quinta-feira, 11 de junho de 2009

China quer "software" de censura a páginas da Internet nos PC


A China pretende exigir que todos os computadores pessoais vendidos a partir de 1 de Julho no país incluam "software" que evita o acesso a uma lista automaticamente actualizada de "websites" banidos pelo governo.
Carla Pedro
cpedro@negocios.pt

JORNAL DE NEGÓCIOS

A China pretende exigir que todos os computadores pessoais vendidos a partir de 1 de Julho no país incluam "software" que evita o acesso a uma lista automaticamente actualizada de "websites" banidos pelo governo.

A notícia é avançada hoje pelo “The Wall Street Journal” e refere que - de acordo com um documento não publicado, datado de 19 de Maio, do Ministério chinês da Indústria e das Tecnologias de Informação – o plano visa evitar que os jovens sejam influenciados por informação “nociva”.

Os fabricantes de PC já foram informados desta exigência, que faz parte de um programa governamental chamado “Green Dam-Youth Escort”, salienta o jornal, citado pela Bloomberg.

“O aparente objectivo do ‘software’ é controlar o acesso a ‘sites’ pornográficos, mas não sabemos o que mais está no código”, afirmou o presidente da representação de Hong Kong da Internet Society, Charles Mok. “Os utilizadores dos computadores não têm qualquer controlo sobre as modificações no ‘software’, que poderão ser usadas para recolher dados pessoais ou filtrar outros ‘websites’”, acrescentou o mesmo responsável ao “WSJ”.

Recorde-se que a China, segundo maior mercado mundial de Internet por número de utilizadores, bloqueia “websites” de organizações como a Aministia Internacional, cujo contéudo considera inaceitável.

Na semana passada, a rede social Twitter e o motor de busca Bing da Microsoft estavam inacessíveis na China, depois de o governo ter apertado a segurança em vésperas do 20º aniversário de Tiananmen.

De acordo com a Herdict.org, que compila dados relativos ao bloqueio do acesso a páginas na net, a China ocupa o primeiro lugar em matéria de censura “online”.

Os PC na China deverão ser vendidos com “software” produzido pela Jinhui Computer System Engineering e pela Beijing Dazheng Human Language Technology Academy, ambas com ligações ao Ministério da Defesa e Segurança, salientou o jornal.

Este ano, a China já encerrou milhares de “websites” este ano, no seu combate à obscenidade na Internet, tendo como objectivo primordial os conteúdos pornográficos. No entanto, começa a crescer o receio de que estas campanhas de bloqueio se estendam a conteúdos de teor político, segundo a “PC World”.

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