Em 24 de Janeiro de 1989, eu
estava entre um punhado de jornalistas dentro da câmara da morte na Prisão
Estadual da Flórida, em Starke, onde o serial killer Ted Bundy foi executado na
cadeira elétrica.
Foi, talvez, uma das mais
profundas experiências em 50 anos de carreira.
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Antes de sua execução, Bundy
confessou cerca de 30 homicídios cometidos em sete estados entre 1974 e 1978,
mas investigadores sempre acreditaram que o número real de vítimas pudesse ser
muito maior.
A execução estava marcada
para as 7h e havia quase uma atmosfera de festa fora da prisão.
Nós vimos cartazes que
diziam “Dia de fritar” e “Frite Bundy Frite.”
Do lado de fora, havia um
total desrespeito pela execução de um ser humano. Dentro, nós estávamos vendo
Ted Bundy – e era uma visão do mal que eu nunca achei que veria. Ele parou na porta,
e é esta cena que está na minha cabeça.
Bundy não pesava mais do que
84 a 86 kg. Ele era um homem grande; ele tinha em torno de 1.82m.
Ele olhou para nós com um
olhar estranho.
Eu não fazia ideia de que eu
lembraria destes detalhes 25 anos depois e gostaria que tivesse sido
fotografado.
Claro, Hollywood tentou
recriar a cena da execução, mas a versão dramatizada no filme “Bundy”
(2002) não é o que eu vi naquele dia.
Uma das diferenças óbvias é
que no filme ele está com um uniforme de prisão. Quando ele apareceu, Bundy não
estava vestido com um uniforme. E no filme, eles o retratam num aparente estado
de choque.
Na vida real, Bundy não
estava em choque. Ele estava no controle – ele parecia estar no controle de
suas emoções.
Quando ele caminhou através da
porta, foi como uma explosão de luz negra. Não foi legal e eu tenho de dizer,
ele tinha uma áurea ameaçadora sobre ele.
Ele disse “dê o meu amor
à minha família e meus amigos.”
Quando eles colocaram a
máscara nele, eles a colocaram tão apertada que ele virou sua cabeça.
Nós apenas podíamos ver a
cabeça e dois olhos, e me ocorreu que os dois olhos pareciam maquiados. Parecia
muito uma mulher, o que foi muito apropriado já que ele matou muitas mulheres.
As jovens mulheres que ele
atacou estavam em seus vinte anos, exceto por uma vítima que sabemos que era
uma criança: Kimberly Diane Lych, 12 anos, de Lake City, Flórida.
A vida de Bundy acabou em
uma questão de minutos. Foi um contraste com o que sabemos sobre suas vítimas:
levava horas e dias para que ele as executasse, colocando-as num inacreditável
inferno na Terra.
Bundy se transformou numa
celebridade; existiam até mesmo pessoas que o consideravam um herói. Haviam
muitas pessoas que vinham para vê-lo.
A questão era, devíamos
mantê-lo vivo ou executá-lo? E se o deixássemos vivo, poderíamos aprender
alguma coisa sobre serial killers?
Bem, o problema com isso?
Ele era um mentiroso compulsivo. Até o fim, ele negou ter qualquer envolvimento
nos assassinatos. Então, pouco antes de sua execução, ele confessou 30
homicídios.
E investigadores acreditam
ser muito provável que existam muito mais vítimas que não sabemos.
Não há nada como ver um
serial killer dessa magnitude executado. Não há nada que se compara a isso,
porque isso molda todo o seu senso do que é a vida.
Eu acho que quando fui
embora, eu era uma pessoa a menos a favor da pena capital.
Não é algo que me fez perder
várias noites de sono, não é algo que realmente me afetou posteriormente, mas
eu acho que eu tenho uma apreciação diferente da vida após este episódio.
Nota do Aprendiz: O
texto acima é de autoria de John Wilson. John é um jornalista veterano e âncora
do Fox 13 6 O’clock. Com 50 anos de carreira recém-completados, Wilson anunciou
que em breve irá se aposentar.
Fonte: My Fox Tampa Bay
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