Parece que estamos novamente em 1906. Nesse ano, Santos Dumont colocou para voar, pela primeira vez, o 14-bis, famigerado avião que deu o pontapé inicial de nossa história aeronáutica. Passou-se mais de um século, as aeronaves se modernizaram, mas a humanidade ficou mais uma vez apreensiva, temendo pela sorte de um vôo inédito. Dessa vez, a novidade era a força que movia a máquina: energia solar.
O palco dessa nova aventura foi a Suíça. Na última quarta-feira, dia 7, decolou nas proximidades da capital Berna um avião equipado com potentes células foto-sensíveis, que foram capazes de manter a máquina no ar mesmo com o cair da noite. Após 26 horas de vôo ininterrupto, o avião aterrissou perfeitamente em um aeroporto no interior suíço.
Um pouco de números: a aeronave de 15 toneladas, feita de fibra de carbono, contava com um painel solar de 63m de comprimento, instalado sobre as asas. No total, o painel contava com 12.000 células foto-sensíveis, que foram capazes de levar o avião, de 4 motores, a uma altura de 8.700m, quase as medidas do Monte Everest (8.848m), cume do planeta Terra. É um novo recorde mundial em duração e altura para um vôo à energia solar.
A próxima meta do grupo que desenvolveu a máquina é dar a volta ao mundo num desses aviões, objetivo que eles pretendem atingir em 2013. O que lhes dá esperança é o ineditismo de o avião ter passado a noite toda voando perfeitamente, sem apresentar falhas que acusassem a ausência dos raios solares. Quando o avião desceu, as baterias ainda tinham carga para mais três horas de vôo, o que anima a equipe. [BBC]
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