Uma equipe internacional de 16 membros,
incluindo o professor James Kennet, identificou uma camada fina de sedimentos
escuros com quase 13 mil anos, enterrada no lago Cuitzeo, no centro do México.
A camada contém um estranho conjunto de materiais, incluindo nanodiamantes,
pequenas esferas de impacto e outras coisas que, de acordo com os
pesquisadores, são o resultado de um corpo cósmico se chocando com a Terra.
Esses novos dados são últimos a dar suporte
para a controversa hipótese de que um grande impacto cósmico com a Terra
aconteceu há 12.900 anos.
Conduzindo uma série de testes, os
pesquisadores identificaram uma família de nanodiamantes, incluindo uma forma
chamada de lonsdaleita, que é única no caso de impactos cósmicos. Eles também
encontraram esferas que colidiram em alta velocidade com outras esferas durante
o impacto. De acordo com Kennett, essas características não poderiam aparecer
de forma natural, terrestre. “Esses materiais se formam apenas com impacto
cósmico”, afirma.
Os dados sugerem que um cometa ou asteroide –
provavelmente grande, com mais do que várias centenas de metros de diâmetro –
entrou na nossa atmosfera com um ângulo relativamente baixo. O calor do impacto
queimou a biomassa, derreteu as rochas superficiais e causou uma grande
perturbação territorial. “Esses resultados estão relacionados com outras descobertas
na América do Norte de mudanças abruptas no ecossistema, grande extinção da
fauna e redução da população”, explica Kennett.
A cama de sedimentos identificada pelos
pesquisadores tem a mesma idade que outras de inúmeras localizações pela
América do Norte, Groenlândia e Europa Ocidental. A descoberta atual amplia o
conhecimento sobre os nanodiamantes.
No histórico geológico completo, existem
apenas duas camadas continentais conhecidas com abundância de nanodiamantes e
esferas de impacto. Elas correspondem há 65 milhões de anos, período de grandes
extinções. O outro evento conhecido foi o de 12.900 anos atrás, também com
muitas extinções de animais.
“O tempo do impacto coincide com as mudanças
ambientais mais extraordinárias no México e na América Central nos últimos 20
mil anos”, afirma Kennett. “Essas mudanças foram grandes, abruptas e sem
precedentes, e foram identificadas por investigações anteriores”. [ScienceDaily]
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