A tentativa de criar equipamentos que leiam
os pensamentos não é uma novidade tão grande. Em 2009, pesquisadores americanos
desenvolveram um
aparelho que traduzia parte dos pensamentos humanos para uma linguagem visual,
com imagens. Agora, uma nova empreitada nos EUA resultou em um equipamento
que capta fragmentos do que as pessoas pensam, ao decodificar a atividade
cerebral que acontece de acordo com o que elas ouvem.
Tal equipamento, conforme explicam os
neurocientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley (a mesma que
conduziu os estudos de 2009), tem o mérito de traduzir os pensamentos em
palavras. Quinze pacientes com epilepsia, incapazes de falar, tiveram o cérebro
acoplado ao aparelho, e o experimento decodificava a atividade no giro
temporal, uma saliência no córtex cerebral próxima aos ouvidos, responsável por
reconhecer o que escutamos.
Cada palavra que os pacientes ouviam era
traduzida para linguagem verbal, que a máquina captava através da mente. Tudo
foi feito a partir de eletrodos e um computador que ajustava a frequência das
ondas cerebrais. A maioria das palavras que os pacientes tinham pensado (após
terem ouvido) foi traduzida claramente, embora algumas tenham ficado difíceis
de entender.
Os cientistas explicam, no entanto, que este
é apenas um primeiro passo. O ideal é captar e verbalizar toda a atividade
cerebral registrada em pacientes que não podem falar, e não apenas aquilo que
eles ouvem. Embora a realização desse plano ainda esteja distante, o princípio
já parece ser correto. [Guardian]
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