Segundo novos dados de satélite, as alterações climáticas ao longo dos últimos 25 anos são as responsáveis por um aumento da temperatura observado em mais de 150 dos maiores lagos do mundo.
A análise recente fornece uma nova fonte de dados independentes para avaliar o impacto da mudança climática sobre a terra ao redor do mundo. Ela foi feita a partir de imagens infravermelho termais dos satélites da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica e da Agência Espacial Européia.
As coletas de imagens se concentraram nas temperaturas de verão (de julho a setembro no hemisfério norte e janeiro a março no hemisfério sul), devido à dificuldade da coleta de dados em estações nas quais os lagos ficam cobertos de gelo e/ou escondidos por nuvens. Apenas dados noturnos foram utilizados no estudo.
Os cientistas estudaram os lagos que tinham pelo menos 500 quilômetros quadrados de área, a partir de um banco de dados global. Os lagos selecionados também tinham que ter grandes áreas de superfície localizadas distante da costa, para que as influências da terra não interferissem nas medições. Os dados de satélite dos lagos foram coletados a partir do ponto mais distante de qualquer linha costeira.
Os resultados apontam para uma tendência de aquecimento global. Os maiores aumentos foram vistos nas latitudes médias e altas do hemisfério norte. Os dados sugerem uma taxa de aquecimento médio de 0,45 graus Celsius por década, sendo que alguns lagos aqueceram cerca de 1 grau Celsius por década.
A maior e mais consistente área de aquecimento foi o norte da Europa, sendo que uma tendência de aquecimento ligeiramente mais fraca foi encontrada no sudeste da Europa, em torno do Mar Negro e do Mar Cáspio, e do Cazaquistão.
Na América do Norte, as tendências foram ligeiramente superiores no sudoeste dos Estados Unidos do que na região dos Grandes Lagos. O aquecimento foi mais fraco nos trópicos e nas latitudes médias do hemisfério sul.
Os pesquisadores afirmaram que os resultados são consistentes com as mudanças esperadas associadas ao aquecimento global. As tendências de temperatura capturadas por satélite concordaram firmemente com as medidas feitas por nove bóias nos Grandes Lagos, o maior grupo de lagos de água doce da Terra, em termos de área total e volume. Os resultados também estavam em acordo com dados independentes de outros institutos.
A descoberta do relatório é preocupante. Segundo os pesquisadores, mesmo pequenas mudanças na temperatura da água podem resultar em florações de algas que tornam o lago tóxico para os peixes, ou resultar na introdução de espécies não-nativas que mudam o ecossistema natural do lago. [LiveScience]
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