sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Despertar dos Mágicos (68). que se pode dizer que a intuição, quer dizer, uma faculdade selvagem, um poder insólito do espírito



Se um bruxo negocia com a verdade...
Que acontece?
Pois bem, creio que negocia com o inimigo.

Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL

É absolutamente necessário, quanto mais não fosse para desobstruir o campo de investigações, impedir essa invasão. Mas isso deve ser em proveito do conhecimento. Quer dizer que não se trata de regressar ao positivismo que Flammarion julgava ultrapassado já em 1891, nem ao cientismo limitado justamente quando a própria ciência nos conduz a uma reflexão nova a respeito das estruturas do espírito. Se o homem possui poderes até aqui ignorados ou desprezados e se existe, como estaríamos inclinados a pensar, um estado superior de consciência, importa não rejeitar as hipóteses úteis à experimentação, os fatos verdadeiros, os confrontos esclarecedores, expulsando, essa invasão do ocultismo e das falsas ciências. Há um provérbio inglês que diz: Ao despejar a água suja da banheira tome cuidado para não despejar o bebê também.
A própria ciência soviética admite que nós não sabemos tudo, mas que não há qualquer domínio tabu, nem territórios para sempre inacessíveis. Os especialistas do Instituto Pavlove os sábios chineses que se consagram ao estudo da atividade nervosa superior trabalham no yoga. Por enquanto, escreve o jornalista científico Saparine, na revista russa Força e Saber, os fenômenos apresentados pelos yogis não são explicáveis, mas sem dúvida que o virão a ser. O interesse de tais fenômenos é enorme, pois eles revelam as extraordinárias possibilidades da máquina humana.
O estudo das faculdades extra-sensoriais, a psiônica segundo dizem os investigadores americanos por analogia com a eletrônica e a nucleônica, é de fato susceptível de dar azo a aplicações práticas de uma amplidão considerável. Os recentes trabalhos sobre o sentido de orientação dos animais, por exemplo, revelam a existência de faculdades extra-sensoriais. O pássaro migratório, o gato que percorre 1300 quilômetros para regressar a casa, a borboleta que vai ter com a fêmea a uma distância de 11 quilômetros parecem utilizar o mesmo tipo de percepção e de ação à distância. Se nós pudéssemos descobrir a natureza deste fenômeno e dominá-la, disporíamos de um novo meio de comunicação e de orientação. Teríamos à nossa disposição um verdadeiro radar humano.
A comunicação direta das emoções, tal como ela parece produzir-se no par analista¬paciente, poderia ter preciosas aplicações médicas. A consciência humana é semelhante a um iceberg flutuando sobre o oceano. A maior parte está submersa. Por vezes, o iceberg oscila, pondo a descoberto uma enorme superfície desconhecida, e nós dizemos: eis um louco. Se fosse possível que se estabelecesse uma comunicação direta entre as massas submersas, no par médico-paciente, por intermédio de qualquer amplificador psiônica, as doenças mentais poderiam desaparecer por completo.
A ciência moderna ensina-nos que os métodos experimentais no seu extremo grau de perfeição, lhe fixam certos limites.
Por exemplo, um microscópio suficientemente poderoso empregaria uma fonte luminosa tão forte que esta deslocaria o elétron observado, tornando a observação impossível. Não nos é possível tomar conhecimento do que está no interior do núcleo bombardeando-o: fica alterado. Mas pode ser que o equipamento desconhecido da inteligência humana permita a percepção direta das estruturas mais secretas da matéria e das harmonias do Universo. Talvez pudéssemos dispor de microscópios psiônicas, de telescópios psiônicas que nos mostrassem diretamente o que existe no interior de um astro longínquo ou no interior do núcleo atômico.
Talvez exista um sítio, no homem, no qual toda a realidade possa ser pressentida. Esta hipótese parece delirante. Auguste Comte declarava que jamais se viria a ter conhecimento da composição química de uma estrela. No ano seguinte, Bunsen inventava o espectroscópio. Talvez estejamos prestes a descobrir um conjunto de métodos que nos permitam desenvolver sistematicamente as nossas faculdades extra¬sensoriais, utilizando uma potente maquinaria dissimulada nas nossas profundezas. Foi nesta perspectiva que Bergier e eu trabalhamos, sabendo, assim como o nosso mestre Chesterton, que o charlatão não é aquele que mergulha no mistério, mas aquele que recusa abandoná-lo.
A CAMINHO DA REVOLUÇÃO PSICOLÓGICA
O segundo sopro do espírito. -Pede-se um Einstein da psicologia. - A idéia religiosa renasce. - A nossa sociedade está moribunda. - Jaurès e a árvore ruidosa de moscas. - O pouco que nós vemos é devido ao pouco que somos.
Terra fumegante de fábricas. Terra trepidante de negócios. Terra vibrante de cem novas radiações. Este grande organismo, no fim de contas, apenas vive por e para uma nova alma. Sol, a mudança de idade, uma modificação do Pensamento. Ora, onde procurar, onde colocar essa alteração renovadora e subtil que, sem modificar apreciavelmente os nossos corpos, fez de nós seres novos? Em parte alguma senão numa nova intuição, que modifica na sua totalidade a fisionomia do Universo em que nos movíamos - por outras palavras, num despertar.
Desta forma, para Teilhard de Chardin, a mutação da espécie humana começou: a nova alma está prestes a nascer. Essa mutação opera-se nas profundas regiões da inteligência e, devido a essa alteração renovadora, é-nos facultada uma visão total e totalmente diferente do Universo. Ao estado de vigília da consciência segue-se um estado superior, em comparação com o qual o precedente não passava de sono. Eis chegado o tempo do verdadeiro despertar.
É a uma reflexão sobre esse despertar verdadeiro que desejamos conduzir o leitor. Eu disse, no início do nosso trabalho, de que forma a minha infância e a minha adolescência se acharam impregnadas de um sentimento semelhante àquele que animava Teilhard. Quando analiso o Conjunto dos meus atos, das minhas investigações, dos meus escritos, vejo bem que tudo foi orientado pelo sentimento, tão violento e tão vasto em meu pai, de que há para a consciência humana uma etapa a transpor, de que há um segundo sopro a encontrar, e de que chegaram os tempos.
Este livro, no fundo, apenas tem como objetivo a afirmação tão poderosa quanto possível desse sentimento. Em relação à ciência, o atraso da psicologia é considerável. A psicologia dita moderna estuda um homem conforme à visão do século XIX, dominado pelo positivismo militante. A ciência realmente moderna prospecta um Universo que se revela cada vez mais rico em surpresas, cada vez menos de acordo com as estruturas do espírito e com a natureza do conhecimento oficialmente admitidos.
A psicologia dos estados conscientes supõe um homem determinado e estático: o homo sapiens do século das luzes. A física desvenda um mundo que joga diversos jogos a um tempo, com múltiplas portas abertas sobre o infinito. As ciências exatas vão dar ao fantástico. As ciências humanas ainda se encontram fechadas na superstição positivista. A noção do devir, do evolutivo, domina o pensamento científico. A psicologia ainda se baseia numa visão do homem terminado, nas funções mentais uma vez por todas hierarquizadas.
Ora, bem pelo contrário, a nós parece-nos que o homem não está terminado, parece¬nos vislumbrar, através dos formidáveis abalos que neste momento alteram o mundo, abalos em altura no domínio do conhecimento, abalos em largura produzidos pela formação das grandes massas, as premissas de uma modificação do estado da consciência humana, uma alteração renovadora no interior do próprio homem. De forma
que a psicologia eficaz, adaptada aos tempos que nós vivemos, deveria, segundo cremos, basear-se não naquilo que o homem é (ou antes naquilo que ele parece ser), mas naquilo que ele pode vir a ser, na sua possível evolução.
O primeiro trabalho útil seria a procura do ponto de vista sobre essa possível evolução. Foi a essa procura que nos dedicamos. Todas as doutrinas tradicionais assentam na idéia de que o homem não é um ser completo, e as antigas psicologias estudam as condições em que se devem operar as alterações, modificações, transmutações, que levarão o homem à sua verdadeira realização.
Uma determinada reflexão absolutamente moderna realizada segundo o nosso método leva-nos a pensar que o homem possui, provavelmente, faculdades que não explora, toda uma maquinaria por utilizar. Já o dissemos: o conhecimento do mundo exterior no seu limite, provoca uma revisão da própria natureza do conhecimento, das estruturas da inteligência e da percepção. Também dissemos que a próxima revolução seria psicológica. Esta idéia não é apenas nossa: é partilhada por muitos investigadores modernos de Oppenheimer a Costa de Beauregard, de Wolfgang Pauli a Heisenberg, de Charles-Noel Martin a Jacques Menétrier.
No entanto, é verdade que no limiar dessa revolução nenhum dos altos pensamentos quase religiosos que animam os investigadores penetra no espírito dos homens vulgares, vivificando as profundezas da sociedade. Tudo se modificou em certos cérebros. Nada se modificou desde o século XIX nas idéias gerais a respeito da natureza do homem e da sociedade humana. Jaurès, num artigo inédito sobre Deus, escrito no final da sua vida, dizia com grandeza:
O que hoje queremos dizer é que a idéia religiosa, por momentos afastada, pode reapossar-se dos espíritos e das consciências, visto que as conclusões atuais da ciência os predispõem a recebê-la. Existe desde já, se assim se pode dizer, uma religião já pronta, e se ela não penetra neste momento nas profundezas da sociedade, se a burguesia é limitadamente espiritualista ou tolamente positivista, se o proletariado está dividido entre a superstição servil ou o materialismo apaixonado, é porque o regime social atual é um regime de embrutecimento e de ódio, quer dizer, um regime irreligioso.
Não é, como dizem muitas vezes os declamadores vulgares e os moralistas sem idéias, porque a nossa sociedade tenha a preocupação dos interesses materiais que ela é irreligiosa. Pelo contrário, há qualquer coisa de religioso na conquista da natureza pelo homem, na apropriação das forças do Universo pelas necessidades da humanidade. Não, o que é irreligioso é que o homem não conquista a natureza sem escravizar os homens. Não é a preocupação pelo progresso material que afasta o homem dos altos pensamentos e da meditação das coisas divinas, é o esgotamento do labor inumano que não permite, à maior parte dos homens, ter a força de pensar nem sequer a desentir a vida, quer dizer, Deus. É também a sobrexcitação das paixões vis, a inveja e o orgulho, que desperdiçam em lutas ímpias a energia íntima dos mais valorosos e dos mais felizes. Entre a provocação da fome e a sobrexcitação do ódio, a humanidade não pode pensar no infinito. A humanidade é como uma grande árvore, cheia do ruído de moscas irritadas sob um céu de tempestade, e nesse zumbido de ódio a voz profunda e divina do Universo não é ouvida.
Foi com emoção que descobri este texto de Jaurès. Ele retoma os termos da longa mensagem que meu pai lhe havia enviado. Meu pai esperou febrilmente a resposta,
que não chegou. Foi a mim que ela chegou, por intermédio desse inédito, perto de cinqüenta anos mais tarde. . .
É evidente que o homem não tem um conhecimento de si próprio à altura do que ele faz, isto é, do que a ciência, recompensa do seu obscuro labor, revela a respeito do Universo, dos seus mistérios, dos seus poderes e das suas harmonias. E se o não tem é porque a organização social, baseada em idéias caducas, o priva de esperança, de repouso e de paz. Privado da vida, no verdadeiro sentido da palavra, como poderia ele descobrir a vastidão do infinito? No entanto, tudo nos incita a pensar que as coisas se modificarão rapidamente; que a agitação das grandes massas, a formidável pressão das descobertas e das técnicas, o movimento das idéias nas esferas da verdadeira responsabilidade, o contacto com as inteligências exteriores varrerão os antigos princípios que paralisam a vida em sociedade, e que o homem, novamente disponível no final desse caminho que vai da alienação à revolta e, depois, da revolta à adesão, sentirá nascer nele próprio essa alma nova de que fala Teilhard, e descobrirá na liberdade esse poder de ser causa que liga o ser ao fato.
Que o homem possui certos poderes: premonição, telepatia, etc., parece que está provado. Existem fatos observáveis. Mas, até aqui, tais fatos foram apresentados como supostas provas da realidade de alma, ou do espírito dos mortos. O extraordinário como manifestação do improvável: contra-senso. Portanto rejeitamos, no nosso trabalho, qualquer recurso ao oculto e ao mágico. Isto não significa que se deva desprezar a totalidade dos fatos e dos textos desse gênero. Quanto a isso, tomamos a mesma atitude de Roger Bacon 1, tão moderna e inteligente: É necessário, nestes assuntos, proceder com prudência, pois o homem pode facilmente enganar-se, e encontrar-nos-emos em presença de dois erros: uns negam tudo o que é extraordinário, e os outros, ultrapassando a razão, caem na magia. Precisamos portanto de desconfiar desses numerosos livros que contêm versos, caracteres, orações, conjurações, sacrifícios, pois trata-se de livros de pura magia, e de outros em número infinito, osquais não possuem o poder da arte nem o da natureza, mas histórias de feiticeiros. É necessário, por outro lado, considerar que, entre os livros considerados mágicos, há-os que o não são de forma alguma e contêm o segredo dos sábios... Se alguém encontrar nessas obras qualquer operação da natureza ou da arte, que a guarde.. .
O único progresso em psicologia foi o começo da exploração das profundezas, das zonas subconscientes. Nós cremos que 1613: Lettre sur les Prodiges. existem também cumes a explorar, uma zona superconsciente.
Ou antes, as nossas pesquisas e reflexões convidam-nos a admitir como hipótese a existência de um equipamento superior do cérebro, em grande parte inexplorado. No estado de vigília normal da consciência, fica em atividade um décimo do cérebro. Que se passa nos nove décimos aparentemente silenciosos? Não existe um estado onde a totalidade do cérebro se acharia em atividade organizada? Todos os fatos que vamos agora enumerar e estudar podem ser ligados a um fenômeno de ativação das zonas habitualmente adormecidas.
Ora ainda não existe nenhuma psicologia orientada para esse fenômeno. Sem dúvida será necessário aguardar que a neurofisiologia progrida para que nasça uma psicologia dos cumes. Sem esperar o desenvolvimento dessa nova psicologia, e sem querer prever os seus resultados, queremos simplesmente chamar a atenção para esse domínio. Pode ser que a sua exploração se revele tão importante como a exploração do átomo e a do espaço.
Até aqui, todo o interesse se fixou naquilo que está por debaixo da consciência; quanto à própria consciência, não deixou de aparecer, no estudo moderno, como um fenômeno proveniente das zonas inferiores: o sexo para Freud, os reflexos condicionados para Pavlov, etc. De forma que toda a literatura psicológica, todo o romance moderno, por exemplo, corresponde à definição de Chesterton: Essas pessoas que, ao falarem do mar, só falam do enjôo. Mas Chesterton era católico: ele cria na existência dos cumes da consciência porque admitia a existência de Deus. Tornava-se necessário que a psicologia se libertasse, como qualquer outra ciência, da teologia. Nós apenas pensamos que a libertação ainda não é completa; que existe também uma libertação em altura: pelo estudo metódico dos fenômenos que se situam acima da consciência, da inteligência que vibra a uma freqüência superior.
O espectro da luz apresenta-se assim: à esquerda, a larga faixa das ondas hertzianas e do infravermelho. Ao centro, a estreita faixa da luz visível; à direita, a faixa infinita: ultravioleta, raios X, raios gama e o desconhecido.
E se o espectro da inteligência, da luz humana, lhe fosse comparável? À esquerda, o infra ou subconsciente, ao centro, a estreita faixa da consciência, à direita, a faixa infinita da ultraconsciência.
Até aqui os estudos só atingiram a consciência e a subconsciência. O vasto domínio da ultraconsciência não parece ter sido explorado, a não ser pelos místicos e pelos mágicos: explorações secretas, testemunhos pouco esclarecedores. A pequena quantidade de informações conseguidas faz com que se expliquem certos fenômenos inegáveis - como seja a intuição e o gênio, correspondendo ao princípio da faixa da direita - com os fenômenos da infraconsciência, correspondendo ao final da faixa da esquerda.
Aquilo que sabemos do subconsciente serve-nos para explicar o pouco que sabemos do superconsciente. Ora, não se pode explicar a direita do espectro de luz com a esquerda, os raios gama com as ondas hertzianas: as propriedades não são as mesmas. Assim, pensamos que, se existe um estado para além do estado de consciência, as propriedades do espírito são aí totalmente diferentes. Outros métodos, diferentes dos da psicologia dos estados inferiores, devem ser encontrados.
Em que condições pode o espírito atingir esse outro estado. Quais serão então as suas propriedades? A que conhecimentos é então susceptível de chegar? O formidável movimento do conhecimento faz-nos chegar a esse ponto em que o espírito se sabe na obrigação de se modificar, para ver o que há a ver, para fazer o que deve ser feito. O pouco que vemos é devido ao pouco que somos. Mas seremos nós apenas aquilo que julgamos ser?
UMA REDESCOBERTA AO ESPÍRITO MÁGICO
O olho verde do Vaticano. -A outra inteligência. A Fábrica do Bosque Adormecido. - História da relavote. -É possível que a natureza faça um jogo duplo. A manivela da supermáquina. - Novas catedrais, nova gíria. -A última porta. -A existência como instrumento. -Coisas novas e razoáveis sobre os
símbolos. -Nem tudo está em tudo.
Para decifrar certos manuscritos encontrados nas margens do mar Negro foi insuficiente a ciência dos melhores lingüístas do Mundo. Instalou-se uma máquina, um computador eletrônico, no Vaticano, e deu-se-lhe a estudar um pavoroso garatujado, os restos de um pergaminho imemorial sobre todos os quais estavam inscritos em todos os sentidos pedaços de indecifráveis signos. Era necessário que a máquina fizesse um trabalho que centenas de cérebros, durante centenas de anos, não poderiam executar: comparar os traços, refazer todas as séries possíveis de traços semelhantes, escolher entre todas as possibilidades possíveis, extrair uma lei de similitude entre todos os termos de comparação imagináveis, depois, tendo esgotado a lista infinita das combinações, elaborar um alfabeto a partir da única similitude aceitável, recriar uma língua, restituir, traduzir. A máquina fixou o magma do seu olho verde, imóvel e frio, começou a estalar e a zumbir, inúmeras ondas rápidas percorreram o seu cérebro eletrônico, e finalmente fez emergir desse resíduo uma mensagem, libertando a palavra do velho mundo submerso. Ela traduziu. Sobre esses pergaminhos poeirentos, restos de letras se reanimaram, se uniram, se refundiram, e do informe, desse cadáver do verbo saiu uma voz cheia de promessas. A máquina disse: E nesse deserto traçaremos uma estrada em direção ao vosso Deus.
É sabida a diferença entre a aritmética e as matemáticas.
O pensamento matemático, desde Evariste Galois, descobrir um mundo que é estranho ao homem, que não corresponde à experiência humana, ao Universo tal como o conhece a consciência humana vulgar. A lógica que diz sim ou não é ali substituída por uma superlógica que funciona por sim e não. Esta superlógica não é do domínio da razão, mas da intuição. É neste sentido que se pode dizer que a intuição, quer dizer, uma faculdade selvagem, um poder insólito do espírito, rege atualmente grandes cantões de matemáticos.

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