Cientistas detectaram três “surtos” de labaredas da famosa Nebulosa do Caranguejo, um dos objetos celestes mais conhecidos, que a fizeram brilhar de forma significativa na faixa de raios gama por alguns dias.
A Nebulosa do Caranguejo é na verdade o “cemitério” de uma estrela morta há muito tempo. Suas camadas fotogênicas de gás coloridos são os restos do corpo da estrela, expulsos antes dela colapsar e criar uma densa estrela de nêutrons.
A estrela de nêutrons no coração da Nebulosa do Caranguejo é chamada de “pulsar”, pois emite um feixe contínuo de radiação, como um farol que parece pulsar quando cruza a linha de visão da Terra.
Anteriormente, os cientistas acreditavam que o Caranguejo era estável. Agora, a descoberta das “explosões” muda essa ideia. Os pesquisadores observaram labaredas em outubro de 2007 e setembro de 2010. Outra equipe também observou a chama de setembro 2010, bem como uma em fevereiro de 2009.
Os pesquisadores ainda não sabem por que a nebulosa está emitindo essas erupções estranhas. As labaredas, que duraram, cada uma, poucos dias, são diferentes das explosões de raios gama, que são explosões de luz muito mais curtas, criadas quando morre uma estrela gigantesca.
A ideia básica é que o pulsar libera uma corrente de partículas carregadas que são aceleradas. Quando as partículas – principalmente elétrons e seus irmãos com carga positiva, os pósitrons – “batem” na nebulosa em torno do pulsar, elas interagem com o campo magnético da nebulosa, fazendo com que ela libere um tipo de luz conhecida como radiação síncrotron, que é principalmente na forma de raios gama.
Estas são as primeiras explosões de raios gama vistas de qualquer nebulosa. Segundo os cientistas, isso vai fornecer uma nova visão sobre como as partículas são aceleradas em objetos astrofísicos.
Essa aceleração em particular é aproximadamente 1.000 vezes mais energética do que o maior acelerador de partículas feito pelo homem, ou seja, quase à velocidade da luz. Como resultado, os raios gama liberam muita energia, nunca antes vista a partir de fontes astrofísicas.
O objetivo dos pesquisadores é compreender o processo de aceleração de partículas, formando modelos e teorias que possam explicar como acelerar as partículas a esta quantidade enorme de energia.
Para isso, os cientistas esperam pegar a Nebulosa do Caranguejo no “ato”, durante uma explosão, bem como eventualmente observar o fenômeno em outras nebulosas. [MSN]
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