Recentemente, a NASA afirmou que há “oásis” de solos ricos em água que poderiam sustentar os astronautas na Lua.
Cientistas estudaram os resultados completos de uma experiência que colidiu um foguete e uma sonda em uma cratera lunar no ano passado. O impacto levantou grandes quantidades de rocha e poeira, revelando um conjunto de compostos químicos fascinantes, e muito mais água do que qualquer um imaginaria.
A NASA afirmou que cerca de 155 kg de vapor de água e água congelada se fundiram para fora da cratera. A análise dos pesquisadores sugere que 5,6% do peso do solo no local de impacto é água congelada.
Os astrônomos disseram que mesmo em pequenas concentrações dessas há potencial para muita água. E ela está sob a forma de grãos de gelo, o que é bom porque a água congelada é um recurso muito fácil de trabalhar. Só é necessário levá-la à temperatura ambiente para retirá-la da sujeira com facilidade.
O foguete e a sonda da NASA alvejaram a cratera Cabeus, uma depressão profunda e escura no pólo sul da Lua, considerado um local com boas chances de haver gelo.
O conjunto dos instrumentos utilizados nessa experiência determinou que 20% da poeira do local era feita de compostos voláteis, incluindo metano, amônia, gás hidrogênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono.
Além disso, os instrumentos observaram quantidades relativamente grandes de alguns metais, como sódio e mercúrio. Havia até sinais, embora minúsculos, de prata.
Segundo os cientistas, a água e a mistura de voláteis poderiam ser restos do impacto de cometas ou asteróides, e um número de substâncias químicas complexas e processos físicos estão trabalhando no ciclo e migração dessas substâncias em torno da Lua.
A água congelada não é distribuída uniformemente em todo o pólo sul. Pelo contrário, é mantida em bolsões. Alguns desses oásis são, como em Cabeus, encontrados em sombras onde instrumentos espaciais tem sentido temperaturas abaixo de 244° C negativos. Sob tais condições, o gelo permanecerá fixo durantebilhões de anos.
Mas a pesquisa indica que há, provavelmente, água congelada mesmo em áreas que recebem alguma luz solar durante o ano, desde que esta esteja enterrada no solo.
As regiões recém-descobertas são muito extensas. Segundo os cientistas, isso pode facilitar futuras explorações humanas ou robóticas na busca por uma compreensão do gelo lunar, bem como a sua potencial utilização como recurso.
Em vez de ter de enfrentar o frio e o escuro em uma sombra permanente, eles poderiam pesquisar áreas mais convencionais, nas quais o sol brilha, pelo menos durante uma parte do ano, e através da escavação de uma pequena distância abaixo da superfície, ter acesso ao gelo. [BBC]
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