A mandíbula foi um ganho considerável na evolução
das espécies. Muitos anos depois de já haver animais vertebrados, ela ainda não
havia sido incorporada no crânio dos seres mais desenvolvidos. Esta vantagem
anatômica, surgida por volta de 400 milhões de anos (no chamado período
Siluriano), foi adquirida no mar. E um dos “pioneiros da mandíbula”, conforme
explicam cientistas irlandeses, parece ter sido um ancestral do ser humano.
Uma informação biológica não muito divulgada é que
os primeiros peixes a dominarem os mares do planeta eram tubarões. Ou melhor,
os ancestrais dele. A partir deste tubarão rudimentar, outras espécies de peixe
foram se emancipando.
Estas espécies primitivas tinham esqueleto feito de
cartilagem. Mas uma das primeiras que se desmembrou do tubarão, adquirindo
estrutura óssea rígida, seria o ponto inicial da linhagem que acabaria dando
origens a nós, Homo Sapiens.
Cientistas da Universidade de Dublin (Irlanda), que
estudavam estas ligações evolutivas, imaginavam que este “ponto inicial” já
fosse distinto do tubarão. Aparentemente, no entanto, não era tanto assim: há
cerca de 290 milhões de anos, viveu nas águas do planeta um peixe chamado Acanthodes
bronni (foto abaixo).
Este seria o peixe do qual partiram os animais com
esqueletos avançados que viriam no futuro. O nome científico, por si próprio,
remete à classe Acanthodii, que já foi completamente extinta há muito
tempo.
A partir de um minucioso estudo ósseo, baseado em
fragmentos de fósseis conservados em museus, os pesquisadores da Irlanda
traçaram uma suposição de árvore genealógica do nosso ancestral marinho, e
descobriram uma série de semelhanças com o tubarão. Em suma: somos mais
aparentados com os tubarões do que imaginávamos há até pouco tempo.[LiveScience / Daily Mail]
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