasca, nadou continuamente por nove dias, percorrendo uma distância de 687 quilômetros.

De acordo com os cientistas que observaram o animal, essa resistência incrível pode ser fruto das mudanças climáticas. Os ursos polares são conhecidos por nadar entre a terra e as geleiras em busca de alimento (focas, por exemplo). Mas com as mudanças climáticas o gelo está derretendo, o que força os ursos a nadarem maiores distâncias sem parar – arriscando a saúde deles e das próximas gerações de ursos.

Os dados obtidos mostram que o urso nadou por 232 horas seguidas, em uma água com temperatura entre 2 a 6 graus Celsius.

Apesar de ursos serem observados nadando por cientistas, é a primeira vez em que a jornada completa de um urso é acompanhada.

Mas a jornada custou muito para o urso, que era fêmea, e que perdeu cerca de 22% de sua massa corporal, além de seu filhote, que não conseguiu acompanhá-la. [BBC]

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Foto espacial – a galáxia redemoinho, em infravermelho


Como galáxias em espiral formam estrelas? Para descobrir, o telescópio Hubble fez essa imagem da galáxia espiral M51, em luz infravermelha, para destacar os traços densos de poeira espacial que formam as estrelas.

Para “isolar” a poeira, a luz emitida pelas estrelas da galáxia foi neutralizada, resultando nessa incrível imagem, com aglomerados de estrelas que estavam escondidos por outras estrelas.

Qualquer um com um bom par de binóculos pode ver essa galáxia, em direção da constelação Canes Venaciti – ela fica a 30 milhões de anos luz e possui um comprimento de 15 mil anos-luz.

Astrônomos acreditam que o formato em espiral da M51 é devido a sua interação gravitacional com uma galáxia menor próxima. [Nasa]

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Despertar dos Mágicos (7). Nasceram diversas doutrinas, em particular a mecânica ondulatória.


A marquesa tomou o seu chá às cinco horas Valéry dizia mais ou menos que não se pode escrever semelhantes coisas quando já se entrou no mundo das idéias, mil vezes mais importante, romanesco, mil vezes mais real do que o mundo do amor e dos sentidos.

Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL

António amava Maria que amava Paulo eles foram muito infelizes e tiveram uma série de questiúnculas. Uma literatura de amebas e de infusórios, quando o pensamento arrasta tragédias e dramas gigantescos, transmuda seres, altera civilizações, mobiliza multidões imensas. Sonolentos prazeres, deleitação burguesa! Nós os adeptos da consciência alerta, trabalhadores da terra, sabemos onde se encontram a insignificância, a decadência, o divertimento corrupto...
O final do século XIX marca o apogeu do teatro e do romance burguês, e a geração literária de 1885 reconhecerá durante algum tempo como mestres Anatole France e Paul Bourget. Ora, nessa mesma época há um drama, no domínio do conhecimento puro, muito maior e palpitante do que entre os heróis do Divorce ou do Lys Rouge. Produz-se uma súbita embriagues no diálogo entre materialismo e espiritualismo, ciência e religião. Do lado dos sábios, herdeiros do positivismo de Taine e Renan, formidáveis descobertas farão desmoronar as muralhas da incredibilidade. Apenas se acreditava nas realidades devidamente estabelecidas: bruscamente, é o irreal que se torna possível. Observai os fatos como se se tratasse de uma intriga romanesca, com mudança repentina de personagens, intervenção dos traidores, paixões contrariadas, debate entre ilusões. O princípio da conservação da energia era algo de sólido, de fixo, de marmóreo.
E eis que o rádio produz energia sem a ir buscar a qualquer fonte. Havia certezas a respeito da identidade da luz e da eletricidade: só se podiam propagar em linha reta e sem atravessar obstáculos. E eis que as ondas, os raios X atravessam os sólidos. Nos tubos de descarga, a matéria parece eclipsar-se, transformar-se em corpúsculos. A transmutação dos elementos opera-se na natureza: o rádio torna-se hélio e chumbo.
Eis que a Época das Certezas se desmorona. O mundo já não brinca ao jogo da razão! Tudo se torna então possível? De chofre, aqueles que sabem, ou julgam saber, cessam de fazer a divisão entre física e metafísica, coisa verificada e coisa sonhada. Os pilares do Templo fazem-se em nevoeiro, os clérigos de Descartes deliram. Se o princípio de conservação da energia é falso, que impediria o médium de fabricar um ectoplasma a partir de zero? Se as ondas magnéticas atravessam a terra, por que motivo não poderá um pensamento viajar?
Se todos os corpos emitem forças invisíveis, porque não um corpo astral? Se há uma quarta dimensão, será ela o domínio dos espíritos? Madame Curie, Crookes, Lodge fazem mexer as mesas.
Edison tenta construir um aparelho que comunique com os mortos. Marconi, em 1901, julga ter captado mensagens dos Marcianos. Simon Newcomb acha absolutamente natural que um médium materialize crustáceos frescos do Pacífico. Uma tempestade de fantástico irreal deita por terra os investigadores de realidades.
Mas os puros, os irredutíveis, tentam repelir essa corrente. A velha guarda do positivismo insurge-se. E, em nome da Verdade, em nome da Realidade, recusa tudo: os raios X e os ectoplasmas, os átomos e o espírito dos mortos, o quarto estado da matéria e os Marcianos.
Assim, entre o fantástico e a realidade vai desenrolar-se um combate muitas vezes absurdo, cego, desordenado, que em breve se fará sentir em todas as formas do pensamento, em todos os domínios: literário, social, filosófico, moral, estético. Mas é na ciência física que a ordem se estabelecerá, não por regressão ou amputações, mas por excesso. É na física que surge uma nova concepção. Devemo-la ao esforço de titãs como Longevin, Perrin, Einstein. Uma nova ciência aparece, menos dogmática que a antiga. Abrem-se portas sobre uma realidade diferente. Como em todo o grande romance, não há no fundo nem bons nem maus e todos os heróis têm razão se a atenção do romancista se tiver colocado numa dimensão complementar onde os destinos se tornam a encontrar, confundindo-se, elevados em conjunto a um grau superior.
Onde estamos nós atualmente? Abriram-se portas em quase todos os edifícios científicos, mas o edifício da física de hoje em diante quase que não tem paredes: é uma catedral cheia de vitrais onde se refletem os clarões de outro mundo, infinitamente próximo.
A matéria revelou-se tão rica, se não mais rica em possibilidades do que o espírito. Ela contém uma energia incalculável, é susceptível de transformações infinitas, têm recursos insuspeitáveis. O termo materialista, segundo o significado do século XIX, perdeu todo o sentido, da mesma forma que o termo racionalista.
A lógica do bom senso já não existe. Na física atual, uma proposição pode ser simultaneamente verdadeira e falsa. A. B. já não é igual a B. A.. Uma entidade pode ser a um tempo contínua e descontínua. Já não nos poderíamos referir à física para condenar tal ou tal aspecto do possível.
Peguem numa folha de papel. Façam-lhe dois buracos pouco distanciados. Aos olhos do senso comum, é evidente que um objeto suficientemente pequeno para passar através desses buracos passará quer por um, quer por outro. Aos olhos do senso comum um elétron é um objeto. Possui um peso definido, produz um clarão luminoso quando impressiona um écran de televisão, um choque quando atinge um microfone. Temos portanto um dos sinais mais espantosos da abertura que se produz no domínio da física é a introdução daquilo a que se chama o número quântico de estranheza. Eis, por alto, de que se trata. No princípio do século XIX, pensava-se ingenuamente que dois números, o máximo três, seriam suficientes para definir uma partícula.
Esse número seria a sua massa, a sua carga elétrica e o seu momento magnético. A verdade estava longe de ser tão simples. Para descrever completamente uma partícula foi necessário acrescentar uma importância intraduzível em palavras e a que se chamava spin. A princípio julgou-se que essa importância correspondia a um período da rotação da partícula sobre si própria, qualquer coisa que para o planeta Terra corresponderia ao período de vinte e quatro horas, regulando a alternância dos dias e das noites. Chegou-se à conclusão de que nenhuma explicação simplista deste gênero poderia manter-se de pé.
Profundos trabalhos, devidos sobretudo ao Professor Louis de Broglie, só parcialmente conseguiram explicar o mistério do spin. Mas, bruscamente, descobriu-se que entre as três partículas conhecidas: prótons, elétrons, nêutrons (e as suas imagens no espelho, antipróton negativo, positron, antineutron), existia mais uma trintena de outras partículas. Os raios cósmicos, esses grandes aceleradores, produziam-nas em grandes quantidades. Ora, para descrever essas partículas, os quatro números habituais, massa, carga, momento magnético, spin, já não eram suficientes.
Era necessário criar um quinto número, talvez um sexto, e assim indefinidamente. E foi de uma forma absolutamente natural que os físicos chamaram a essas novas importâncias números quânticos de estranheza. Esta saudação ao anjo do Bizarro tem qualquer coisa de imensamente poético. Como muitas outras expressões da física moderna: Luz Interdita, Algures Absoluto, o número quântico de estranheza prolonga-se para além da física, e tem ligações com as profundezas do espírito humano. o nosso objeto suficientemente pequeno para passar por um dos dois buracos. Ora, a observação pelo microscópio eletrônico ensinar-nos-á que o elétron passou simultaneamente pelos dois buracos. Como?! Se passou por um, não pode ter passadoao mesmo tempo pelo outro! Mas a verdade é que ele passou por um e por outro. É absurdo, mas é experimental.
Das tentativas de explicações nasceram diversas doutrinas, em particular a mecânica ondulatória. Mas a mecânica ondulatória não chega no entanto para explicar totalmente um fato semelhante, que se mantém para além das nossas possibilidades de compreensão, a qual só poderá funcionar através de um sim ou um não, A ou B. Era a própria estrutura do nosso entendimento que seria necessário modificar, para que sepudesse compreender. A nossa filosofia exige tese e antítese. É preciso acreditar que na filosofia do elétron, tese a antítese são simultaneamente autênticas. Parecerá absurdo o que dizemos? O elétron parece obedecer a leis, e a televisão, por exemplo, é uma realidade. O elétron existe ou não? Aquilo a que a natureza chama existir não tem existência a nossos olhos. O elétron faz parte do ser ou do nada 2? Eis uma pergunta completamente vazia de sentido. Assim desaparecem, devido à ação enérgica do conhecimento, os nossos habituais métodos de pensamento e as filosofias literárias, provenientes de uma visão nula dos fatos.
A Terra está ligada ao Universo, o homem não está em contacto apenas com o planeta em que habita. Os raios cósmicos, a radioastronomia, os trabalhos de física teórica revelam contactos com a realidade do cosmos. Já não vivemos num mundo fechado: um espírito verdadeiramente testemunha da sua época não o poderia ignorar.
Nessas condições, de que forma pode o pensamento, no plano social, por exemplo, continuar preocupado com problemas que nem sequer são planetários, mas estritamente regionais, provinciais? E como pode a nossa psicologia, tal como ela se exprime no romance, manter-se tão fechada, reduzida aos movimentos infraconscientes da sensualidade e da sentimentalidade? Enquanto milhares de seres civilizados abrem livros, vão ao cinema ou ao teatro para saber de que maneira Françoise se sentirá impressionada por René e como, por outro lado, odeia a amante do pai e se tornará lésbica por surda vingança, vários investigadores, que fazem com que os números entoem uma música celeste, perguntam a eles próprios se o espaço se contrai ou não em redor de um círculo.

Imagem: poetisasonhadora.blogs.sapo.pt

Foto espacial: um “close” do Cinturão de Órion


Você conhece Alnitak, Alnilam e Mintaka? Não? Mas com certeza você já ouviu falar do Cinturão de Órion, que é formado também por essas três estrelas brilhantes que você vê na foto.

As três estrelas são as maiores e mais brilhantes que você vê na foto, da esquerda para a direita. Elas são gigantes azuis, o que significa que são muito maiores e mais quentes do que o nosso Sol.

Alnitak, Alnilam e Mintaka ficam a, aproximadamente, 1500 anos-luz de distância da Terra, nascidas do campo de formação de estrelas de Órion. Esse campo gerou várias formas interessantes, incluindo a nebulosa cabeça-de-cavalo, que apresentamos nesse artigo. [Nasa]

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Empresa afirma que pode “fazer chover” onde e quando quiser


A empresa Meteo Systems, que tem sede em Abu Dhabi afirma que, quando a umidade do ar é superior a 30%, você pode usar um ionizador (inspirado em uma invenção de Nicola Tesla) para enviar partículas eletricamente carregadas para o ar, que atraem poeira que, por sua vez, atraem partículas e água e voilá: faz-se a chuva.

A Meteo Systems ainda não deu nenhuma explicação mais detalhada de sua nova tecnologia, mas afirma que 52 tempestades que aconteceram em Abu Dhabi no ano passado, entre Julho e Agosto, foram resultantes de sua máquina da chuva.

Grande parte de céticos já se pronunciou, dizendo que a temporada mais chuvosa em Abu Dhabi coincidiu com a data das tempestades divulgadas pela Meteo, e meteorologistas dizem que o feito é impossível.

E você, leitor? Acha que é possível que consigamos “fazer chover” algum dia e que o “sertão vire mar”? Deixe sua opinião nos comentários. [Gizmodo]

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Despertar dos Mágicos (6). Em 1898 produz-se a catástrofe: a experiência de Michelson e Morley destrói a hipótese do éter.


No pináculo definitivo desta evolução: o homem. Um conjunto mecânico e químico, dotado de uma ilusão: a consciência. Sob o efeito dessa ilusão, o homem inventara o espaço e o tempo: imagens do espírito.

Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL

Se se tivesse dito a um investigador oficial do século XIX que a física absorveria um dia o espaço e o tempo e estudaria experimentalmente a curvatura do espaço e a contração do tempo, ele chamaria a polícia. O espaço e o tempo não têm qualquer existência real. São divagações de matemático e temas de reflexão gratuita para filósofos. O homem não poderia ter qualquer relação com essas grandezas. A despeito dos trabalhos de Charcot, de Breuer, de Hyslop, a idéia de percepção extra-sensorial ou extratemporal deve ser rejeitada com desprezo. Não há incógnitas no Universo, não há incógnitas no homem. Sábio meu filho, tem juízo!
Era completamente inútil tentar uma exploração do mundo interior, mas no entanto havia um fato que criava certas dificuldades na engrenagem da simplificação: falava-se muito em hipnose.
O ingênuo Flammarion, o duvidoso Edgar Poe, o suspeito H. G. Wells interessavam-se pelo fenômeno. Ora, por muito fantástico que isto possa parecer, o século XIX oficial demonstrou que a hipnose não existia. O paciente tem tendência para mentir, para simular a fim de agradar ao hipnotizador. É exato. Mas, desde Freud e Morton Price, sabe-se que a personalidade pode ser dividida. A partir de críticas exatas, esse século conseguiu Criar uma mitologia negativa, eliminando o menor traço de incógnita no homem, rejeitando qualquer suspeita de mistério.
A biologia também estava completa. O Sr. Claude Bernard esgotara-lhe as possibilidades e concluíra-se que o cérebro segrega o pensamento, como o fígado segrega a bílis. Sem dúvida, acabaria por ser possível revelar essa secreção e escrever-lhe a fórmula química de acordo com as belas disposições em hexágonos imortalizadas pelo Sr. Berthelot. Quando se soubesse de que forma os hexágonos de carbono se associam para criar o espírito, estaria virada a última página. Que nos deixem trabalhar seriamente! Os doidos que vão para o manicômio! Numa bela manhã de 1898, um senhor grave deu ordem à governanta para não mais permitir que seus filhos lessem Julio Verne. Aquelas idéias falsas deformariam os jovens espíritos. O senhor grave chamava-se Édouard Branly. Acabava de tomar a decisão de renunciar às suas experiências sem interesse sobre as ondas para se transformar em médico de bairro.
O sábio deve abdicar. Mas deve igualmente reduzir a pó os aventureiros quer dizer, as pessoas que pensam, imaginam, sonham. Berthelot ataca os filósofos que lutam contra o seu próprio fantasma na arena solitária da lógica abstrata (eis uma boa descrição de Einstein, por exemplo). E Claude Bernard declara: Um homem que descobre o mais pequeno fato presta maiores serviços do que o maior filósofo do Mundo. A ciência não podia ser senão experimental. Fora dela não havia esperança.
Fechemos as portas. Jamais alguém poderá igualar os gigantes que inventaram a máquina a vapor.
Neste Universo organizado, compreensível, e aliás condenado, o homem devia manter-¬se no seu devido lugar de epifenômeno. Fora a utopia e fora a esperança. O combustível fóssil esgotar-se-á dentro de alguns séculos, e então será o fim, devido ao frio e à fome. Jamais o homem voará, jamais ele viajará pelo espaço. Jamais também visitará o fundo dos mares. Estranha proibição essa da visita aos abismos marinhos! Nada impedia o século XIX, em relação ao estado da técnica, de construir o batis cafo do professor Piccard. Apenas uma enorme timidez, apenas a preocupação, para o homem, de se manter no seu lugar. Turpin, que inventou a melinite, foi imediatamente internado num manicômio. Os inventores dos motores de explosão sentem-se desencorajados e tenta-se provar que as máquinas elétricas não passam de formas do movimento perpétuo. É a época dos grandes inventores isolados, revoltados, escondidos. Hertz escreve à Câmara do Comércio de Dresde dizendo que é necessário desencorajar as pesquisas relativas às ondas hertzianas: não é possível a menor aplicação prática. Os peritos de Napoleão III provam que o dínamo Gramme nunca girará. Quanto aos primeiros automóveis, ao submarino, ao dirigível, à luz elétrica (uma aldrabice desse maldito Edison!), as doutas academias não se incomodam. A esse respeito há uma na imortal. É o relato da recepção do fonógrafo na Academia Ciências de Paris: Assim que o aparelho emitiu algumas palavras, o Secretário Perpétuo precipita-se sobre o impostor e aperta-lhe a garganta com pulso de ferro.
-Vocês vão ver! disse aos seus colegas. Mas, perante o assombro geral, o aparelho continuou a emitir sons.
Equipam-se em segredo para preparar a mais formidável revolução dos conhecimentos que o homem histórico presenciou. Mas, de momento, todos os caminhos estão vedados.
Vedados à frente e atrás. Ocultam-se os fósseis de seres pré-humanos que se começam a descobrir em quantidade. Não provou o grande Heinrich Helmholtz que o Sol extrai energia da própria contração, isto é, da única força, juntamente com combustão, que existe no Universo? E não demonstram os seus séculos que nos separam do nascimento do Sol, quanto muito, a centena de milhares de anos? Como teria podido produzir-se uma longa evolução? E, aliás, quem descobrirá jamais a forma de datar o passado do mundo? Neste curto espaço entre dois nadas, nós, os epifenômenos, mantenhamo-nos graves. Fatos apenas fatos!
Dado que a pesquisa sobre a matéria e a energia não é de forma nenhuma encorajada,os mais curiosos atiram-se para um beco sem saída: o éter. É o meio penetrando toda a matéria e servindo de suporte às ondas luminosas e eletromagnéticas. ao mesmo tempo infinitamente sólido e infinitamente subtil. Rayleigh, que representa no final do século XIX a ciência oficial inglesa em todo o seu esplendor, elabora uma teoria sobre o éter giroscópico. Um éter composto por múltiplos íons girando em todos os sentidos e reagindo entre si. Aldous Huxley escreverá mais tarde que se uma obra humana pode dar a idéia da fealdade absoluta, a teoria de Lord Rayleigh é na especulação sobre o éter que estão comprometidas as inteligências disponíveis, no despontar do século XX.
Em 1898 produz-se a catástrofe: a experiência de Michelson e Morley destrói a hipótese do éter. Toda a obra de Henri Poincaré vai testemunhar esse desmoronamento. Poincaré, matemático de gênio, sentia sobre ele o enorme peso desse século XIX carcereiro e carrasco do fantástico. Teria descoberto a relatividade se o ousasse. Mas não ousou. La Valeur de la Science L, a Sczence et I Hypothèse são livros de desespero e demissão. Para ele, a hipótese científica. nunca é autêntica, não pode ser senão útil. É como uma estalagem espanhola: só se encontra aquilo que para lá se leva. Segundo Poincaré, se o Universo se contraísse um milhão de vezes, e nós com ele, não nos aperceberíamos de nada. Especulações inúteis, visto estarem separadas de toda a realidade sensível.
O argumento foi citado até ao princípio do nosso século como modelo de profundidade. Até ao dia em que um engenheiro prático observou que pelo menos o salsicheiro notá-lo-ia. Pois todos os presuntos cairiam ao chão. O peso de um presunto é proporcional ao seu volume, mas a força de um cordel apenas é proporcional à sua secção. Que o Universo se contraia apenas um milionésimo, e não haverá mais presuntos no teto! Pobre, grande e querido Poincaré! Era esse mestre do pensamento quem escrevia: O bom senso só por si é suficiente para nos dizer que a destruição de uma cidade por meio da desintegração de meio quilo de metal é uma impossibilidade evidente. Caráter limitado da estrutura física do Universo, inexistência dos átomos, fracos recursos da energia fundamental, incapacidade de uma fórmula matemática dar mais do que aquilo que contém, vacuidade da intuição, estreiteza e mecanicidade absoluta do mundo interior do homem: tal é o espírito nas ciências, e esse espírito estende-se a tudo, cria o clima no qual mergulha toda a inteligência desse século. Século inferior? Não. Grande mas estreito. Um anão que foi esticado.
Bruscamente, as portas cuidadosamente fechadas pelo século XIX sobre as infinitas possibilidades do homem, da matéria, da energia, do espaço e do tempo vão cair em estilhaços. As ciências e as técnicas darão um salto formidável, e a própria natureza do conhecimento vai ser novamente discutida. Mais do que um progresso: uma transmutação. Neste novo estado do mundo, a própria consciência deve mudar de estado. Atualmente, em todos os domínios, todas as formas da imaginação estão em movimento. Exceto nos domínios onde se desenrola a nossa vida histórica, obstruída, dolorosa, com a precariedade das coisas condenadas.
Um fosso imenso separa o homem da aventura da humanidade, as nossas sociedades da nossa civilização. Vivemos à base de idéias, de morais, de sociologias, de filosofias e de uma psicologia que pertencem ao século XIX. Somos os nossos próprios bisavós. Contemplamos a subida dos foguetões em direção ao céu, sentimos a terra vibrar devido a mil radiações novas, chupando o cachimbo de Thomas Graindorge. A nossa literatura, os nossos debates filosóficos, os nossos conflitos ideológicos, a nossa atitude perante a realidade, tudo isto dormita atrás das portas que acabam de ir pelos ares. Juventude! Juventude! Ide dizer a toda a gente que as entradas estão abertas e que o Exterior já penetrou!
A deleitação burguesa. - Um drama da inteligência ou a tempestade do irrealismo.
- perspectiva sobre outra realidade. - Para além da lógica e das filosofias literárias. A noção do eterno presente. - Ciência sem consciência: e consciência sem ciência? - A esperança.

Imagem: br.olhares.com

10 histórias assustadoras de navios fantasmas











Navios fantasmas são definidos como: “navios ficcionais assombrados, ou navios encontrados à deriva, com sua tripulação inteira ausente ou morta, ou navios que foram desativados, mas não demolidos”. Todas essas três opções parecem bastante plausíveis, exceto a parte do “ficcional”. Confira 10 histórias que, caso não forem reais, certamente nasceram do real:

1) CARROL A. DEERING

O Carrol A Deering era uma escuna de 5 mastros construída em 1911. A última viagem do navio de carga saiu do Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1920. O capitão, William Merrit, e seu primeiro marinheiro, Sewall Merrit (seu filho), tinham uma tripulação de 10 escandinavos. Ambos adoeceram e o capitão W. B. Wormell foi recrutado como substituto. Depois de deixar o Rio, o navio parou em Barbados para abastecer. O novo primeiro marinheiro, McLennan, ficou bêbado e queixou-se a um colega do Capitão Wormell, sua incompetência em disciplinar a tripulação e sua incapacidade de navegar o navio sem o auxílio de McLennan. McLennan foi preso depois de cantar “Eu vou pegar o capitão antes de se chegar a Norfolk, eu vou”. Wormell o perdoou, pagou sua fiança e zarpou de Barbados. O navio não foi avistado até 28 de janeiro de 1921, quando um guarda-farol foi saudado por um homem ruivo. O homem disse ao guarda-farol, com um sotaque estrangeiro, que o Deering havia perdido sua âncora, mas o navio não foi capaz de transmitir a mensagem devido a um mau funcionamento do rádio. Três dias depois, o Deering foi encontrado encalhado em Diamond Shoals, ao largo de Cabo Hatteras. Uma equipe de resgate chegou no navio em 4 de fevereiro. O que eles encontraram fez com que Deering entrasse para a história dos mistérios marítimos. Ele estava completamente abandonado. As toras e equipamentos de navegação haviam sumido, bem como dois dos botes salva-vidas. A comida do dia seguinte estava meio preparada na cozinha. Infelizmente, o navio foi afundado com dinamite antes de uma investigação completa sobre o mistério. O desaparecimento da tripulação ocorreu no Triângulo das Bermudas. Vários outros navios desapareceram no mesmo período e região. Muitas teorias se tornaram populares durante a investigação, incluindo explicações paranormais e pirataria nas Bahamas. A investigação formal terminou em 1922, sem qualquer decisão oficial.

2) BAYCHIMO

Construído na Suécia em 1911, o Baychimo era um navio comerciante ao longo das rotas do noroeste do Canadá. A Grã-Bretanha o ganhou da Alemanha, como parte das reparações de guerra. A viagem final do Baychimo ocorreu em outubro de 1931, transportando uma carga de peles. A embarcação virou gelo embalado ao largo da costa da cidade de Barrow. A tripulação abandonou temporariamente o navio em busca de abrigo contra o frio gelado. O navio se libertou do gelo uma semana depois, em 8 de outubro, e a equipe voltou, só para ficar presa no gelo novamente, em 15 de outubro. 15 membros da tripulação construíram um abrigo improvisado a alguma distância do navio, com a intenção de, eventualmente, navegá-lo novamente. Em 24 de novembro, uma tempestade de neve atingiu a região. Em seguida, a tripulação descobriu que o Baychimo tinha desaparecido, supostamente afundado na tempestade. Vários dias depois, um caçador informou à tripulação que havia avistado o navio perto de seu acampamento. A equipe localizou o navio para recuperar a sua preciosa carga, e o abandonou. Nas próximas quatro décadas, houve numerosos avistamentos do Baychimo ao longo da costa do Canadá. A última aparição confirmada ocorreu em 1969, 38 anos depois de ser abandonado, preso em um bloco de gelo. Em 2006, o Governo do Alasca iniciou uma operação para localizar o “navio fantasma do Ártico”, mas nada foi encontrado até hoje. Preso no gelo, flutuando ou no fundo do oceano, o destino de Baychimo permanece um mistério.

3) ELIZA BATTLE

O Eliza battle era um navio de luxo, lançado em Indiana em 1852, que regularmente divertia presidentes e VIPs. Em uma noite fria, um desastre ocorreu. Era fevereiro de 1858 quando o navio navegou o rio Tombigbee. Um incêndio se iniciou em fardos de algodão no convés principal do navio e logo se espalhou. Fora de controle, o navio afundou. Homens morreram em esforços para salvar seus entes queridos e mulheres morreram em seus esforços para salvar seus filhos, embora, felizmente, havia poucos a bordo do navio. Dos cerca de 100 passageiros, 26 morreram. O navio afundou cerca de 8 metros, e seus restos permanecem lá até hoje. Durante as enchentes de primavera, tarde da noite durante a lua cheia, o barco pode ser visto saindo da água e flutuando no rio, com música e queima de fogos no convés. Às vezes, apenas o contorno do navio é avistado. Dizem que se pode ver uma placa com o nome Eliza Battle ao lado do navio. Pescadores locais acreditam que ver o navio é sinal de desastre iminente e maus presságios.

4) MV JOYITA

O MV Joyita foi um iate de luxo, construído em 1931, em Los Angeles, para o diretor de filmes Roland West. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi usado como barco de patrulha e trabalhou ao longo da costa do Havaí. Em outubro de 1955, Joyita zarpou de Samoa com destino às Ilhas Tokelau. Sua partida havia sido adiada devido a um mau funcionamento de uma embreagem. A embreagem não foi reparada e o iate partiu em apenas um motor. Havia 25 pessoas a bordo, incluindo um funcionário do governo, duas crianças e um cirurgião que ia realizar uma amputação. Embora a viagem não devesse ter durado mais de dois dias, pelo terceiro dia Joyita ainda não tinha chegado ao porto. Nenhum pedido de socorro foi recebido. Uma busca foi realizada por aviões, mas nenhum sinal do barco ou da tripulação foi avistado. Em 10 de novembro, 5 semanas depois, o navio foi encontrado cerca de mil quilômetros de sua rota planejada. Estava parcialmente submerso. 4 toneladas de carga estavam faltando, e nenhum dos membros da tripulação estava a bordo. Os rádios estavam sintonizados na frequência internacional de socorro. A embarcação ainda estava rodando em um motor. Todos os relógios do navio pararam às 10:25, e as luzes de navegação e de cabine estavam acesas. Um kit médico foi encontrado no chão com quatro bandagens manchadas de sangue. O diário de sextante, o cronômetro e três balsas salva-vidas haviam sumido. Uma investigação posterior descobriu que o casco do navio estava bom e que o destino da tripulação era “inexplicável”. Os botes salva-vidas desaparecidos eram especialmente intrigantes, por que o navio era revestido de cortiça, ou seja, impossível de afundar, fato que o capitão e os tripulantes estavam conscientes. Não há menção da utilização dos equipamentos médicos no inquérito. A carga desaparecida também permaneceu um mistério. O Joyita foi reparado, mas encalhou em várias ocasiões, sendo apelidado de navio amaldiçoado. Acabou sendo vendido para sucata em 1960.

5) FLYING DUTCHMAN

Esse é provavelmente o mais famoso navio fantasma, popularizado pelo filme “Os Piratas do Caribe”. O “The Flying Dutchman” (em português, holandês voador) refere-se ao capitão do navio, e não o próprio navio. Vários navios ao redor do mundo são conhecidos como “The Flying Dutchman”, mas a história que segue é do original, localizado ao largo do Cabo da Boa Esperança. O capitão do navio, Hendrick Van Der Decken, estava viajando em torno do Cabo da Boa Esperança, sendo o destino final Amsterdam. Durante uma terrível tempestade, Van Der Decken se recusou a desviar o barco, apesar dos pedidos da tripulação. Monstruosas ondas arrebentavam o navio enquanto o capitão cantava canções obscenas, bebia cerveja e fumava cachimbo. Finalmente, sem opções restantes, muitos dos tripulantes se amotinaram. O capitão despertou de seu estupor alcoólico e matou o líder do motim, atirando seu corpo ao mar. Acima dele, as nuvens se abriram e uma voz veio dos céus: “Você é um homem muito teimoso”, a que o capitão respondeu: “Eu nunca pedi uma viagem tranquila, eu nunca pedi nada, então caia fora antes que eu atire em você também”. Van Der Decken mirou o céu, mas a pistola explodiu em sua mão: “Você está condenado a navegar pelos oceanos pela eternidade, com uma tripulação fantasma de homens mortos, trazendo a morte a todos aqueles que avistarem seu navio espectral, e nunca conhecendo um momento de paz. Além disso, bílis será a sua bebida, e ferro quente sua carne”. Há muitos relatos de avistamentos do Flying Dutchman, muitas vezes por marinheiros reputados e experientes, incluindo o Príncipe George de Gales e seu irmão. Tripulações registraram avistamentos do The Flying Dutchman ao largo da Península do Cabo. Ele também foi visto em Muizenberg, em 1939. Em um dia calmo, em 1941, uma multidão na praia de Glencairn viu um navio que parecia ativo, mas que desapareceu quando estava prestes a bater nas rochas. Para a maioria das pessoas que viu o Flying Dutchmann, isso provou ser um presságio terrível.

6) YOUNG TEAZER

Criado em 1813, o Young Teazer servia o comércio marítimo do Império Britânico ao largo da costa de Halifax. Era uma embarcação extremamente rápida. Em junho de 1813, o Teazer foi perseguido pelo corsário (embarcação armada de propriedade privada, com autorização para atacar, roubar ou afundar os navios mercantes dos países inimigos) de John Sherbrooke, Nova Escócia. O Teazer foi capaz de escapar para dentro de um nevoeiro. Pouco depois, o HMS La Hogue, outro navio, encurralou o Teazer em Mahone Bay. Com o anoitecer, o La Hogue e outro navio se prepararam para exercutar o Teazer, que não tinha para onde ir. O La Hogue enviou um barco para o Teazer. Quando ele se aproximava, o Teazer explodiu. 7 membros da tripulação sobreviveram e afirmaram que viram pela última vez o Primeiro-Tenente do Teazer, Frederick Johnson, correndo em brasas de fogo. Enlouquecido, Johnson jogou as cinzas em munições, matando a si e outros 30 tripulantes, que agora se encontram em túmulos sem marcação em um cemitério anglicano em Mahone Bay. Logo após o trágico acontecimento, relatos de testemunhas oculares começaram a surgir. Segundo eles, o Teazer ressurgia das profundezas como um navio espectral. No ano seguinte, em 27 de junho, as pessoas em Mahone Bay ficaram surpresas ao ver uma aparição no mesmo local onde o Teazer havia sido destruído. Conforme o navio se aproximou, o reconheceram como o corsário, que desapareceu em uma nuvem enorme de chamas. A história se espalhou por todo o país, e no próximo aniversário, muitas pessoas procuraram pelo “barco de fogo”. Certamente, ele apareceu novamente, e é lenda até hoje. O navio fantasma pode ser visto nas noites de nevoeiro, mais notavelmente aquelas que se enquadram dentro de 3 dias de lua cheia.

7) OCTAVIUS

Octavius foi alegadamente descoberto a oeste da Groelândia em 11 de outubro de 1775. Uma equipe embarcou no navio abandonado, descobrindo que toda a tripulação dele estava morta, aparentemente congelada no momento da sua morte. O Comandante foi encontrado em sua cabine, também congelado em sua mesa com uma caneta na mão, ainda escrevendo em seu diário. Ele estava acompanhado de uma mulher morta, uma criança coberta com uma manta e um marinheiro segurando um barril de pólvora. Os descobridores do navio o deixaram às pressas, levando apenas o diário. Infelizmente, o seu estado congelado só permitiu que se recuperasse a primeira e a última página. O último registro no diário, parcialmente concluído, é datado de 1762, significando que o navio estava no estado em que foi descoberto há 13 anos. O Octavius havia deixado a Inglaterra para o Oriente em 1761. O comandante optou por ir por uma rota mais curta, porém traiçoeira, através da então invicta Passagem do Noroeste. Acredita-se que o navio ficou preso no gelo, enquanto passava pelo norte do Alasca. A descoberta do navio significa que Octavius foi o primeiro a navegar a Passagem do Noroeste, embora a tripulação não sobrevivesse para testemunhar isso. Presume-se que o navio se liberou do gelo algum tempo depois, com a tripulação morta, e continuou a navegar por 13 anos. O Octavius nunca mais foi visto depois desse encontro.

8 ) LADY LOVIBOND

13 de fevereiro de 1748: comemorando o seu casamento, Simon Reed levou sua nova esposa, Annette, a bordo de seu navio, o Lady Lovibond, para um cruzeiro em Portugal, bem no momento em que era considerado má sorte levar uma mulher a bordo. Sem o conhecimento de Reed, seu primeiro marinheiro, John Rivers, estava apaixonado pela sua esposa. Tomado pela inveja, matou-o, e dirigiu o Lovibond para o notório Goodwin Sands, canal inglês conhecido por inúmeros naufrágios. Todos a bordo do Lady Lovibond morreram. O inquérito subsequente determinou que foi um acidente. 50 anos depois desse dia, dois navios diferentes testemunharam o navio fantasma navegando pelas areias de Goodwin. Em 13 de fevereiro de 1848, pescadores locais viram um acidente de navio na área e botes foram enviados para investigar, mas nada foi encontrado. Em 1948, o fantasma de Lovibond foi visto pelo capitão Bull Prestwick e foi descrito como parecendo real, mas com um estranho brilho verde. Infelizmente, você terá que esperar até 13 de fevereiro de 2048 para poder vê-lo novamente, já que o navio só aparece uma vez a cada 50 anos.

9) MARY CELESTE

O Mary Celeste é o maior e mais documentado mistério marítimo de todos os tempos. Até hoje, os eventos que levaram a tripulação de 8 mais 2 passageiros desaparecer da face da Terra são um tema de grande controvérsia e debate. Em 13 dezembro de 1872, uma pequena embarcação a vela de dois mastros entrou na Baía de Gibraltar. O Mary Celeste havia navegado de Nova Iorque, em 7 de novembro, e se dirigia para Genoa com uma carga de 1.701 barris de álcool. Na tarde de 5 de dezembro, o capitão Morehouse, de outro navio, reconheceu um navio como sendo o Mary Celeste. Ele era muito amigo do capitão Briggs, do Mary Celeste. Morehouse ficou assustado ao ver a guinada irracional de Celeste, já que sabia que Briggs era um marinheiro talentoso. Após duas horas de tentativas de comunicação sem resposta, Morehouse resolveu embarcar no navio fora de controle. Celeste parecia ter sido abandonado à pressa. Todos os documentos da embarcação estavam faltando, com exceção do diário do capitão. O último registro informava que o navio já tinha passado dos Açores em 25 de novembro. Surgiram histórias de xícaras de chá quente, metade do café da manhã largado e cachimbos acesos, mas essas histórias são muito provavelmente falsas. Ainda assim, ficou claro que o navio tinha sido abandonado à pressa, sem sinais de violência ou de luta. Estoque para seis meses de comida e água fresca ainda estavam a bordo, e pertences pessoais da tripulação foram deixados intactos. Toda a carga foi contabilizada com exceção de 9 de barris que estavam vazios. Não houve danos à embarcação, o que leva alguns a acreditarem que Celeste foi abandonado devido ao mau tempo. Isto contradiz a personalidade do capitão Briggs, descrito como um homem bravo e corajoso que só iria abandonar o navio se houvesse risco iminente de perda de vida, o que não era o caso. Morehouse navegou o Celeste até Gibraltar, chegando em 13 de dezembro. Um inspetor marinho encarregado de investigar o mistério descobriu o que ele acreditava ser algumas manchas de sangue na cabine do capitão junto a um facão ornamental, e uma faca e um corte profundo em uma grade que ele comparou com um objeto pontudo ou um machado (esse último objeto não foi encontrado a bordo, mas ele acreditava que o dano era recente). Não foi encontrado qualquer indício de danos ao navio, que estava navegável. Muitas explicações foram apresentadas para os eventos: pirataria, fraude de seguro (sendo que Briggs e Morehouse estavam juntos nessa), terremoto marítimo ou outros fenômenos, explosão causada pelos vapores da carga, comida contaminada que enlouqueceu a tripulação e várias teorias paranormais. Nos próximos 13 anos, o Mary Celeste mudou de mãos 17 vezes, com várias mortes trágicas. Seu último capitão deliberadamente encalhou o navio para fazer uma reivindicação de seguro falsa. Em 2001, uma agência marítima afirmou ter encontrado os destroços do Mary Celeste, embora os céticos afirmem que há centenas de naufrágios semelhantes na área e que não é possível determinar com certeza a identidade do navio.

10) OURANG MEDAN

Em junho de 1947, vários navios receberam mensagens frenéticas de código Morse do cargueiro holandês Ourang Medan. Vários deles responderam. A mensagem informava que “Todos os agentes, incluindo o capitão, estão mortos deitados na casa de navegação e na ponte. Possivelmente tripulação toda morta”. Uma segunda mensagem foi recebida pouco depois. Desta vez, uma voz no rádio dizia simplesmente “Eu morro”. Postos de escuta holandeses e britânicos conseguiram triangular a posição do navio. Depois de várias horas, um navio alcançou o cargueiro. Uma equipe pequena embarcou no aparentemente intacto Ourang Medan. Eles chegaram à ponte onde um rádio estava tocando. Vários membros do navio, incluindo o capitão, foram encontrados mortos. Mais cadáveres foram descobertos na plataforma de carga, incluindo um cão congelado. Nenhum sobrevivente foi encontrado a bordo. O mais preocupante era a natureza dos corpos, todos congelados olhando para cima, em direção ao sol, os braços estendidos, as bocas abertas, e um olhar de horror imenso nos rostos. A sala de comunicações revelou o autor da mensagem de socorro, também morto, a mão ainda sobre a chave do aparelho, os olhos bem abertos e os dentes arreganhados. Estranhamente, não havia sinais de ferimentos ou lesões em qualquer um dos corpos. A tripulação do navio de resgate tentou entrar na baía de carga, mas uma pequena explosão de origem desconhecida resultou em um inferno incontrolável. Derrotados, eles foram forçados a abandonar o navio. Em poucos minutos, o Ourang se afundou nas profundezas do oceano. Embora não existam registros claros de um navio com o nome Ourang Medan, muitos teóricos da conspiração acreditam que o navio estava agindo sob um nome falso, transportando algo que “oficialmente” não existia. Especulações envolvem piratas matando a tripulação e sabotando o navio, embora isto não explique os trejeitos peculiares e a ausência de lesões nos cadáveres. Outros afirmaram que nuvens de metano e outros gases nocivos naturais poderiam ter borbulhado de fissuras no oceano e afundado o navio. Alienígenas e fantasmas também tem espaço nas teorias. O destino do navio e sua tripulação permanecem um mistério. [Listverse]

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