No distrito
de Whitechapel, em East End, Londres, cinco prostitutas foram assassinadas no
outono de 1888. A assinatura de uma carta recebida durante a onda de
assassinatos deu um nome ao monstro que supostamente os cometeu: Jack, o Estripador.
O médico da
Rainha Vitória Sir William Gull, o pintor impressionista Walter Sickert, o
criador de “Alice no País das Maravilhas” Lewis Carroll, o pai de Winston
Churchill Lord Randolph, o príncipe Albert Victor, Duque de Clarence, filho
mais velho do futuro Eduardo VII e segundo na linha sucessória do trono, o
comerciante de algodão James Maybrick, o advogado Montague John Druitt e
Elizabeth Williams.
O que todas
essas pessoas têm em comum, famosas ou não? Todas foram suspeitas de terem sido
Jack, o Estripador. Mais de 100 homens já foram acusados dos assassinatos, mas,
pela primeira vez, uma mulher está na mira dos estudiosos.
A polícia
nunca foi capaz de capturar Jack. Mesmo depois de mais três anos de
investigação, sua verdadeira identidade permanecia um mistério e o caso foi
oficialmente encerrado em 1892.
A mídia
falou muito desse serial killer. Mesmo hoje, ele ainda é um “ícone” de um gênio
do mal que conseguiu passar despercebido. Tantos livros e filmes sobre ele
foram escritos que ninguém sabe mais o que é verdade e o que é ficção. Todo um
ramo de estudo – Estripadologia – foi criado para tentar decifrar a matança das
prostitutas, cenas agressivas, em que até mesmo seus úteros foram resolvidos
(reza a lenda que os úteros de três mulheres foram retirados).
Mary Ann Nichols, Annie Chapman, Elizabeth Stride,
Catherine Eddowes e Mary Jane Kelly, todas prostitutas de East End, foram
mortas pelo Estripador. Ou
Estripadora?
Elizabeth
“Lizzie” Williams, nascida em 7 de fevereiro de 1850, morreu em 1912 sem nunca
ter sido questionada pela polícia. Seu marido, John Williams, tinha uma clínica
de aborto em Whitechapel e foi considerado um suspeito na época dos
assassinatos.
Segundo o
livro “Uncle Jack” (“Tio Jack”, em tradução literal, 2005), diz que John era obstetra
da família real britânica, e conhecia as vítimas pessoalmente. Ele teria matado
e mutilado as prostitutas em uma tentativa de investigar as causas da
infertilidade. Mas o livro possui falhas e falta comprovação para algumas
afirmações (como de que ele conhecia todas as vítimas).
Parece que
John foi descartado pela polícia porque estava trabalhando durante os
assassinatos. E porque sua mulher se tornou alvo de suspeita agora?
O
caso Lizzie Williams
Um livro recentemente lançado, “Jack The Ripper: The Hand Of A Woman” (“Jack, o Estripador: A Mão de Uma Mulher”, em tradução literal), de John Morris, um ex-advogado irlandês, propaga a ideia de que Lizzie matou as cinco mulheres num frenesi descontrolado de raiva.
Um livro recentemente lançado, “Jack The Ripper: The Hand Of A Woman” (“Jack, o Estripador: A Mão de Uma Mulher”, em tradução literal), de John Morris, um ex-advogado irlandês, propaga a ideia de que Lizzie matou as cinco mulheres num frenesi descontrolado de raiva.
Ela estava
presa em um casamento ruim por causa de dinheiro, e não podia ter filhos. Eis a
sugestão de que ela tenha matado as mulheres por inveja, e retirado seus
úteros. Também, John Morris diz que o marido de Lizzie estava tendo um caso com
Mary Jane Kelly, e por isso ela foi a última a ser morta, encerrando o ciclo de
assassinatos, no fim do qual Lizzie teria tido um “colapso nervoso”.
Morris
aponta como “provas” de que Lizzie era o Estripador o fato de que as mulheres
não foram estupradas ou atacadas sexualmente (mas isso não quer dizer nada,
afinal, existem homens serial killers que matam mulheres, mas não as estupram),
e também os sinais de que havia uma mulher nas cenas dos crimes.
Por exemplo,
três pequenos botões de uma bota de uma mulher foram encontrados próximos ao
sangue de Catherine Eddowes, e restos de roupas femininas – uma capa, saia e
chapéu – foram encontrados nas cinzas da lareira de Mary Kelly. Essas roupas e
botões não pertenciam as vítimas. Morris também afirma, de acordo com
relatórios da mídia, que itens pessoais foram deixados aos pés de outra vítima,
Annie Chapman, dispostos de “uma forma tipicamente feminina”. Também, o legista
Wynne Baxter disse no seu inquérito: “A conclusão de que o desejo era possuir a
parte (do corpo) em falta parece esmagadora”.
“As
evidências para uma assassina são enormes, mas infelizmente as pessoas não se
sentem bem porque a teoria voa na cara de antigas crenças”, disse Morris. “Não
há absolutamente nenhuma dúvida que o Estripador era uma mulher. Mas, porque
todo mundo acredita que o assassino era um homem, toda a evidência que aponta
para uma mulher tem sido ignorada”, complementa.
Muitos
estripadorólogos não concordam. Um dos principais experts no caso do
Estripador, Paul Begg, que já escreveu vários livros sobre o assunto de sua
identidade, acha o caso de Lizzie Williams fraco. “O livro original [“Uncle
Jack”] colocando John Williams como suspeito era ruim, mas este é ainda pior”,
disse Begg.
124 anos
depois da famosa série de assassinatos, Jack, o Estripador é um assunto atual.
Caso encerrado? Muito longe disso.[LiveScience, DailyTelegraph, Express]
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