terça-feira, 31 de março de 2009

800 Pinguins mortos numa praia do Chile



AGENCIA ATLAS 30-03-2009

Coberta de pinguins mortos. Assim se encontra esta praia do sul do Chile, onde na passada quinta-feira começaram a aparecer os cadáveres destes 800 animais.

Até ao momento ainda não se encontrou nenhuma explicação.

Habitualmente, os pinguins ficam presos nas redes dos pescadores, mas nunca em quantidades tão grandes.

EL PAÍS

segunda-feira, 30 de março de 2009

Cientistas encontram cidades perdidas na Amazónia


Descoberta
29.08.2008 - 11h26 Reuters
Uma vasta região da floresta da Amazónia, no Brasil, foi o centro de cidades antigas nas quais cerca de 50 mil pessoas viviam, de acordo com a recente descoberta feita com recurso a imagens de satélite por cientistas.

A descoberta foi publicada ontem na revista "Science" e onde se descrevem aglomerados de cidades e pequenas vilas ligadas por complexas redes.

A chegada de colonos europeus e as doenças que traziam com eles há cinco séculos atrás terão morto a maioria dos habitantes e danificado os aglomerados, segundo os antropólogos.

As comunidades consistiam em redes de cidades rodeadas por muralhas e pequenas vilas organizadas à volta de uma praça central, que agora estão quase totalmente tapadas pela floresta.

O antropologista da Universidade da Florida, Mike Heckenberger realçou a capacidade urbanística das vilas. “Se olharmos para a média das cidades medievais ou para média das cidades medievais da polis grega, a maioria é da mesma escala das que encontrámos na Amazónia. Só que as que encontramos agora são muito mais complicadas em termos de planeamento”, acrescenta Heckenberger.

Ajudados pelas imagens de satélite, os investigadores passaram mais de dez anos a estudar e mapear as comunidades perdidas.

Antes da chegada dos europeus em 1492, as Américas eram palco de prósperas sociedades com grandes cidades. A descoberta ajuda a entender também as várias civilizações pré-colombianas.

Os investigadores afirmaram que um aspecto importante da existência de antigas comunidades na região da Amazónia de Xingu, no centro-norte do Brasil, significa ainda que uma região da floresta tropical da Amazónia, antes considerada intacta, na verdade já foi cenário de extensa actividade humana no passado.

Os cientistas norte-americanos e brasileiros trabalharam com trabalharam com membros da tribo Kuikuro, o povo indígena da amazónia que acreditam ser os directos descendentes dos habitantes desses aglomerados civilizacionais.

Foto: http://iriscelta.multiply.com/photos/

sábado, 28 de março de 2009

Lenda explica estátuas que olham para o mar


da Folha de S.Paulo, na ilha de Páscoa

A chegada dos primeiros colonizadores da Polinésia à ilha de Páscoa é contada na lenda do rei Hotu Matu, a qual faz referência a sete navegantes. Estes poderiam, segundo alguns arqueólogos, ter sido homenageados pelos sete moai de Ahu Akivi, os únicos na ilha que olham para o mar, justamente em direção à Polinésia. No final da lenda, há um detalhe sentimental que humaniza a narração e a faz mais verossimilhante.

Diz a tradição que na ilha de Hiva (hoje desconhecida) o rei presenciou um cataclismo. Viu que a terra havia se afundado no mar. Ao subir, o mar engoliu famílias inteiras, homens e mulheres, crianças e idosos. O rei resolveu então partir com todo seu grupo.

Antes de empreender o êxodo, porém, mandou na frente uma expedição de reconhecimento à terra de sua próxima residência.

Sete navegantes zarparam para o leste, na direção do sol, e chegaram a Rapa Nui. Procuraram uma parte plana para poder desembarcar. Na primeira baía não havia condição, porque era muito pequena. Após outras tentativas, finalmente descobriram uma baía adequada, da qual exploraram a ilha inteira e regressaram a Hiva.

O rei desembarcou na praia da baía de Anakena. Havia vários barcos, cada um transportava centenas de pessoas.

Todas desceram gritando e gesticulando e beijaram a terra. Meninos pisavam timidamente na areia, homens e mulheres iam e vinham para descarregar dos barcos os alimentos e seus pertences.

Finalmente o rei inspecionou a praia que seria sua nova residência. Logo mandou construir uma casa para ele e outra para sua mulher. As casas apontavam para o mar, agora em direção oeste, onde o sol se põe.

O arquiteto das casas, Nuku Kehu, por sua vez, se entristecia ao olhar para o sol que descia em direção à ilha de Hiva, pois sua mulher havia morrido lá .

Make Make
Outra lenda conta os atos de Make Make, o único deus de Rapa Nui. Ele estava sozinho e isso não era bom. Apanhou uma cuia cheia de água e olhou dentro dela. Observando o reflexo de seu semblante no líquido, disse: "Salve, jovem! Que bonito és, estás parecido comigo".

Make Make fez um orifício na cuia e tentou fecundar a água, mas abundaram somente peixinhos, chamados "parokos". O trabalho não resultou em nada. O deus pegou então uma pedra, fez um orifício nela e tentou fecundá-la. Tampouco resultou em algo.

Make Make voltou a trabalhar, amontoou terra, fez nela um orifício e a fecundou. O resultado, dessa vez, foi o homem.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u2267.shtml
foto: http://br.geocities.com/enigmasdahumanidade/os.htm

sexta-feira, 27 de março de 2009

Arqueólogos descobrem 'acampamento do verdadeiro Robinson Crusoé'


Publicado por Editorial [MisteriosAntigos] em 2/2/2009
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Arqueólogos acreditam ter encontrado evidência do acampamento, em uma ilha chilena, de Alexander Selkirk, o náufrago que teria servido de inspiração para o personagem central do clássico de Daniel Defoe, Robinson Crusoé, de acordo com um artigo publicado na revista acadêmica Post-Medieval Archaeology.

O marinheiro escocês Selkirk ficou preso, em 1704, na ilha de Más a Tierra, hoje conhecida como Ilha de Robinson Crusoé e que faz parte do arquipélogo Juan Fernández, a cerca de 750 km da costa chilena.



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Ele decidiu ficar no local, onde o navio Cinco Portos havia parado para reparos, depois de ter supostamente brigado com o comandante da embarcação a respeito das condições de navegação do veículo.

Agora, arqueólogos afirmam ter encontrado provas do que acreditam ser a estadia de Selkirk em uma parte da ilha conhecida como Aguas Buenas, depois de descobrir restos de um acampamento que teria sido construído por um europeu.

O artigo da revista especializada detalha a descoberta de um fragmento de uma amálgama de cobre de um objeto de navegação que teria pertencido a um marinheiro ou a um mestre de um navio.

Relatos do capitão Woodes Rogers, que resgatou Selkirk da ilha, sugerem que o marinheiro escocês teria desempenhado um desses dois papéis.

Os arqueólogos também teriam encontrado sinais de onde Selkirk teria construído um abrigo, perto de um riacho, e montado um observatório para verificar a chegada de navios ao local. No final, levou cinco anos até que um navio inglês chegasse ao local.

Publicado dez anos depois do resgate, o livro Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, teria sido inspirado na experiência de Selkirk na ilha chilena.

O artigo na revista acadêmica foi publicado por um grupo de arqueológos reponsáveis pela escavação. O projeto na ilha chilena é patrocinado pela National Geographic Society of Washington.


Fonte: BBC
http://misteriosantigos.com/artigos/modules/smartsection/item.php?itemid=231

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pesquisa pode ter criado fonte de energia por fusão a frio


Agência AFP

SAN DIEGO, CALIFÓRNIA - Cientistas que trabalham para um laboratório da Marinha americana anunciaram nesta segunda-feira resultados de experiências, talvez promissoras, relacionadas à fusão nuclear a frio - um campo de pesquisa visto com cautela pela comunidade científica.

A fusão a frio seria o Santo Graal dos físicos em busca de uma fonte de energia limpa, barata e inesgotável.

- De acordo com nosso conhecimento, é a primeira vez que nêutrons de alta energia são produzidos a partir de reações nucleares com energia fraca - em outros termos, a fusão a frio, afirmou a química Pamela Mosier-Boss do Space and Naval Warfare Systems Center (SPAWAR) de San Diego, Califórnia, uma das autoras do estudo.

A fusão a frio é uma reação da fusão nuclear que ocorre em condições de baixíssima temperatura em vez dos milhões de graus exigidos para reações da fusão do plasma.

- Se há fusão, deve-se observar nêutrons - acrescentou ela num comunicado. Mas, prosseguiu:

- Não sabemos se uma fusão se produziu realmente uma vez que poderia tratar-se de uma outra espécie de reação nuclear - disse, qualificando, no entanto, "esses resultados de muito significativos".

Os resultados foram anunciados durante a conferência anual da American Chemical Society realizada desde o final de semana em Salt Lake City (Utah).

A fusão a frio é o termo popular usado para o que é chamado, atualmente, de "energia fraca".

A fusão a frio havia sido relatada por Martin Fleischmann e por Stanley Pons na Universidade de Utah, em março de 1989. Este anúncio chegou a ser noticiado nas primeiras páginas dos jornais por algum tempo, e gerava muita polêmica; a fusão fria era rejeitada pela comunidade científica.

Apesar disso, depois de 1989, muitos cientistas observaram experimentalmente excesso de calor, trítio, hélio e mutações nucleares.

Estas experiências usam uma grande variedade de métodos. Mas o anúncio espetacular esvaziou-se na época, depois que várias equipes de científicas não conseguiram reproduzir os resultados da experiência.

O físico Paul Padley da Universidade Rice do Texas (sul) citado no Houston Chronicle on-line, e que examinou os trabalhos de Pamela Mosier-Boss publicados nesta segunda-feira, considerou que não havia explicação plausível de fusão nuclear nas condições descritas.

Mas admitiu que a fusão poderia produzir os efeitos mencionados pela pesquisadora, a saber, a produção de nêutrons, mas que também poderiam provir de outras fontes, o que ela não menciona.

Steven Krivit, fundador da revista New Energy Times que acompanha as atividades de pesquisa na fusão a frio há 20 anos, considerou "importantes" os resultados dos trabalhos de Pamela Mosier-Boss.

Os nêutrons produzidos por sua experiência não proviriam talvez de uma fusão a frio mas de um novo processo nuclear deconhecido, explicou.

- Trata-se de um novo campo de pesquisa científica situando-se entre a química e a física - destacou Steven Krivit.

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/03/23/e230326095.asp

quarta-feira, 25 de março de 2009

O mortífero balanço da Terra


As oscilações da órbita do planeta causam extinções periódicas de espécies

Josep Corbella em Barcelona

A cada 2,5 milhões de anos começa uma nova partida no grande jogo da vida. Grande parte das espécies é eliminada e entra em cena um novo grupo de participantes que terá sua oportunidade de sobreviver e passar para a próxima rodada.

Essas distinções periódicas desconcertam os paleontólogos há décadas. Agora uma equipe internacional de cientistas que analisou mais de 80 mil fósseis procedentes de três regiões da Espanha encontrou finalmente uma explicação: segundo suas conclusões apresentadas na revista "Nature", os períodos de grandes extinções e surgimento de novas espécies coincidem de maneira precisa com as oscilações da órbita da Terra ao redor do Sol. "A órbita da Terra não é perfeitamente regular", explicou em entrevista por telefone Jan van Dam, paleontólogo da Universidade de Utrecht (Holanda) e primeiro autor da pesquisa.

Assim como um pião, a Terra oscila na medida em que gira, de modo que sua inclinação muda seguindo um ciclo de 41 mil anos, e os pólos se aproximam mais do Sol em certas épocas que em outras. Ao mesmo tempo, a forma da órbita varia seguindo um ciclo de 100 mil anos: em algumas épocas é quase circular - como atualmente -, enquanto em outras descreve uma elipse mais alongada e se afasta mais do Sol durante alguns meses do ano.

"A combinação desses dois ciclos criou um padrão de ciclos mais longos", explicou Van Dam. É uma simples questão matemática: pensem no ciclo dos Jogos Olímpicos - a cada quatro anos - e no ciclo das décadas - a cada dez anos. Agora pensem em que intervalo se realizam os jogos em anos terminados em zero - a cada 20 anos: um ciclo mais longo do que qualquer dos dois anteriores. No caso da Terra, esse padrão de ciclos mais longos cria condições climáticas extremas a cada milhão de anos para a inclinação da órbita e a cada 2,5 milhões de anos para a excentricidade.

Se a órbita é muito elíptica, e o verão no hemisfério norte coincide com a época do ano em que a Terra se afasta mais do Sol, "então o norte do planeta terá verões de pouco calor", indicou Van Dam. Se isso também coincidir com um período de inclinação mínima da Terra, e portanto o pólo receber menos radiação solar no verão, haverá condições para que uma pequena quantidade da neve polar derreta nos meses quentes e se forme uma grande capa de gelo ao redor do pólo norte.

As condições glaciais levarão a "um maior esfriamento e uma maior aridez nos continentes", escrevem os pesquisadores na "Nature" - o que por sua vez limitará o crescimento das espécies vegetais, reduzirá os alimentos disponíveis para os animais, modificará os ecossistemas e causará extinções em cadeia.

Inversamente, nas épocas em que a órbita da Terra é quase circular, os pesquisadores calculam que deve ocorrer uma mudança climática em sentido contrário, com umidade em vez de aridez e proliferação de espécies adaptadas a essas condições úmidas.

O grande mérito da nova pesquisa, da qual participaram cientistas da Universidade Complutense e do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madri, é que analisa mais de 80 mil fósseis, abrangendo um período de 22 milhões de anos, para comprovar se essas previsões teóricas estão corretas. Os fósseis procedentes de jazidas de Teruel, de Calatayud e do leste de Madri têm uma antiguidade de 2,5 milhões a 24,5 milhões de anos. As análises se concentraram em dentes de roedores, porque são fósseis que permitem identificar de maneira confiável os animais analisados e determinar o momento do aparecimento e da extinção de cada espécie.

Os resultados mostram uma sincronização precisa entre as épocas de maior extinção e surgimento de novas espécies e o ciclo astronômico de 2,5 milhões de anos relacionado à excentricidade da órbita terrestre. Em menor medida, também se observa uma relação entre algumas extinções e o ciclo de um milhão de anos relacionado à inclinação da Terra. "Nos concentrarmos nos roedores, mas as conclusões podem ser extrapoladas para outras espécies", declarou Van Dam. As oscilações da órbita da Terra provocam "mudanças climáticas que afetam todo o ecossistema, e me surpreenderia se outros animais também não sofressem seus efeitos".

Mas não é possível extrapolar as conclusões para as extinções futuras, adverte o cientista, porque o sistema climático hoje é radicalmente diferente da época que ele investigou e porque entrou em jogo um fator de extinção provavelmente mais poderoso e mais mortífero que as alterações da órbita terrestre: o ser humano.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lavanguardia/2006/10/27/ult2684u237.jhtm

quarta-feira, 18 de março de 2009

O Planeta habitável


Astrónomos descobrem o primeiro planeta habitável
Fri May 4 15:34:26 WEST 2007


Astrónomos europeus anunciaram a descoberta do primeiro planeta extra-solar que aparenta ser semelhante à Terra, podendo mesmo conter água no estado líquido à sua superfície.

Xavier Bonfils, investigador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa/Observatório Astronómico de Lisboa - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CAAUL/OAL-FCUL) integra a equipa responsável pela descoberta.

Utilizando o telescópio de 3,6-m do Observatório Europeu do Sul, a equipa de cientistas descobriu uma super-Terra com aproximadamente 5 vezes a massa da Terra em órbita de uma estrela anã vermelha.

Para ver uma animação do sistema planetário Gliese 581, consulte:
ftp://ftphost.hq.eso.org/pub/pad/broadcasting/NR- 2007/VNR22/ANIMATIONS_BROADCAST.mov

Para além de ser o menor planeta extra-solar, ou exoplaneta, encontrado até hoje, é a primeira vez que se descobre um destes corpos na "zona habitável"de uma estrela.

A temperatura superficial desta super-Terra situar-se-á entre os 0 e os 40 graus Celsius, o que possibilita a existência de água líquida e, consequentemente, abre possibilidades intrigantes relativamente à existência de Vida.

Para ver a comunicação do ESO sobre a descoberta, consulte:
http://www.oal.ul.pt/index.php?link=hab_planet

http://mail01.oal.ul.pt/pipermail/astronovas/2007-May/000102.html

Foto: http://i204.photobucket.com/albums/bb135/jrrrrrrrrrr/MayIhaveThisDance.jpg
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terça-feira, 17 de março de 2009

O MISTÉRIO DOS "BRAÇOS FANTASMA"


Utilizando dados obtidos pelos telescópios espaciais XMM-Newton, Chandra e Spitzer, uma equipa de astrónomos obteve resultados que podem ser a solução para um mistério que perdura há 45 anos. O enigma reside em dois braços espirais na galáxia M106, também conhecida como NGC 4258.

Localizada na constelação Cães de Caça, a 23,5 milhões de anos-luz da Terra, a M106 é uma galáxia espiral. Em imagens obtidas no óptico podem-se observar dois braços espirais proeminentes com "origem" na parte central da galáxia. As estrelas jovens e brilhantes existentes no interior destes braços fazem com que o gás contido nestes brilhe.

No entanto, em observações no comprimento de onda dos raios-X, é possível observar dois outros braços espirais que aparecem como dois "braços fantasmas" entre os observados no óptico. As estruturas observadas em raios-X são constituídas na sua maioria por gás.

Para ver uma imagem da galáxia M106 e dos braços fantasma, consulte:
http://www.oal.ul.pt/astronovas/galaxias/spiral.jpg

A imagem é formada pela composição de observações da M106 em diferentes comprimentos de onda. Podemos ver na imagem quatro cores diferentes: amarelo, púrpura, azul e vermelho. A estas cores correspondem, respectivamente, as observações realizadas no óptico, rádio, raios-X e infravermelhos. Os braços fantasma aparecem na imagem com cor purpura e azul.

Descobertos no princípio da década de 1960, a natureza destes braços fantasma tem sido um enigma para os astrónomos. Com o auxílio de dados obtidos pelos telescópios XMM-Newton, Chandra e Spitzer, os astrónomos confirmaram agora que estes braços fantasma representam regiões de gás que está a ser aquecido violentamente devido à acção de ondas de choque.

Tinha já sido sugerido que os braços fantasma fossem na realidade jactos de partículas ejectadas por um buraco negro de grande massa residente no centro da galáxia M106. No entanto, observações no rádio, realizadas pelo VLA, detectaram um outro par de jactos originados no núcleo da M106. O facto de ser pouco provável que o núcleo activo de uma galáxia possa possuir mais do que um par destes jactos faz com que a teoria proposta tenha sido posta em causa.

Em 2001, uma equipa de investigadores reparou que os jactos possuem uma inclinação de 30 graus em relação ao disco da galáxia. No entanto, a projecção destes jactos no disco da galáxia coincide aproximadamente com os braços fantasma.

Acreditando que este alinhamento não é fruto do acaso, a equipa propôs que à medida que os jactos de partículas provenientes do núcleo se deslocam aquecem o gás que se encontra na direcção do seu deslocamento, formando assim "bolhas" que se vão expandido ao longo do tempo. Geram-se ondas de choque que, como a inclinação dos jactos relativamente ao disco da galáxia é pequena, acabam por aquecer o gás presente em grandes quantidades no disco. Atingem-se assim temperatura de milhões de graus Celsius, o que resulta na emissão abundante de raios-X por parte do gás.

Com o objectivo de testar esta ideia, uma equipa de astrónomos consultou o arquivo de observações espectrais realizadas pelo XMM-Newton. Através destes dados, a equipa foi capaz de determinar a temperatura do gás presente nos braços fantasma e analisar como é que a radiação X emitida por este gás é absorvida pelo material circundante.

Perante este cenário, uma das previsões realizadas foi a de que os braços fantasma acabariam por ser afastados gradualmente do plano do disco da galáxia por acção dos jactos. Os dados espectrais do XMM-Newton mostram que a radiação X sofre uma maior absorção na direcção do braço que se encontra a Noroeste do que na direcção do braço que se encontra a Sudeste. Os resultados sugerem que o braço a Sudeste encontra-se parcialmente no lado mais próximo do disco da M106, enquanto que o braço a Noroeste se encontra parcialmente no lado mais afastado.

Os cientistas notaram que as observações são consistentes com o cenário previsto e, ao consultarem dados obtidos pelo Spitzer tiveram a confirmação. A "visão" infravermelha do Spitzer mostra claramente sinais de que a radiação X proveniente do braço a Noroeste é absorvida pelo gás quente e poeira presentes no disco da galáxia. Além disso, a elevada resolução do telescópio espacial Chandra permitiu à equipa obter indicações claras da existência de gás comprimido pelas interacções com os dois jactos.

Além de lançar alguma "luz" sobre o mistério dos braços fantasma, as observações permitiram também estimar a energia dos jactos e determinar qual a relação entre estes e o buraco negro central da M106.

http://mail01.oal.ul.pt/pipermail/astronovas/2007-May/000103.html
Foto: http://www.adorocinema.com.br/filmes/maquina-do-tempo-2002/maquina-do-tempo-2002.asp#Sinopse
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segunda-feira, 16 de março de 2009

Prédios, antes dos faraós


Descobertos prédios anteriores a 1569 a.C. no Egito
Publicado por Editorial [MisteriosAntigos] em 14/9/2008
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Um grande edifício administrativo e um pátio cheio de colunas, que datam de antes da dinastia faraônica XVII (1569-1600 a.C), foram descobertos em Asuan, no sul do Egito, por uma equipe de arqueólogos da Universidade de Chicago (EUA).

A informação é do Conselho Supremo de Antiguidades (CSA) do Egito.


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De acordo com o comunicado do CSA, os restos foram encontrados durante as escavações realizadas na zona de Tal Edfu, na cidade meridional de Edfu, próxima à Asuan, 960 quilômetros ao sul do Cairo.

O amplo espaço ocupado pelos restos do edifício administrativo indica que, na antiguidade, ele era parte de um grande centro residencial, em pleno coração da cidade, explicou o ministro da Cultura egípcio, Faruk Hosni.

O secretário-geral do CSA, Zahi Hawas, aponta que o pátio contém 16 colunas de madeira e data de uma época anterior à da dinastia XVII.

Os especialistas encontraram no pátio um conjunto de recipientes de cerâmica onde eram guardados cereais e selos da dinastia faraônica XIII (1650 - 1773 a. C.).

http://misteriosantigos.com/artigos/modules/smartsection/item.php?itemid=208
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sexta-feira, 13 de março de 2009

O Saara já foi verde


Cemitério da Idade da Pedra mostra que Saara foi 'verde'
Publicado por Editorial [MisteriosAntigos] em 2/3/2009
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Um cemitério da Idade da Pedra à beira de um extinto lago no Níger mostra que o Saara teve um breve período fértil, o que permitiu que fosse habitado por peixes, crocodilos e seres humanos, disseram pesquisadores.

O sítio arqueológico de Gobero, nome dado pelos tuaregues ao lugar, tem 10 mil anos e foi descoberto em 2000, mas só agora os paleontólogos conseguiram informação suficiente para apresentar um estudo, segundo Paul Sereno, da Universidade de Chicago.

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O grupo procurava fósseis de dinossauros quando topou com ossos de humanos e animais e alguns artefatos. "Percebi que estávamos no Saara verde", disse Sereno, que na época trabalhava para a National Geographic.

Ali há pelo menos 200 tumbas, aparentemente deixadas por dois assentamentos humanos separados por um intervalo de mil anos. Em um dos túmulos, uma mulher jaz há cinco milênios abraçada a duas crianças, sobre um leito de flores.

Os habitantes mais antigos eram caçadores e coletores altos e robustos, chamados "kiffianos", que teriam abandonado a área quando o lago secou por uma primeira vez, há cerca de oito mil anos, segundo o relato publicado na revista PLoS ONE, da Biblioteca Pública de Ciências dos EUA.

O segundo grupo teria se estabelecido ali entre sete mil e quatro mil e quinhentos anos atrás, já com o lago recomposto.

Esses seriam os "tenerianos", um povo mais baixo e magro, que vivia da pesca, da caça e da pecuária.

Ambos deixaram muitos artefatos, como ferramentas, anzóis, cerâmicas e jóias. "À primeira vista, é difícil imaginar dois grupos biologicamente mais distintos de pessoas enterrando seus mortos no mesmo lugar", disse o bioarqueólogo Chris Stojanowski, da Universidade do Estado do Arizona, que atua em Gobero.

O Saara é há dezenas de milhares de anos o maior deserto do mundo.

Mas há cerca de 12 mil anos uma mudança na órbita da Terra fez com que durante um período as chuvas de monções ocorressem mais ao norte.

Os cientistas recolheram esmalte dentário, pólen, ossos, amostras de terra e ferramentas para estabelecer as datações.

"A data de Gobero, quando combinada com sítios existentes na África do Norte, indica que estamos apenas começando a entender a complexa história da evolução biossocial diante das severas flutuações climáticas no Saara", escreveram os pesquisadores no artigo.

http://misteriosantigos.com/artigos/modules/smartsection/item.php?itemid=245


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quinta-feira, 12 de março de 2009

A mensagem oculta de Abraham Lincoln


Reuters Washington
Actualizado quarta-feira 11/03/2009 08:25 horas

O Museu Nacional de História dos Estados Unidos, revelou o achado duma mensagem oculta no relógio de ouro que pertenceu a Abraham Lincoln, e no qual um relojoeiro inscreveu frases relativas à Guerra Civil norte-americana sem que o defunto mandatário o soubesse.

As inscrições rezam "os rebeldes atacaram o fortim Sumpter" e "graças a Deus que temos um Governo". Os investigadores sustêm que foi o relojoeiro Jonathan Dillon que as escreveu em 13 de Abril de 1861, um dia depois de que as tropas da Confederação atacassem o fortim de Charlesrton, na Carolina do Sul.

O próprio Dillon confessou 45 anos depois que escondeu as suas declarações, depois de escutar os primeiros disparos enquanto reparava o relógio do ex presidente, como confessou ao diário 'The New York Times'.

"Lincoln nunca conheceu a mensagem que levava no seu bolso", afirmou o director do Museu Nacional de História Americana, Brent Glass, num comunicado. "É uma parte pessoal da história de um relojoeiro corrente que quis gravar algo para a posteridade", acrescentou.

O museu não abriu o relógio para comprovar se lá estava a mensagem oculta, até que não logrou contactar com o tetraneto do relojoeiro, Doug Stiles, que actualmente vive em Waukegan, Illinois.

EL PAÍS
Traduzido do espanhol
Foto: Imagem das mensagens escritas dentro do relógio. Reuters
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terça-feira, 10 de março de 2009

Um menino francês passa 7 anos encarcerado pelos seus pais


La Dépêche du Midi
Os pais, que já foram presos, tinham Dylan como um preso. Nunca foi à escola, nem se lhe permitia sair à rua.

Rubén Amón, París
Actualizado sexta-feira 06/03/2009 13:21 horas

Os pais tinham Dylan como um preso. Não é o nome de um cão, é o de um menino de sete anos, francês, há sete anos enclausurado no cárcere domiciliar de Millau (sudeste de França). Nunca foi à escola, nem nunca se lhe permitiu sair. Tampouco tem bonecos. Unicamente um colchão e um urinol, como os presos de outras épocas.

A polícia prendeu os pais. Acusa-os de maus-tratos infantis, de abandono moral e material de um menor e de "desatenções", ainda que os agentes também suspeitam que possam existir abusos sexuais, mais além da evidente violência física.

O polícia competente, Patrick Desjardins, dizia esta manhã consternado e surpreso depois de visitar a casa de Dylan. "Era um cárcere, um quartito claustrofóbico e fedorento. Não podia abrir-se a janela de dentro nem entrava luz. O menino foi tremendamente maltratado", acrescenta Patrick Desjardins.

Os serviços sociais franceses aperceberam-se do 'caso Dylan', quando os pais do menino tiveram outro filho em 2007. Acudiram com assistência à família, ainda que foi graças ao testemunho de alguns vizinhos que acharam o esconderijo.

Dylan recebia frequentes castigos corporais "por seu mau comportamento", objectou o padre. Administrava-os na presença da mãe, por sua vez cúmplice e protagonista das vexações "insuportáveis", tal como dizia esta manhã Desjardins.

A avó de Dylan pediu "urgentemente" à justiça que encarcerem a sua filha e o seu genro. Também se ofereceu para custodiar, ainda que a decisão dependa da justiça francesa. De momento, as primeiras perícias confirmam que Dylan é um menino de inteligência normal. Outra questão é o dano psicológico que lhe causou o encarceramento, e a violência.

EL MUNDO
Traduzido do espanhol
Foto: Numa cama velha sobre um colchão empapado de urina, onde dormia o pequeno Dylan.

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segunda-feira, 9 de março de 2009

A cabeça de Cleópatra


Missão encontra cabeça de escultura de Cleópatra
Publicado por Editorial [MisteriosAntigos] em 9/7/2008
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Uma missão egito-dominicana encontrou, perto de Alexandria, no norte do Egito, a cabeça de uma estátua de alabastro que representa Cleópatra e uma máscara que pode ter pertencido a Marco Antônio, anunciou hoje em um comunicado o ministro egípcio da Cultura, Faruk Hosni.





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Essas duas descobertas, assim como uma estátua de bronze da deusa Afrodite e outra estátua real sem cabeça da era ptolomaica (332-30 DC), foram realizadas pela missão no templo de Taposiris Magna, informou na mesma nota o diretor de Antigüidades Egípcias, Zahi Hawass.

Cerca de vinte objetos de bronze gravados com o rosto de Cleópatra e várias galerias e túneis subterrâneos também foram encontrados neste sítio arqueológico, disse Hawass, que coordenou as escavações.

Além disso, Hawass negou "categoricamente" que um dos túneis leve ao túmulo de Cleópatra, como "publicaram vários meios internacionais".

"Não encontramos nada que indique a presença da tumba" da imperatriz, afirmou. A descoberta de seu túmulo seria o maior notícia arqueológica no Egito desde que o britânico Howard Carter encontrou a tumba de Tutankamon, em 1922.

Cleópatra e Marco Antônio, um dos casais mais célebres da história, cometeram suicídio após a batalha de Accio (31 a.C.), permitindo que Otávio assumisse o controle do Império Romano, incluindo o Egito.

http://misteriosantigos.com/artigos/modules/smartsection/item.php?itemid=177
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sexta-feira, 6 de março de 2009

O robot 'Spirit' de Marte dá sinais de 'confusão'


elmundo.es Madrid
Actualizado domingo 01/02/2009 16:13 horas

Spirit, o robot da NASA, que acaba de celebrar seu quinto aniversário em Marte, dá sinais de "confusão mental". Os engenheiros do Jet Propulsion Laboratory em Pasadena, estão preocupados.

Durante seu dia 1.800 no planeta vermelho, Spirit recebeu uma série de ordens, entre as quais se lhe pedia que se movesse. Sem dúvida, o robot ignorou as ordens dos seus técnicos.

"Talvez – disse um dos engenheiros, o robot tenha decidido que não era o melhor momento para cumprir o que se lhe havia pedido.". Sem dúvida, Spirit não gravou as suas actividades principais do dia, na sua memória não volátil, a parte da sua memória que persiste, ainda que fique sem energia.

Os controladores enviaram comandos ao robot para que encontrasse o Sol com a sua câmara para determinar de forma precisa a sua orientação. Não saber a sua orientação poderia ser uma das explicações para que não realizasse o recorrido. Horas depois, Spirit informou que seguiu os comandos enviados e que havia localizado o Sol, mas não na posição esperada.

Entre as muitas possíveis causas, a equipa crê que poderão ser efeitos transitórios de raios cósmicos que impactaram na electrónica. "Agora temos que tratar de diagnosticar o problema exacto", assegurou Sharon Laubach, líder da equipa. A preocupação radica em que o problema pode ser um sinal de velhice.

EL MUNDO
Traduzido do espanhol

Imagem da superfície de Marte captada pela sonda ‘Spirit’. NASA

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quinta-feira, 5 de março de 2009

O caso de 'Baby P' comove o Reino Unido


O pequeno, de 17 meses, foi maltratado até à morte pela sua mãe e seu companheiro e um amigo de ambos durante oito meses. O caso reabre o debate sobre a revisão urgente das leis de protecção infantis.

ELPAÍS.com – Madrid – 16/11/2008

Com apenas 17 meses, Baby P conheceu o inferno dos maus-tratos e a passividade dos serviços sociais e sanitários. A terrível história deste menino britânico, apelidado Baby P por motivos legais, que faleceu em 2007 depois de ser brutalmente maltratado e usado como um "saco de boxe" durante mais de oito meses pela sua mãe, seu pai, seu companheiro e um amigo de ambos em Londres, comoveu a sociedade britânica e reabriu o debate sobre a revisão urgente das leis de protecção infantis.

O pequeno, que nasceu em 1 de Março de 2006, ficou a cargo da sua mãe depois do divórcio dos pais. Em princípios de 2007, a mãe começou uma relação sentimental com outro homem e parece ser que foi quando começou o inferno que viveu durante oito meses Baby P. Nesta semana, a mulher, seu companheiro e um amigo de ambos foram condenados a 14 anos de cárcere, acusados de maltratar e torturar durante oito meses o menino, que faleceu em Agosto de 2007.

Além da actuação dos três adultos, vários meios de informação britânicos denunciaram, que uma cadeia de erros policiais e a passividade dos serviços sociais provaram que ninguém freou os abusos que sofria o pequeno. O periódico britânico The Independent, assegura que vários trabalhadores sociais visitaram em 60 ocasiões o pequeno, e que a falta de provas não conduziu à detenção dos três culpados.

Durante oito meses, o menino foi parar ao hospital em várias ocasiões com contusões, feridas, traumatismos e mordeduras. Em Agosto de 2007, Baby P foi encontrado morto no seu berço, rodeado de manchas de sangue e com oito costelas fracturadas. Fontes da investigação asseguraram ademais que o menino tinha mais de 50 feridas, 15 delas ao redor da boca.

O calvário de Baby P abriu um grande debate nos meios de comunicação britânicos e comoveu a sociedade do país. Muitos sectores já exigiram a revisão urgente das leis de protecção infantis. Pela sua parte, o primeiro- ministro Gordon Brown assegurou que o seu governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o caso de Baby P não volte a repetir-se.

EL PAÍS
Traduzido do espanhol
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quarta-feira, 4 de março de 2009

Terra Oca


Ana Luiza Barbosa de Oliveira, publicado no Projeto Ockham

A teoria da Terra oca afirma que a Terra não é um esferóide sólido, mas sim oca com aberturas no pólos. No seu interior viveria uma civilização tecnologicamente avançada, cujos integrantes às vezes vêm para a superfície em OVNIs. Existem variantes desta teoria, inclusive uma em que nós vivemos no interior da Terra oca. Esta última é a teoria da Terra invertida, que se confunde com as diferentes versões da teoria da Terra oca.

A Terra oca (I)

No fim do século XVII, o astrônomo inglês Edmund Halley propôs um modelo no qual a Terra seria composta por quatros esferas concêntricas e cuja a atmosfera luminosa, ao escapar para a atmosfera superior, seria responsável pela aurora boreal.

Halley (1656-1742) foi astrônomo real e durante 18 anos estudou os movimentos da Lua, publicando um importante tratado chamado Astronomiae Cometicae Synopsis (Sinopse sobre Astronomia Cometária). Ele foi o primeiro a calcular a órbita de um cometa e neste tratado provou que os cometas possuem órbitas elípticas em torno do Sol e que, por isso, retornavam periodicamente. Ele previu que o cometa de 1682 retornaria em dezembro de 1758. Quando o cometa retornou, foi batizado em homenagem a Halley, que não viveu para vê-lo aparecer nos céus em 25 de dezembro de 1758.

Halley propôs esta teoria para explicar anomalias no campo magnético da Terra que causavam interferência nas bússolas. Além disso, ele tinha notado que o campo magnético da Terra estava variando lentamente. Então, primeiramente, ele teorizou que a Terra era constituída de uma casca com um núcleo, cada um com diferentes pólos norte e sul magnéticos e velocidades de rotação, o que explicaria as variações no campo magnético em diferentes partes da Terra, assim como a variação do norte magnético. Porém, de forma a ajustar sua teoria a novos dados, Halley teve que incluir mais três núcleos internos um dentro do outro. Segundo ele, estes núcleos eram do tamanho de Marte, Vênus e Mercúrio. (Hoje em dia sabemos que a parte mais externa do núcleo da Terra composto de ferro derretido está em permenente movimento convectivo o que causa o campo magnético da Terra, assim como suas variações periódicas).

Para que sua teoria se adequasse à sua visão religiosa, Halley imaginou que se Deus populou cada parte da superfície terrestre com seres vivos, Ele deveria ter feito o mesmo com os núcleos internos. E como estes seres vivos necessitariam de luz para viver, a atmosfera interior deveria ser luminosa.

Durante o século XVIII, outros matemáticos modificaram a teoria de Halley sem nunca refutá-la. O suíço Leonard Euler rejeitou a noção de vários núcleos interiores, mas acreditava que existia um sol interior que fornecia calor e luz para os habitantes tecnologicamente avançados do mundo interior. E o escocês Sir John Leslie, por sua vez, acreditava que existiam dois sóis que ele chamou de Plutão e Proserpina.

No século XIX, o veterano da guerra de 1812, John Symmes foi um difusor tão entusiasmado da teoria das camadas concêntricas, que a suposta abertura para o mundo interior ficou conhecida como Buraco de Symmes. (Sua teoria era uma mistura da teoria de Halley com a de Euler). Ele chegou a propor o envio de uma expedição ao Pólo Norte para verificar a existência desta entrada.

Os autores de ficção científica também se interessaram pelo tema. Julio Verne escreveu Viagem ao Centro da Terra em 1864 e Edgar Rice Burroughs (1875-1950), criador do personagem Tarzan, escreveu vários romances passados no interior da Terra oca.

A Terra invertida

Em 1869, Cyrus Reed Teed, herbalista e autoproclamado alquimista, disse ter tido uma visão na qual uma mulher disse a ele que nós estamos vivendo dentro da Terra oca. Ele começou a difundir estas idéias em panfletos, discursos e até fundou um culto chamado Os Koreshans (koresh é o hebraico para cyrus). Teed não sabia na época, mas a geometria moderna e o espaço curvo de Einstein tornam a teoria matematicamente irrefutável do ponto de vista teórico. Se a superfície terrestre fosse geometricamente invertida, a superfície interna reproduziria todos os fenômenos físicos que nós observamos ( veja a explicação). Mesmo os efeitos astronômicos teriam algum tipo de contrapartida: o Sol seria pequeno e estaria no centro da Terra, com um lado escuro e outro claro. As estrelas e planetas seriam realmente pontos minúsculos de luz minúsculos bem próximos de nós.

A Terra oca (II)

Willian Reed publicou, em 1906, The Phantom Poles, no qual ele afirmava que nenhuma expedição tinha atingido os pólos simplesmente porque eles não existiam, pois na realidade eles seriam entradas para o mundo interior.

Enquanto alguns se contetaram apenas em teorizar sobre a terra interior, outros como Olaf Jansen afirmavam ter estado e vivido lá. Jansen era um marujo norueguês que foi morar em Glendale, Califórnia e perto de morrer aos noventa e nove anos de idade, ele revelou sua história fantástica para o escritor Willis George Emerson que a publicou em 1908 no livro "The Smoky God".

Em 1913, Marshall B. Gardner publicou "Journey to the Earth's Interior". Neste livro ele refutava veementemente a teoria das esferas concêntricas, porém afirmava que existia um sol de 965km (600 milhas) de diâmetro no interior da Terra e as entradas para o interior seriam no pólos.

Finalmente, em 1926, Richard E. Byrd sobrevoou o Pólo Norte e, em 1929, o Pólo Sul, provando que não haviam entradas nos pólos. Mas os defensores da teoria da Terra oca afirmam que Byrd, na realidade voou para dentro do mundo interior através das entradas nos pólos. Tudo isso baseado em passagens do seu diário de bordo onde ele descreveu a Antártica como "a terra do mistério eterno" e uma vez escreveu "gostaria de ver a terra além do Pólo (Norte). Aquela área além do Pólo é o Centro do Grande Desconhecido".

Somente isto basta como evidência para aqueles que acreditam na Terra oca. E em 1940, Ray Palmer, fundador de várias publicações sensacionalistas como "FATE", "Flying Saucers form Other Worlds" e "The Hidden Word", se juntou a Richard Shaver e criaram o Mistério de Shaver, uma lenda sobre o mundo interior e seus habitantes tecnologicamente avançados. Palmer chegou a afirmar que viveu entre estes habitantes do mundo interior.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o aviador alemão Peter Bender despertou atenção do governo nazista com suas elaborações sobre o koreshantismo. Existem boatos de que Hitler acreditou na teoria da Terra oca de Cyrus e que teria enviado, em abril de 1942, o Dr. Heinz Fischer em uma expedição à ilha báltica de Rugen, a fim de fotografar a frota inglesa com câmaras de infravermelho através da Terra oca.

Em março de 1959, o submarino nuclear americano Skate navegou sob a calota polar e emergiu no Pólo Norte geográfico. Foram utilizados equipamentos de navegação inercial para calcular a rotação da Terra em cada ponto até encontrarem o ponto exato do eixo de rotação. Além disso, várias medidas da força gravitacional e leituras de navegação foram realizadas para assegurar que eles atingiram o Pólo Norte.

Raymond W. Bernard, esotérico e líder dos rosas-cruzes, publicou em 1964 "The Hollow Earth - The Greatest Geographical Discovery in History Made by Admiral Richard E. Byrd in the Mysterious Land Beyond the Poles - The True Origin of the Flying Saucers" e também "Flying Saucers from the Earth's Interior". Ele alegava estar em contato espiritual com grandes místicos como o Dalai Lama e que teria aprendido a teoria da relatividade com a civilização do interior da Terra antes de Einstein publica-lá. Ele morreu de pneumonia em 10 de setembro de 1965, procurando uma entrada para o mundo interior na América do Sul. Ele acreditava em quase todas as lendas relativas à Terra oca, inclusive que os esquimós descendiam do povo do interior e que de vez em quando eles utilizavam seus OVNIs.

Sua teoria era que a Terra era oca com paredes de cerca de 1300km (800 milhas) de espessura e que nos pólos existiam aberturas de cerca de 2250km (1400 milhas) com bordas que curvam suavemente para dentro de forma que um viajante por terra, mar ou ar entraria dentro da abertura sem perceber que estaria entrando no interior da Terra. E também que os pilotos somente pensam que estão cruzando o pólo norte geográfico, mas que na realidade eles estão somente seguindo a "borda magnética"da entrada.

Em 1970, Ray Palmer conseguiu uma foto do Pólo Norte fornecida pelo Enviromental Science Service Administration do Departamento de Comércio americano. Esta foto mostra o Pólo Norte com uma área escura no meio. Para Palmer esta era a prova final da existência de uma entrada para a terra interior no Pólo. No entanto, esta foto era uma composição feita por computador de 40.000 fotos tiradas por satélite em um período de 24h. A intenção era mostrar a Terra vista de um ponto diretamente acima do Pólo, porém na época do ano que foram tiradas as fotos a região do Pólo Norte estava permanentemente no escuro por causa do inverno ártico.

Como sabemos que a Terra não é oca

Geocientistas catalogam as ondas sísmicas geradas por terremotos, por explosões atômicas e outros fenômenos naturais ou não e medem a intensidade, velocidade, ângulo de incidência e atenuação das mesmas. As ondas sísmicas geradas na crosta terrestre possuem uma determinada velocidade que depende da densidade do meio em que estas viajam, isto somado ao fato de que o ângulo de incidência destas ondas também muda ao atravessar de um meio para outro (semelhante a um prisma que desvia e decompõe a luz do Sol) permite gerar imagens do interior da Terra denominadas tomografias sísmicas que são semelhantes às tomografias computadorizadas realizadas em hospitais (veja mais detalhes).

Por estas imagens sabemos que a Terra possui três camadas principais: a primeira constituída de granito e basalto com cerca de 40km (25 milhas) de espessura, a segunda, um manto de rocha líquida de aproximadamente 3200km (2000 milhas) de espessura e finalmente, um núcleo central de ferro e níquel derretido com algo em torno de 6400km (4000 milhas) de diâmetro.

Estas imagens têm trazido grandes surpresas. Por exemplo, descobriu-se que o núcleo da Terra não é uma esfera lisa, mas cheia de montanhas com vários quilômetros de altura e vales seis vezes mais profundos que o Grande Cânion.

Apesar das evidências irrefutáveis aqueles que querem acreditar se agarram a teorias conspiratórias de que os governos do mundo sabem a verdade, mas não a revelam para não causar pânico na população. Ou ainda se prendem ao fato de que a ciência moderna possui várias teorias que vão sendo modificadas com o tempo (e isto é o que a ciência tem de melhor para nos oferecer), ou que algumas vezes as teorias correntes para descrever um certo fenômeno são conflitantes (mas esquecem de mencionar que estes são os casos em que o real mecanismo por trás do fenômeno ainda não está explicado, daí a não existência de uma única teoria). Na realidade, a crença no mundo interior nunca irá terminar pois aqueles que acreditam no mundo interior habitado por civilizações mais avançadas moral e tecnologicamente procuram um mundo melhor onde os nossos problemas foram resolvidos. Dessa necessidade quase instintiva de acreditar neste tipo de paraíso na Terra vêm as lendas de Shangrilá, Atlântida e tantas outras como a da Terra oca.

A teoria da Terra invertida

As idéias de Cyrus Teed ressurgiram recentemente quando o matemático egípcio, Mostafa Abdelkader, publicou um artigo em 1983 na revista "Speculations in Science and Technology" onde ele apresenta o modelo do geocosmo, como é denominado este modelo do Universo contido dentro da Terra. Apesar do geocosmo poder explicar inteiramente nosso Universo, este modelo exige, por exemplo, que a luz necessariamente não viaje em linha reta e que sua velocidade não seja constante. Além de outras complicações físicas e matemáticas adicionais, esta teoria não apresenta nenhuma vantagem sobre a teoria do Universo segundo Copérnico.

Dentro do princípio da Navalha de Ockham uma teoria mais complexa só é adotada se apresentar explicações para fenômenos não previstos por outra mais simples. A Relatividade, por exemplo, apesar de mais complexa, foi adotada porque explica e prevê fenômenos em escala astronômica que não são abrangidos pela mecânica newtoniana. O mesmo pode ser dito para a mecânica quântica em níveis subatômicos.

http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/terraoca.htm

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terça-feira, 3 de março de 2009

A tripulação perdida

Introdução
Quando os antigos elaboraram os primeiros mapas do mundo, eles marcaram os limites do seu alcance cartográfico com sinais de medo e do desconhecido: mares cheios de navios encalhados, monstros devoradores e abismos sem fundo. No sul inscreviam as palavras "hic sunt leones" - literalmente "aqui há leões", um alerta firme para não se aventurar mais longe. A ocidente, pensava-se, encontrava-se a terra dos bem-aventurados; da Odisseia de Homero à irlandesa "Viagem de S. Brandão", uma procissão interminável de ilhotas encantadas, costas cobertas de nevoeiro e reinos escondidos habitados pelos espíritos dos mortos. Vinha depois o Oriente, que mesmo antes de Marco Polo tinha a fama de terra exótica rica em jade e especiarias raras - coisas bastante ambicionadas pelos europeus - mas estes tesouros estavam protegidos por poderosos senhores da guerra, altas cordilheiras montanhosas e pela simples distância e despesa requerida para atingi-los.

Desta forma, era o norte, a direcção cujo sinal em forma de seta que parecia apontar para o esquecimento, o alvo dos mais obscuros e estranhos pesadelos. Heródoto colocava os "Anthropophagai" ou canibais não nos trópicos, mas a seu norte (algures onde hoje se encontra a Sérvia). O matemático grego Píteas navegou para norte com cem remadores em 325 a.C., atingindo a Escócia e por fim a Islândia, à qual deu o nome de Thule, o Extremo da Terra (cujo outro extremo era ainda desconhecido), um local raramente visitado mais tarde, com excepção daqueles que como os Escandinavos reuniam o vigor de navegantes e a teimosia de colonos. Para o resto do mundo ocidental o significado do extremo norte era o de um enigma insolúvel, uma extremidade final, um ponto de referência que marcava o fim da referência. Porque haveria alguém de querer ir até lá? O que motivou os primeiros exploradores, em qualquer caso, era frequentemente menos a procura pelo desconhecido do que a possibilidade do comércio, quer fosse a busca da rota mais rápida para as riquezas de Catai ou a crença de que existia ouro debaixo das pedras de gelo.

A história da exploração do Árctico envolve muitas nações e povos - e claro, como outras terras às quais os Europeus chamaram de "novo" mundo, grandes áreas do Árctico já eram habitadas por povos como os Sami da Lapónia e os Yupik, Inupiat e Inuítes da América do Norte. Da era dos Vikings à dos navegadores isabelinos, exploradores procuraram não tanto novo território, mas formas de alargar horizontes. No século XIX, a demanda por uma "Passagem do Noroeste" tornou-se uma obsessão nacional no Reino Unido, tal como o Pólo Norte se tornou para os Estados Unidos no final do século. No entanto, apesar do enorme esforço e sacrifício por parte destas duas nações, muitas das mais bem-sucedidas expedições foram lideradas por Dinamarqueses e Noruegueses, cuja experiência e vontade para aprender a partir de métodos nativos distinguiu os seus esforços.

Os Escandinavos
Os Escandinavos ou exploradores Vikings eram diferentes daqueles que os sucederem. Ambicionavam novas terras e pretendiam colonizá-las, e já estavam acostumados ao clima frio. No século IX atingiram e colonizaram a Islândia, lançando em 874 os alicerces daquilo que mais tarde será Reiquejavique. Insatisfeitos, atingiram a Gronelândia em 984, mas ali as suas colónias revelaram-se menos duráveis. Desconfiavam do povo Inuit local, ao qual davam o nome de Skraelings e resolutamente recusaram-se a depender do peixe e dos mamíferos marinhos, preferindo praticar a agricultura. Pelo século XV as suas últimas colónias por lá tinham desaparecido; escavações de ossos dos sítios revelaram sinais de malnutrição, bem como de conflitos armados entre eles próprios ou contra os Inuit. Entretanto, Leif Ericson tinha navegado para além da Gronelândia, tendo descobrido regiões às quais deu o nome de Markland e Helluland. A identidade exacta destas regiões é controversa, embora sinais claros de presença Viking foram encontrados em L'Anse-aux-Meadows na Terra Nova.


Primeiros exploradores


Sir Martin Frobisher foi um dos primeiros ingleses a atingir o Árctico. e os seus motivos eram praticamente todos monetários. Como outros viajantes do período isabelino, ele esperava encontrar o lendário estreito através da metade setentrional da América do Norte que se revelaria um grande atalho para o Oriente e para o comércio. Não o encontrou, mas em 1576 atingiu a baía que mais tarde receberia o seu nome, onde permaneceu o tempo suficiente para ter um breve encontro hostil com os Inuítes locais. Quando um pequeno grupo dos seus homens não regressou tal como esperava, ele fez refém um caçador local Inuik e não tendo isto produzido efeito, regressou à Inglaterra deixando os homens por sua conta e risco. Mais de trezentos anos depois, os Inuítes nativos contaram ao explorador Charles Francis Hall (veja em baixo) a história sobre como os homens abandonados conseguiram construir um pequeno navio e partir, embora nunca tivessem chegado a casa. Apesar de ter abandonado os seus homens, Frobisher trouxe de volta algumas pequenas pedras negras que achou na costa - pedras cujo brilho o convenceram que poderiam conter ouro. Análises da pedra pareciam provar que o seu palpite estava correcto; ele regressou em 1577 recolhendo grandes quantidades da rocha negra e procurando negociar o regresso dos seus homens, sem saber que eles tinham partido sozinhos. A grande quantidade de rocha recolhida foi novamente analisada e de novo foi dito que continha ouro; em 1578 ele partiu de novo, desta vez com uma frota de quinze navios, que continham tudo o que era necessário para estabelecer uma colónia no Árctico, incluindo tijolos e argamassa. Vários navios afundaram e o solo pobre e o frio rapidamente convenceram os candidatos a colonos que este não era um bom sítio para colonizar. Foi construída uma fornalha, bem como algumas estruturas em madeira, e quantidades enormes de pedra negra foram escavadas. No regresso desta viagem, a pedra foi levada para uma fundição especialmente construída em Dartford, Kent, onde a verdade desagradável foi revelada: a pedra não continha ouro. O que restou foi usado para erguer uma muralha de pedra que ainda hoje pode ser vista em Dartford.


Henry Hudson, como Frobisher, era um aventureiro à procura de riqueza e de fama. Junto com o seu hábil navegador, William Baffin, descobriu duas características geográficas da América do Norte: o rio Hudson e a Baía de Hudson. Foi a segunda destas que o conduziu à sua desgraça; quando ordenava que o seu navio explorasse a costa desta baía à procura de outras saídas, a dissidência e eventualmente a revolta rebentaram entre os seus homens. Hudson, junto com o seu jovem filho e outros marinheiros leais, foi colocado num pequeno barco e largado à deriva. Baffin e os outros rebeldes conseguiram navegar de volta a casa e livrar-se daquilo que poderia constituir graves acusações. O facto de Hudson, um inglês, ter explorado o rio Hudson ao serviço dos Holandeses, pode ter feito com que os Ingleses se sentissem menos inclinados a punir a sua antiga tripulação. Séculos depois, os mapas de Baffin da baía que tem o seu nome provaram ser notavelmente fiáveis e o nome de Hudson sobrevive no rio e na baía, assim como no nome da Companhia da Baía de Hudson, erigida em sociedade comercial em 1670 e hoje umas das companhias mais antigas do mundo.

A era "heróica"


Sir John Ross era escocês e oficial da Marinha Real Britânica. Junto com uma segunda expedição liderada por William Buchan, foi enviado em 1818 pelo Almirantado britânico com ordens para explorar os limites da Baía de Baffin, que tinha sido tão pouco visitada desde a sua descoberta ao ponto de muitos a considerarem uma lenda. Ross cumpriu a missão admiravelmente, circum-navegando toda a baía e descobrindo um grupo até então desconhecido de Inuítes mais tarde conhecidos como Esquimós Polares ou Inighuit no noroeste da Gronelândia. A colónia destes em Etah representava na época o assentamento mais setentrional da Terra; Ross, num gesto de homenagem à sua terra natal, deu-lhes o nome de "Homens das Terras Altas do Árctico". Contudo, na sua viagem de volta, e apesar de ter navegado pelo Estreito de Lancaster, ele voltou para trás, acreditando que a passagem se encontrava obstruída por uma cadeira de montanhas. Isto custou-lhe bastante no regresso, tendo sido criticado na imprensa e aposentado da Marinha. No entanto, ele regressaria ao Árctico mais duas vezes: primeiro como comandante de uma expedição particular que em 1829-1833 descobriu o Pólo Norte magnético e a segunda em 1850 em busca do seu velho amigo John Franklin.

Sir William Edward Parry foi segundo em comando na viagem de John Ross de 1818 e o crítico mais feroz da decisão de voltar para trás no Estreito de Lancaster. Como recompensa, o Almirantado enviou-o de volta, agora em comando de dois navios, o Hecla e o Fury. De regresso ao local da sua desilusão, encontrou navegação livre para oeste através de um canal ao qual deu o nome de Estreito de Barrow em honra de John Barrow, o secretário do Almirantado que apoiou o seu retorno. Conseguiu navegar para oeste mais do que qualquer outro explorador do século XIX, alcançando (e nomeando) a ilha de Melville antes de ter sido forçado a regressar devido às fortes massas de gelo. Passou o Inverno no Árctico - um feito inédito - e conseguiu trazer a maioria do seus homens são e salvos para casa. Comandou mais três expedições, mas nenhuma teve o sucesso da primeira.



Sir John Franklin foi membro de quatro expedições e comandante de três e apesar da trágica perda de vidas em duas destas expedições, foi directa ou indirectamente responsável pelos maiores avanços na exploração do Árctico da América do Norte em todo o século XIX. A sua primeira expedição em 1818 sob o comando de David Buchan, pretendeu navegar para norte das ilhas Spitsbergen, mas foi forçada a regressar pelo gelo. A segunda, uma expedição terrestre que pretendia explorar as terras à volta da boca do rio Coppermine, quase terminou em desastre, uma vez que a falta de mantimentos e o frio extremo criaram obstáculos à marcha de regresso. Quase todos os exploradores franco-canadianos que tinham remado e guiado as suas canoas na viagem para norte faleceram; perderam-se as canoas e os poucos retardatários que conseguiram regressar à base ficaram a poucos dias de morrerem de fome. Houve também pelo menos um caso provável de canibalismo entre os seus homens. Graças à chegada oportuna de ajuda da nação indígena dos Denes, convocada pelo subordinado de Franklin George Back, Franklin e os últimos sobreviventes conseguiram recuperar a saúde. No seu regresso a Inglaterra, descobriu que o seu encontro com a fome fez com que ganhasse o apelido de "o homem que comeu as suas botas", o que teve o estranho efeito de torná-lo mais famoso do que infame.

Franklin regressou no ano seguinte e completou uma mais bem-sucedida exploração da costa do Árctico para ocidente, descobrindo, entre outras, a Baía de Prudhoe, que mais tarde se tornaria conhecida pelas suas vastas reservas de petróleo. Retirou-se depois do trabalho no Árctico, exercendo por algum tempo funções como governador da Terra de Van Diemen (Tasmânia). Em 1845, apesar de ter cinquenta e nove anos de idade, foi de novo chamado a comandar uma última expedição em busca da Passagem do Noroeste, a bordo dos navios "Erebus" e "Terror". Toda a tripulação de 129 homens perdeu-se e o seu destino destes foi um mistério durante quatorze anos; até hoje os seus navios nunca foram encontrados, desconhecendo-se em grande medida o que sucedeu aos últimos sobreviventes. O mistério prendeu a atenção do público na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, países que lançaram múltiplas expedições em busca de Franklin e dos seus homens. Apesar de nenhum ter sido resgatado, estas expedições mapearam uma vasta área do Ártico oriental e eventualmente demonstraram a existência da Passagem do Noroeste, embora nenhuma embarcação a tenha navegado.

A busca por Franklin
Após dois anos sem nenhuma notícia da expedição, Lady Jane Franklin pressionou o Almirantado a enviar uma missão de resgate. No entanto, o sinal de alarme demorou a ser levado a sério; uma vez que o grupo tinha levado mantimentos para três anos, o Almirantado esperou mais um ano antes de iniciar a busca e ofereceu uma recompensa £20,000 a quem ajudasse os homens de Franklin. Era uma grande soma para a época, mas o desaparecimento de Franklin tinha capturado a imaginação popular. A certa altura, não havia menos de dez navios britânicos e dois americanos em direcção do Árctico. Canções sobre Franklin e o seu destino tornaram-se populares; uma delas, "Lady Franklin's Lament", que abordava a busca de Jane pelo seu marido perdido, é ainda hoje cantada por artistas como Martin Carthy e Sinéad O' Connor.


Em 1850, várias expedições convergiram na ilha de Beechy, no canal de Welligton, onde os primeiros vestígios da expedição de Franklin foram achados: um acampamento de Inverno com os restos de um observatório, uma forja, uma tentativa de criar um jardim e - mais sinistramente - o túmulo de três dos marinheiros de Franklin que tinham falecido de causas naturais no Inverno de 1845-46. Apesar das buscas extensas, não foi encontrada nenhuma mensagem deixada pelo grupo de Franklin que fornecesse qualquer indicação do seu progresso ou intenções. Os corpos dos marinheiros foram preservados pelo solo gelado, tendo as autópsias realizadas quando os corpos foram exumados em meados dos anos oitenta do século XX revelado que a tuberculose foi a causa imediata de morte, embora também existissem provas toxológicas de envenenamento por chumbo. A fotografia em cima mostra os túmulos tal como se encontravam em 2004. (Crédito fotográfico: Russell Potter)

Em 1854, o Dr. John Rae, um explorador empregue pela Companhia da Baía de Hudson, descobriu mais indícios do destino dos homens de Franklin. Durante a sua exploração da Península de Boothia, Rae encontrou um caçador Inuk, "in-nook-poo-zhee-jook", que lhe falou de um grupo de 35 a 40 homens brancos que tinham morrido de fome perto da foz de um rio. No regresso à sua base na Baía de Repulse, Rae ofereceu dinheiro por qualquer artefacto ou histórias; os Inuítes deram-lhe muitos objectos que eram identificáveis como pertencentes a Franklin e aos seus homens e contaram histórias de fome e canibalismo no seio dos homens de Franklin. Após o retorno de Rae, o seu relato foi publicado pelo The Times; Lady Franklin negou a fiabilidade desses relatos e contratou a hábil pena de Charles Dickens para publicamente lançar dúvidas sobre as pretensões de Rae.

Em 1857, Lady Franklin comissionou outra expedição sob o comando de Francis Leopold McClintock para investigar o relato de Rae. No Verão de 1859, o grupo de McClintock encontrou um documento numa mamoa na Ilha do Rei Guilherme deixado pelo segundo em comando de Franklin, onde se referia a data da morte de Franklin. A mensagem, datada de 25 de Abril de 1848, também referia que os navios tinham ficado encalhados no gelo, que muitos tinham morrido e que os sobreviventes dirigiram-se para sul no sentido do rio Back. McClintock também encontrou vários corpos e uma quantidade impressionante de equipamento abandonado e ouviu mais detalhes dos inuítes sobre o fim desastroso da expedição. Numa mamoa perto do local encontrou uma nota final, que relatava como os navios tinham ficado encalhados no gelo em 1847. O próprio Sir John Franklin faleceu em Junho desse ano e quando o gelo não libertou os navios na Primavera de 1848, o segundo em comando Francis Crozier ordenou que estes fossem abandonados. Mais de cem oficiais e membros da tripulação arrastaram por terra trenós cheios de mantimentos, acabando eventualmente por sucumbir a uma combinação de exaustão, exposição ao frio, escorbuto e (embora não o soubessem) possível envenenamento com chumbo oriundo dos seus mantimentos enlatados.


Elisha Kent Kane participou em duas buscas por Franklin patrocinadas pelos Estados Unidos; trabalhou como cirurgião naval na expedição De Haven de 1850-51 e liderou a sua própria expedição de salvamento de 1853 a 1855. A expedição De Haven alcançou a ilha de Beechy pouco depois dos navios britânicos terem descoberto o local do túmulo de Franklin, tendo Kane escrito uma série de relatos descrevendo a cena que foram impressos em grande número. No regresso, expandiu os relatos em livro, procurando angariar fundos para uma segunda expedição. Com a ajuda do magnata dos navios Henry Grinnell, Kane conseguiu assegurar um navio e uma tripulação para a sua segunda tentativa. Acreditando que existia um "Mar Polar Aberto" além da barreira de gelo, Kane ordenou que o seu navio se dirigisse a partir do Estreito de Smith directamente para norte com destino àquilo que é hoje conhecido como a Bacia de Kane; ele julgava possível que os navios de Franklin tivessem alcançado o mar aberto perto do pólo. Em qualquer caso, o seu navio ficou encurralado no se pouso de Inverno demasiado a sul para conseguir fazer mais progressos, apesar de numa expedição um ajudante de Kane, William Norton, afirmou ter visto as margens distantes do Mar Aberto (provavelmente ele viu uma miragem árctica ou então um pedaço de mar aberto). Kane foi imediatamente tratado como uma celebridade no seu regresso, sendo a totalidade da primeira página do New York Times ocupada pelos relatos da viagem. Infelizmente, ele acrescentou muito pouco à busca por Franklin e depois de completar o seu segundo livro sucumbiu a uma febre que agravou a sua doença coronária crónica, tendo falecido em Havana em 1857.


Charles Francis Hall, aparentemente inspirado pelas aventuras de Kane, convenceu-se que alguns dos homens de Franklin poderiam ainda estar vivos. Até mesmo as novidades trazidas por McClintock, conhecidas em 1859, não o dissuadiram. Extraordinariamente, ele também travou amizade com Henry Grinnell e através dele assegurou passagem num baleeiro que se dirigia para o norte em 1860. A embarcação não conseguiu deixar Hall perto do local onde os navios de Franklin foram abandonados, mas passou o Inverno perto de um bando de Inuítes na ilha de Baffin que falaram a Hall de uma expedição muito anterior perdida e dos homens que deixou para atrás. Hall ficou espantado quando se apercebeu que esta deve ter sido a expedição de Sir Martin Frobisher de há mais de trezentos anos e embarcou numa missão de redescoberta do sítio. Teve a sorte de assegurar a ajuda de dois guias inuítes, Tookoolito ("Hannah") e Ebierbing ("Joe"), que o ajudaram a encontrar o local e que lhe ensinaram os fundamentos de viajar em trenó. No seu regresso em 1862, Hall trouxe consigo os seus amigos inuítes que causaram sensação quando foram exibidos no Museu Americano de P.T. Barnum em Nova Iorque. Eles acompanharam-no na sua segunda expedição (1864-69), na qual Hall finalmente alcançou a ilha do Príncipe Guilherme, onde encontrou apenas mais ossos e histórias inuítes de homens que "caíam enquanto caminhavam". Com relutância, Hall conclui que não havia sobreviventes.

Contudo, Hall não perdeu a sua paixão pelo Árctico. Pressionou o Congresso Americano para que este apoiasse uma expedição de descoberta do Pólo Norte e para que o nomeasse seu comandante. Acabou por o conseguir, tendo-lhe sido dado o comando da Expedição Polaris que partiu em 1871. Infelizmente, ele não teve qualquer controlo sobre quem foi nomeado para o acompanhar e acabou por não se dar bem com os oficiais científicos alemães, especialmente com o Dr. Emil Bessels, nomeado para o apoiar. Na chegada do navio ao noroeste da Gronelândia, depois de terem alcançado um novo recorde para o ponto mais a norte atingido, Hall partiu em expedições em trenó para preparar a sua rota para a estação seguinte. No regresso adoeceu subitamente e quando foi tratado pelo Dr. Bessels só piorou. Joe e Hannah permanecerem fiéis a Hall durante o seu calvário, acreditando quando ele insistia em que tinha sido envenenado. Depois de aparentemente ter melhorado, Hall voltou a cair doente e morreu a 8 de Novembro de 1871. Foi enterrado em terra num local ao qual deu o nome de "Baía de Graças a Deus". A revolta entre os sobreviventes conduziu ao abandono parcial do Polaris, que inexplicavelmente se libertou e afastou-se da costa. Hannah e Joe, junto com os outros sobreviventes encurralados no gelo, embarcaram numa extraordinária jornada de sete meses para sul navegando uma série de calotas de gelo até que conseguiram chamar a atenção de um navio que passava; foram resgatados a 30 de Abril de 1873.

O Ano Polar Internacional


Adolphus Washington Greely, que tinha servido com distinção na Guerra Civil Americana quando era jovem, foi nomeado para comandar a expedição que seria a contribuição dos Estados Unidos no primeiro Ano Polar Internacional (1881). A ideia implicava um conjunto de estações de pesquisa, estabelecidas em intervalos por diferentes nações para monitorizar as condições polares. Greely foi enviado num navio a um ponto setentrional na ilha de Ellesmere, onde uma enorme cargo de mantimentos e materiais de construção foram deixados. Greely e os seus homens construíram o Forte Conger no local, um grande edifício armado que era na altura o mais setentrional no Hemisfério Ocidental. Efectuaram observações meteorológicas e magnéticas e embarcaram em trenó em várias pesquisas, tudo de acordo com o plano original.


A equipa de Greely deveria ser reabastecida por um navio, tal como de início tinha ficado assente, mas as ordens recebidas eram claras: se nenhum navio aparecesse, ele deveria assumir que o gelo tinha tornado o reabastecimento impossível e deveria seguir para o Cabo Sabine, onde mantimentos adicionais e ajuda seriam eventualmente entregues. Greely obedientemente abandonou Fort Conger e iniciou a retirada traiçoeira, acabando por chegar ao ponto de encontro. O que ele não sabia era que não só o navio original de mantimentos não tinha conseguido chegar a Fort Conger, mas também que o navio designado para deixar mantimentos no Cabo Sabine tinha partido precipitadamente, deixando apenas uma minúscula fracção dos mantimentos prometidos. Greely e os seus homens limitaram-se a aguardar, fazendo as tentativas que podiam para arranjar comida adicional. Todos menos seis dos homens de Greely morreram de fome (excepto um que foi morto a tiro por ordens de Greely por tentar açambarcar comida) e quando um navio finalmente chegou para os salvar, encontravam-se a dias da morte. De alguma maneira - as imputações de canibalismo persistem ao longo dos anos - Greely, o seu robusto segundo em comando Sargento David L. Breinard e mais três homens viveram para contar a história; os outros foram colocados em caixões metálicos selados, para que as suas famílias não vissem o seu estado lastimável. Apesar disso, Greely foi recebido como um herói; fez uma longa carreira nos "Signal Corps" do Exército Americano, eventualmente chegando ao cargo de Brigadeiro-General; recebeu a Medalha de Honra antes de morrer. A localidade de Fort Greely no Alasca foi nomeada em sua honra.


Finalmente a Passagem

Roald Amundsen, um explorador norueguês, tornou-se a primeira pessoa a alcançar o objectivo há muito procurado de navegar pela Passagem do Noroeste. Conseguiu esta proeza fazendo praticamente tudo de uma maneira diferente das anteriores expedições britânicas e americanas: elas usaram grandes navios, enquanto que ele usou o pequeno Gjøa, uma balandra de 48 toneladas; elas levaram comida preservada; ele caçou carne e peixe fresco; elas desprezaram as formas de viajar e de viver dos Inuítes; ele passou um ano num assentamento inuíte aprendendo a cultura destes. O Gjøa e a sua tripulação completaram a passagem a 5 de Dezembro de 1905, mas as condições climatéricas obrigaram-nos a passar o resto do Inverno no gelo. Ansioso por anunciar as notícias ao mundo, Amundsen viu-se obrigado a viajar 500 milhas num trenó puxado por cães até Eagle City, no Alasca, para enviar um telegrama. Os seus fundos eram tão baixos que ele teve que o enviar à cobrança! Apesar do seu sucesso se ter baseado na rejeição dos métodos adoptados por exploradores britânicos como Franklin, Amudsen considerava-os heróis e ficou bastante decepcionado quando foi ignorado pela Royal Geographical Society.

Amundsen seguiu para uma distinta carreira como explorador, e a 14 de Dezembro de 1911 ele e quatro companheiros atingiram o Pólo Sul geográfico, mais de um mês antes da expedição britânica liderada por Robert Falcon Scott. Amundsen e os seus homens comeram os seus cães na viagem de regresso - os seus mantimentos tinham escasseado na viagem de ida. Os homens de Scott, que tinham rejeitado o uso de cães a favor de trenós empurrados pelo homem, morreram de exaustão e exposição ao frio num acampamento a apenas algumas milhas do último entreposto de mantimentos. Depois do seu sucesso no Pólo Sul, Amundsen navegou pela passagem do nordeste e tornou-se activo nas primeiras tentativas de aviação no Árctico. Em Junho de 1926, subiu abordo do avião italiano Norge, pilotado por Umberto Nobile, na primeira travessia do Árctico pelo ar com sucesso. Apenas dois anos mais tarde, Amundsen, junto com quatro aviadores franceses, voou de novo para norte numa tentativa de encontrar o avião de Nobile, que tinha desaparecido em outra viagem. Amundsen e o seu avião nunca mais foram vistos.

Para além do Pólo
Os últimos anos do século XIX assistiram a um aumento do interesse em alcançar o pólo. Depois do explorador britânico George Strong Nares ter declarado em 1876 que não existia uma passagem pelo gelo das altitudes mais elevadas, foram os Estados Unidos a continuar o esforço. O comandante naval norte-americano Robert Peary fez disso a obsessão da sua vida. Como Hall e Amundsen, Peary estudou as técnicas inuítes e aprendeu os rigores de conduzir um trenó puxado por cães. Junto com Matthew Henson fez várias tentativas no pólo, usando o assentamento dos Esquimós Polares ou Inughuit em Etah, no noroeste da Gronelândia, como a sua base. Em Abril de 1909, ele e Henson, junto com os seus companheiros Inughuit Ootah, Egigingwah, Seegloo e Ooqueah, alcançaram o seu máximo a norte. No retorno Peary alegou ter atingido o Pólo Norte, mas as análises posteriores lançaram dúvidas sobre a sua afirmação. O estudo mais exaustivo, The Noose of Laurles de Sir Wally Herbert, conclui relutantemente que a alegação de Peary não é aceitável, mas há ainda que considere que Peary o pode ter conseguido. A sua alegação foi complicada pelo do seu rival, Frederick A. Cook, ter dito que chegou ao pólo mais cedo. A alegação de Cook é considerada em grande medida falsa.

Donald MacMillan, que trabalhou ao serviço de Peary e fez parte da última expedição deste, continuou o trabalho no norte por muitos anos. Pouco tempo depois de Peary ter alegado ter atingido o Pólo Norte, MacMillan regressou para atingir a "Terra de Croker", uma massa de pedra que Peary alegou ter visto no meio do gelo numa viagem anterior. Resultou ser uma quimera, mas MacMillan regressou ao Árctico, aperfeiçoando as suas técnicas com o trenó, explorando e treinando jovens cientistas-aventureiros do Bowdoin College, a sua alma mater. O Instituto Peary-MacMillan no Bowdoin College contém muitos dos seus e dos documentos de Peary e funciona como centro de exploração polar.

Knud Rasmussen, um explorador dinamarquês nascido na Gronelândia, passou muitos anos a viajar entre os inuítes da Gronelândia e do Canadá, aperfeiçoando o método de viajar em longa distância em trenó. Realizou seis daquilo a que chamou expedições "Thule", a partir do nome dado por Píteas ao extremo norte; juntas elas constituem as mais longas séries de expedições todo terreno alguma vez realizadas no Árctico. A Quinta Expedição Thule (1921-1924) foi a mais ambiciosa, reconstituindo o território inteiro da Passagem do Noroeste em trenó. Na sua viagem, Rasmussen encontrou caçadores inuítes, filhos e netos dos homens que tinham encontrado os sobreviventes da expedição de Sir John Franklin cerca de oitenta anos antes; eles contaram as suas histórias com precisão notável, relatando os mesmos acontecimentos tal como os seus antepassados o tinham feito a Charles Francis Hall na década de sessenta. Após a sua Sexta Expedição Thule em 1931, Rasmussen regressou à Dinamarca onde ensinou e ajudou à realização de um filme sobre os Esquimós da Gronelândia Oriental. Morreu subitamente em 1933 depois de aparentemente ter comido um pedaço de carne de foca estragado e de ter caído doente de pneumonia.

Sir Wally Herbert pode legitimamente ser encarado como a última grande personalidade da era heróica de exploração polar. Adquiriu a sua experiência inicial no sul como integrante da British Antarctic Survey, explorando montanhas na cordilheira da rainha Maud. De 1968 a 1969 liderou a Expedição Britânica Trans-Árctica que foi a primeira - e até à data a única - a atravessar toda a calota de gelo do Pólo Norte. Pelo caminho, Herbert e os seus companheiros alcançaram o pólo de inacessibilidade (a parte da calota de gelo mais afastada de qualquer terra), bem como o Pólo Norte geográfico. O grupo de Herbert foi o primeiro a atingir o Polo Norte a pé, alcançando-o a 6 de Abril de 1969. Praticamente na mesma altura os astronautas da missão norte-americana Apollo 9 tiraram a famosa foto da Terra a erguer-se por cima da Lua, uma marca adequada do fim de um certo tipo de exploração terrestre e o início da exploração do espaço.

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