Você já reparou que todas as invenções tecnológicas
já foram imaginadas antes de existir? Por mais extravagante que pareça, toda
inovação do século XXI já havia sido cogitada por algum escritor ou cineasta
décadas antes. Uma cientista social galesa, Dra. Joan Haran, defende que estas
primeiras concepções do que seria uma inovação científica, e para que serviria,
ajudaram a definir a função social dos aparelhos quando eles se tornaram
realidade.
Devem ser estreitados, segundo a pesquisadora, os
laços entre a ciência “de verdade” e aquela fantasiada nos filmes e livros. E
os argumentos que a autora utiliza em seu artigo, publicado no último dia 10,
são de uma simplicidade surpreendente.
Questão
de planejamento
Nenhuma obra de ficção científica imagina
determinada tecnologia só por imaginar: a história sempre gira em torno de como
aquilo mexe com o inventor, com os protagonistas, como move a sociedade e muda
o mundo, para o bem ou para o mal.
Uma análise dessas obras pode emprestar valiosas
noções a quem produz tecnologia e a quem a financia. Segundo ela, é importante
que o cidadão comum tome parte nesses debates científicos, que não se pratique
ciência apenas dentro dos laboratórios.
Exemplos
concretos
O livro “Admirável Mundo Novo”, escrito pelo
britânico Aldous Huxley em 1931, alcançou fama e reconhecimento para além do
universo geek que surgiria décadas depois. Na obra, o autor constrói uma
fictícia sociedade “organizada”, na qual as pessoas são hierarquizadas por
castas por nascerem biologicamente pré-dispostas a determinado padrão. O tal
método lembra muito a fertilização in vitro, que ainda estava longe de ser
inventada naquela época.
Esse mesmo princípio (de condicionar nascimentos)
foi trabalhado sob uma ótica muito mais positiva com uma escritora mais
recente. Em 1976, a americana Marge Piercy escreveu “Woman on the edge of the
time” (literalmente traduzido, “mulher no limite do tempo”), que narra a
história de uma mulher que, internada como louca, passa a se comunicar com uma
pessoa do futuro que diz viver em uma sociedade perfeita e igualitária. O
segredo? Tirou-se da mãe a responsabilidade da gestação. Todas as crianças eram
nascidas de úteros artificiais, o que garantiu igualdade de gêneros.
Tais exercícios de literatura, segundo Joan Haran,
fazem com que a humanidade possa refletir com profundidade não somente a
respeito da tecnologia que já existe, como também daquela que ainda está por
ser inventada.
Desde a metade do século passado, os autores de
Best-sellers e campeões de bilheteria ponderam até que ponto a máquina pode
substituir o homem. Se ela ainda não “dominou” a humanidade intelectualmente,
já colocou trabalhadores no olho da rua ao substituí-los em indústrias, por
exemplo. Se mais gente tivesse pensado com antecedência em como seria uma
“sociedade de máquinas”, talvez o estrago fosse menor.
Você já reparou que todas as invenções tecnológicas
já foram imaginadas antes de existir? Por mais extravagante que pareça, toda
inovação do século XXI já havia sido cogitada por algum escritor ou cineasta
décadas antes. Uma cientista social galesa, Dra. Joan Haran, defende que estas
primeiras concepções do que seria uma inovação científica, e para que serviria,
ajudaram a definir a função social dos aparelhos quando eles se tornaram
realidade.
Devem ser estreitados, segundo a pesquisadora, os
laços entre a ciência “de verdade” e aquela fantasiada nos filmes e livros. E
os argumentos que a autora utiliza em seu artigo, publicado no último dia 10,
são de uma simplicidade surpreendente.
Questão
de planejamento
Nenhuma obra de ficção científica imagina
determinada tecnologia só por imaginar: a história sempre gira em torno de como
aquilo mexe com o inventor, com os protagonistas, como move a sociedade e muda
o mundo, para o bem ou para o mal.
Uma análise dessas obras pode emprestar valiosas
noções a quem produz tecnologia e a quem a financia. Segundo ela, é importante
que o cidadão comum tome parte nesses debates científicos, que não se pratique
ciência apenas dentro dos laboratórios.
Exemplos
concretos
O livro “Admirável Mundo Novo”, escrito pelo
britânico Aldous Huxley em 1931, alcançou fama e reconhecimento para além do
universo geek que surgiria décadas depois. Na obra, o autor constrói uma
fictícia sociedade “organizada”, na qual as pessoas são hierarquizadas por
castas por nascerem biologicamente pré-dispostas a determinado padrão. O tal
método lembra muito a fertilização in vitro, que ainda estava longe de ser
inventada naquela época.
Esse mesmo princípio (de condicionar nascimentos)
foi trabalhado sob uma ótica muito mais positiva com uma escritora mais
recente. Em 1976, a americana Marge Piercy escreveu “Woman on the edge of the
time” (literalmente traduzido, “mulher no limite do tempo”), que narra a
história de uma mulher que, internada como louca, passa a se comunicar com uma
pessoa do futuro que diz viver em uma sociedade perfeita e igualitária. O
segredo? Tirou-se da mãe a responsabilidade da gestação. Todas as crianças eram
nascidas de úteros artificiais, o que garantiu igualdade de gêneros.
Tais exercícios de literatura, segundo Joan Haran,
fazem com que a humanidade possa refletir com profundidade não somente a
respeito da tecnologia que já existe, como também daquela que ainda está por
ser inventada.
Desde a metade do século passado, os autores de
Best-sellers e campeões de bilheteria ponderam até que ponto a máquina pode
substituir o homem. Se ela ainda não “dominou” a humanidade intelectualmente,
já colocou trabalhadores no olho da rua ao substituí-los em indústrias, por
exemplo. Se mais gente tivesse pensado com antecedência em como seria uma
“sociedade de máquinas”, talvez o estrago fosse menor.
O que você acha? [io9/Wales Online]
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