terça-feira, 25 de setembro de 2012

Os limites entre ciência e ficção


Você já reparou que todas as invenções tecnológicas já foram imaginadas antes de existir? Por mais extravagante que pareça, toda inovação do século XXI já havia sido cogitada por algum escritor ou cineasta décadas antes. Uma cientista social galesa, Dra. Joan Haran, defende que estas primeiras concepções do que seria uma inovação científica, e para que serviria, ajudaram a definir a função social dos aparelhos quando eles se tornaram realidade.
Devem ser estreitados, segundo a pesquisadora, os laços entre a ciência “de verdade” e aquela fantasiada nos filmes e livros. E os argumentos que a autora utiliza em seu artigo, publicado no último dia 10, são de uma simplicidade surpreendente.
Questão de planejamento
Nenhuma obra de ficção científica imagina determinada tecnologia só por imaginar: a história sempre gira em torno de como aquilo mexe com o inventor, com os protagonistas, como move a sociedade e muda o mundo, para o bem ou para o mal.
Uma análise dessas obras pode emprestar valiosas noções a quem produz tecnologia e a quem a financia. Segundo ela, é importante que o cidadão comum tome parte nesses debates científicos, que não se pratique ciência apenas dentro dos laboratórios.
Exemplos concretos
O livro “Admirável Mundo Novo”, escrito pelo britânico Aldous Huxley em 1931, alcançou fama e reconhecimento para além do universo geek que surgiria décadas depois. Na obra, o autor constrói uma fictícia sociedade “organizada”, na qual as pessoas são hierarquizadas por castas por nascerem biologicamente pré-dispostas a determinado padrão. O tal método lembra muito a fertilização in vitro, que ainda estava longe de ser inventada naquela época.
Esse mesmo princípio (de condicionar nascimentos) foi trabalhado sob uma ótica muito mais positiva com uma escritora mais recente. Em 1976, a americana Marge Piercy escreveu “Woman on the edge of the time” (literalmente traduzido, “mulher no limite do tempo”), que narra a história de uma mulher que, internada como louca, passa a se comunicar com uma pessoa do futuro que diz viver em uma sociedade perfeita e igualitária. O segredo? Tirou-se da mãe a responsabilidade da gestação. Todas as crianças eram nascidas de úteros artificiais, o que garantiu igualdade de gêneros.
Tais exercícios de literatura, segundo Joan Haran, fazem com que a humanidade possa refletir com profundidade não somente a respeito da tecnologia que já existe, como também daquela que ainda está por ser inventada.
Desde a metade do século passado, os autores de Best-sellers e campeões de bilheteria ponderam até que ponto a máquina pode substituir o homem. Se ela ainda não “dominou” a humanidade intelectualmente, já colocou trabalhadores no olho da rua ao substituí-los em indústrias, por exemplo. Se mais gente tivesse pensado com antecedência em como seria uma “sociedade de máquinas”, talvez o estrago fosse menor.

Você já reparou que todas as invenções tecnológicas já foram imaginadas antes de existir? Por mais extravagante que pareça, toda inovação do século XXI já havia sido cogitada por algum escritor ou cineasta décadas antes. Uma cientista social galesa, Dra. Joan Haran, defende que estas primeiras concepções do que seria uma inovação científica, e para que serviria, ajudaram a definir a função social dos aparelhos quando eles se tornaram realidade.
Devem ser estreitados, segundo a pesquisadora, os laços entre a ciência “de verdade” e aquela fantasiada nos filmes e livros. E os argumentos que a autora utiliza em seu artigo, publicado no último dia 10, são de uma simplicidade surpreendente.
Questão de planejamento
Nenhuma obra de ficção científica imagina determinada tecnologia só por imaginar: a história sempre gira em torno de como aquilo mexe com o inventor, com os protagonistas, como move a sociedade e muda o mundo, para o bem ou para o mal.
Uma análise dessas obras pode emprestar valiosas noções a quem produz tecnologia e a quem a financia. Segundo ela, é importante que o cidadão comum tome parte nesses debates científicos, que não se pratique ciência apenas dentro dos laboratórios.
Exemplos concretos
O livro “Admirável Mundo Novo”, escrito pelo britânico Aldous Huxley em 1931, alcançou fama e reconhecimento para além do universo geek que surgiria décadas depois. Na obra, o autor constrói uma fictícia sociedade “organizada”, na qual as pessoas são hierarquizadas por castas por nascerem biologicamente pré-dispostas a determinado padrão. O tal método lembra muito a fertilização in vitro, que ainda estava longe de ser inventada naquela época.
Esse mesmo princípio (de condicionar nascimentos) foi trabalhado sob uma ótica muito mais positiva com uma escritora mais recente. Em 1976, a americana Marge Piercy escreveu “Woman on the edge of the time” (literalmente traduzido, “mulher no limite do tempo”), que narra a história de uma mulher que, internada como louca, passa a se comunicar com uma pessoa do futuro que diz viver em uma sociedade perfeita e igualitária. O segredo? Tirou-se da mãe a responsabilidade da gestação. Todas as crianças eram nascidas de úteros artificiais, o que garantiu igualdade de gêneros.
Tais exercícios de literatura, segundo Joan Haran, fazem com que a humanidade possa refletir com profundidade não somente a respeito da tecnologia que já existe, como também daquela que ainda está por ser inventada.
Desde a metade do século passado, os autores de Best-sellers e campeões de bilheteria ponderam até que ponto a máquina pode substituir o homem. Se ela ainda não “dominou” a humanidade intelectualmente, já colocou trabalhadores no olho da rua ao substituí-los em indústrias, por exemplo. Se mais gente tivesse pensado com antecedência em como seria uma “sociedade de máquinas”, talvez o estrago fosse menor.
O que você acha? [io9/Wales Online]


O que você acha? [io9/Wales Online]

Sem comentários:

Enviar um comentário