terça-feira, 17 de julho de 2012

Apagando um incêndio com som


Um novo estudo da DARPA (Agência de Pesquisa Avançada em Defesa dos EUA) revelou que é possível apagar fogo usando apenas som.
E nem é necessário que seja um som ensurdecedor, pois a técnica não depende exatamente de um barulho alto, apenas de uma amplificação do campo acústico. O som necessário, no fim das contas, se parece com uma sirene.
A técnica foi desenvolvida pelo projeto “Repressão Instantânea ao Fogo” da DARPA. A ideia não é exatamente nova; na década de 1900, o físico alemão Heinrich Rubens manipulou fogo usando o som, utilizando um tubo com furos no topo. Uma extremidade foi selada com um autofalante, a outra com um fornecimento de gás. O gás começou a vazar por um dos furos, e
alterando a frequência do som emitida pelo autofalante, a altura das chamas pode ser manipulada.
Ter esse conhecimento, entretanto, não incentivou os governos e institutos de pesquisa a aprofundar ou melhorar a técnica.
Já a partir de 2008, depois de quase 50 anos sem avanços na pesquisa de manipulação do fogo, a DARPA anunciou seus planos de analisar a viabilidade do eletromagnetismo e ondas sonoras na extinção de incêndios.
A ideia é especialmente boa porque seria útil em controlar o fogo em espaços pequenos e fechados, como cockpits (cabines de pilotagem) de aviões e navios, onde incêndios são um grande problema, obviamente, e costumam ser devastadores e muito difíceis de controlar.
A técnica moderna
A DARPA se baseou na premissa de que as chamas de fogo precisam de um fornecimento estável de plasma frio para persistir. Sendo assim, a manipulação do fluxo de plasma frio poderia levar a técnicas mais eficientes de extinção do fogo.
Usando autofalantes em ambos os lados de uma chama de combustível líquido, a Agência mostrou como o fogo pode ser controlado pela amplificação de um campo acústico.
O som que saiu dos autofalantes aumentou a velocidade do ar que, em seguida, diluiu na área da chama onde a combustão ocorria – conhecida como “limite da chama”.
Uma vez que essa área é diluída, fica bem mais fácil extinguir a chama. Ao mesmo tempo, a acústica perturba a aérea em que o combustível que criou a chama está, aumentando a vaporização desse combustível, o que alarga a chama, diluindo-a ainda mais, tornando o fogo menos concentrado, e frio o suficiente para ser extinto.
“Nós mostramos que a física de combustão ainda gera surpresas para nós”, comentou o gerente da DARPA, Matthew Goodman. “Talvez esses resultados estimularão novas ideias e aplicações na pesquisa de combustão”.
De fato, de uns anos para cá, esse tipo de pesquisa tem ficado mais interessante. Recentemente, pesquisadores americanos conseguiram extinguir chamas com uma explosão de corrente elétrica, sugerindo um meio de suprimir ou extinguir o fogo sem alagar edifícios e gastar uma vasta quantidade de água.
Graças à observação de que cargas elétricas podem afetar a forma das chamas, eles criaram um “explosor” de onda elétrica ligado a um amplificador de 600 watts que direciona a corrente elétrica a chama, apagando-a.[Gizmodo, Wired]


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