Uma baleia fêmea da espécie jubarte bateu o recorde de natação entre os mamíferos ao viajar do Brasil até Madagascar, na costa leste da África, num trajeto de quase dez mil quilômetros.
Formalmente chamada de “Baleia 1363”, a aventureira ganhou até apelido: Forrest Gumpback (num trocadilho com o nome da espécie em inglês, “humpback”), em homenagem a seu espírito viajante. Ela foi avistada na costa leste do Brasil em 1999, e identificada pelas exclusivas marcas na calda. Poucas entre os animais marinhos, as baleias jubarte geralmente são identificadas por essas manchas na calda com bastante segurança, o que as torna uma espécie popular para estudos. Dois anos depois, a viajante foi fotografada na costa leste de Madagascar, no Oceano índico. A jornada levou cerca de dez anos, mas apenas recentemente as duas aparições foram ligadas à mesma baleia.
A distância mais curta entre as duas localidades é de aproximadamente 9800 quilômetros, mas é de se duvidar que a fêmea em questão pegaria essa rota. Tipicamente, as baleias jubarte viajam para o sul do Oceano Antártico para se alimentar, e depois voltam para o norte, onde as águas são mais mornas, para se reproduzir. Então é muito mais provável que ela tenha viajado do Brasil para o Oceano Antártico e depois voltado rumo ao norte até Madagascar. São aproximadamente quatro mil quilômetros a mais do que qualquer outro trajeto registrado para as jubartes entre áreas de reprodução, uma proeza ainda mais notável pelo fato das fêmeas geralmente serem menos aventureiras que os machos.
Não está claro por que a baleia teria ido tão longe. Tanto as águas da costa brasileira quanto as de Madagascar são áreas favoráveis para a reprodução, e não há nenhuma razão aparente para a troca. O Dr. Peter Stevick, biólogo marinho, vê a experiência exploratória com bons olhos, uma vez que ajudaria a manter as baleias adaptáveis a novos ambientes. [POPSCI]
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