A teoria de que vamos tratar nesse artigo é
bem legal: primeiro porque é ousada, depois (e diretamente relacionado) porque
sugere a existência de um mundo paralelo, invisível para nós, onde os nêutrons
podem se esconder de vez em quando.
Tudo começou com um problema para o qual a
física atual não tinha resposta: o “desaparecimento” de nêutrons em
experimentos científicos.
Algumas experiências recentes, feitas em
temperaturas ultrafrias, exibiram um fenômeno conhecido como “perda de
nêutrons”, em que, de alguma forma inexplicável, os cientistas “perdiam” de
vista essas partículas subatômicas por períodos curtos de tempo (de alguns
segundos a dez minutos).
Até agora, ninguém tinha uma explicação
convincente para o bizarro acontecimento.
Entram em cena os físicos teóricos Zurab
Berezhiani e Fabrizio Nesti, da Universidade de L’Aquila, na Itália.
Analisando os dados experimentais obtidos por
outros grupos de pesquisa, eles perceberam que a taxa de perda de certos
nêutrons livres muito lentos parecia depender da direção e da intensidade do
campo magnético aplicado nas partículas.
No entanto, tal anomalia (o campo magnético
poder afetar como os nêutrons desaparecem) também ainda não tinha explicação.
Foi quando os pesquisadores sugeriram a
existência de um mundo paralelo hipotético, constituído de “partículas
espelho”.
Sendo assim, cada nêutron teria um “gêmeo”,
que vive nesse mundo paralelo, e a capacidade de “transitar” para esse seu
espelho invisível, e voltar ao nosso mundo; ou seja, cada nêutron pode oscilar
de um mundo para o outro. A probabilidade de tal transição é sensível à
presença de campos magnéticos, e, graças a isso, deve poder ser detectada
experimentalmente.
A interpretação dos cientistas é sujeita à
condição de que a Terra possui um campo magnético “espelho” da ordem de 0,1
Gauss.
Se isso for verdade, esse campo pode ser
induzido por partículas “espelho” que flutuam na nossa galáxia – o que eles
acreditam ser a matéria escura. Hipoteticamente, a Terra poderia capturar essa
“matéria espelho” via interações fracas entre as partículas comuns e as do
mundo paralelo.
Basicamente, se Terra estiver rodeada por um
campo magnético “espelho”, com uma densidade de fluxo de cerca de 0,1 Gauss,
então isso facilita as oscilações dos nêutrons entre os dois mundos, como os
físicos pensam ter observado com o “desaparecimento” das partículas.
Eles acreditam que a Terra construiu esse
campo magnético espelho para capturar partículas dispersas flutuando através
das galáxias – e essas partículas podem muito bem ser um dos componentes da
ainda misteriosa matéria escura.
Ninguém ainda detectou a matéria escura,
elemento previsto teoricamente na ciência. Quão legal seria se essa matéria
fosse na verdade parte de um mundo paralelo, invisível a nós, e por isso tem
sido tão difícil provar a sua existência?
Se essa teoria for um dia devida e
cientificamente provada, poderemos dizer, oficialmente, que os mundos real e da
ficção científica não são tão distantes assim.[UniverseToday, TGDaily, io9, ScienceDaily]
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