segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Áreas danificadas por elefantes favorecem anfíbios e répteis


Segundo um novo estudo, áreas fortemente danificadas por elefantes possuem mais espécies de anfíbios e répteis do que as áreas onde eles não vivem.

Cientistas americanos realizaram um estudo em Ndarakwai Ranch, um local de 4.300 hectares misto de florestas de savana (dominadas por duas espécies de Acácia) e savana, no nordeste da Tanzânia, entre agosto de 2007 e fevereiro de 2008.

Eles identificaram as áreas que sofreram danos altos, médios ou baixos graças aos elefantes livres nanatureza, as quais foram comparadas com uma área de 250 hectares que foi cercada para evitar a entrada de grandes herbívoros, como elefantes, girafas e zebras.

Os pesquisadores afirmaram que as áreas com mais danos causados pelos elefantes à vegetação lenhosa eram mais ricas e abundantes em espécies.

Em áreas altamente danificadas pelos elefantes, 18 espécies de anfíbios e répteis foram amostradas. As áreas de dano médio eram compostas por 12 espécies, enquanto as áreas de baixo dano tinham 11 espécies. O menor número de espécies se encontrava na área cercada, onde os elefantes não chegam: 8.

Os cientistas concluíram que a diferença na abundância e riqueza de espécies nas áreas degradadas foi provavelmente um resultado da engenharia dos elefantes, gerando novos habitats para um conjunto diversificado de espécies de sapos.

Segundo os cientistas, os elefantes são considerados “engenheiros ecológicos” porque criam e mantêm ecossistemas através de mudanças. As atividades dos elefantes, e também de algumas outras espécies, modificam o habitat de uma forma que afeta muitas outras espécies.

Desde cavar a terra com as patas fronteiras até puxar e derrubar grandes árvores, os elefantes realmente mudam a forma da paisagem. E como seus sistemas digestivos não são muito bons em processar as sementes que eles comem, suas fezes são ótimos adubos. Assim, os elefantes também são capazes de rejuvenescer a paisagem, transportando sementes a vários lugares.

No estudo, os pesquisadores observaram que crateras e resíduos lenhosos formados por árvores arrancadas e quebradas por elefantes aumentou o número de refúgios que as outras espécies tinham contra predadores.

Eles acrescentaram que os locais danificados também foram favorecidos por insetos, uma importante fonte de alimento para anfíbios e répteis. Portanto, a abundância e a diversidade de presas pode ser um fator que atraiu essas espécies a áreas modificadas pelos elefantes.

Os cientistas explicam que essas descobertas têm implicações para as estratégias de gestão de habitat e vida selvagem. Como o ser humano acaba gerenciando habitats, deve saber exatamente com o que está lidando.

Segundo os pesquisadores, este estudo demonstra que, embora as coisas possam parecer prejudiciais aos olhos humanos (como a destruição do meio ambiente), isso não significa necessariamente que seja prejudicial para toda a vida que está naquele habitat. [BBC]

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