Pense em uma pintura que começou com algumas
manchas de tinta e, espontaneamente, evoluiu até virar uma obra de arte. Troque
as tintas por ruídos e você verá o que um grupo de pesquisadores da Imperial
College London (Reino Unido) conseguiu criar: música evolutiva.
Eles desenvolveram um programa (batizado de
DarwinTunes) capaz de gerar e combinar ruídos. No início, havia duas faixas com
notas e barulhos aleatórios. O programa as combinou, gerou mais duas, que
geraram outras…
Pouco tempo depois, eles compilaram centenas
de faixas, que foram avaliadas por um grupo de voluntários. As mais apreciadas
sobreviveram e as consideradas desagradáveis foram eliminadas. O programa
combinou as faixas sobreviventes e, com o tempo, surgiram faixas cada vez mais
agradáveis.
Lá pela 3.000ª geração, uma surpresa: “Começaram
a surgir sons de bateria e baixo, espontaneamente. Não tínhamos incluído isso
no algoritmo [a base do programa]“, disse o pesquisador Bob MacCallum à BBC. A
explicação é que esses sons são apreciados por boa parte dos avaliadores, e o
programa combinou ruídos para se aproximar do que eles consideravam bom.
“Nós acreditamos que a música evolui em um
processo fundamentalmente Darwiniano”, contou o professor Armand Leroi, membro
da equipe, em entrevista à BBC. Embora não tenha havido a intervenção de músicos
ou compositores, vale lembrar não foi um processo livre da ação humana: o grupo
de voluntários influenciou o processo. “Forças de mercado – a escolha dos
consumidores – são uma força criativa mais importante do que se imagina”,
apontou.
Considerando o que faz sucesso atualmente, há
quem duvide da sanidade do grande público. Seja como for, a evolução continua.[Gizmodo] e [BBC]
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