O método de datar com radiocarbono revela uma presença humana há nove mil anos. Certas determinações recentes levam a pensar que os homens ali viveram há 30000 anos. Não se pode de forma alguma excluir a hipótese de que seres humanos que sabiam trabalhar metais, que possuíam observatórios e uma ciência, tenham edificado há 30 000 anos cidades gigantescas. Conduzidos por quem?
Louis Pauwels e Jacques Bergier. DIFEL
Certos trabalhos de irrigação efetuados pelos pré-Incas dificilmente seriam realizáveis com as nossas turbo-brocas elétricas. E por que motivo homens que não utilizavam rodas terão construído estradas pavimentadas? O arqueólogo americano Hyatt Verrill consagrou trinta anos à investigação das civilizações desaparecidas da América Central e da América do Sul. Na sua opinião, os grandes trabalhos dos homens antigos não foram realizados com utensílios para cortar a pedra, mas com uma pasta radioativa que corrói o granito: uma espécie de gravura à escala das grandes pirâmides. Essa pasta radioativa, legada por civilizações ainda mais antigas, pretendia Verrill tê-la visto nas mãos dos últimos feiticeiros. Num belo romance, The Bridge of Light, descreve ele uma cidade pré-Inca que se atinge por meio de uma ponte de luz, uma ponte de matéria ionizada, que aparece e desaparece à-vontade e permite transpor um desfiladeiro rochoso que de outra forma seria inacessível. Até aos últimos dias de vida (morreu com oitenta anos).
Verrill afirmou que o seu livro era muito mais do que uma lenda, e sua mulher, que morreu mais tarde, continuou a afirmá-lo. Que significam as figuras de Nazca? Trata-se de linhas geométricas imensas traçadas na planície de Nazca, apenas visíveis de avião ou de balão, e que a exploração aeronáutica permitiu que fossem descobertas. O professor Mason, que não poderia ser suspeito de fantasista, como Verrill, perde-se em conjecturas. Terá sido necessário que os construtores fossem auxiliados por um engenho suspenso no espaço. Mason rejeita a hipótese e pensa que essas figuras foram colocadas a partir de um modelo reduzido ou de um esquema.
Tendo em conta o nível da técnica dos pré-Incas admitido pela arqueologia clássica, torna-se ainda mais improvável. E qual seria a significação desse traçado? Religiosa? É o que sempre se diz, mais ou menos ao acaso. A explicação por meio da religião desconhecida, método corrente. Prefere supor-se toda a espécie de loucuras do espírito, mas não outros estados do conhecimento e da técnica. É uma questão de precedência: as luzes de hoje são as únicas luzes. As fotografias que possuímos da planície de Nazca fazem pensar irresistivelmente na balizagem de um terreno de aterragem. Filhos do Sol, vindos do céu... O professor Mason evita cuidadosamente referir-se a essas lendas e prefere inventar uma espécie de religião da trigonometria, da qual a história das crenças não nos dá, aliás, qualquer exemplo. E, no entanto, um pouco mais adiante, menciona a mitologia pré-Inca segundo a qual as estrelas são habitadas e os deuses desceram da constelação das Plêiades.
Não nos recusamos a admitir visitas de habitantes do exterior, civilizações atômicas desaparecidas sem quase deixar vestígios, etapas do conhecimento e da técnica comparáveis à etapa presente, vestígios de ciências submersas em diversas formas daquilo a que chamamos esoterismo, e realidades operativas naquilo que colocamos na categoria de práticas mágicas.
Não afirmamos que acreditamos em tudo, mas mostraremos no próximo capítulo que o campo das ciências humanas é provavelmente muito mais vasto do que imaginamos. Integrando todos os fatos, sem qualquer exclusão, e aceitando considerar todas as hipóteses sugeridas por esses fatos, sem qualquer espécie de a priorismo, um Darwin, um Copérnico da antropologia criarão uma ciência completamente nova se 'estabelecerem uma circulação constante entre a observação objetiva do passado e todos os segredos do conhecimento moderno em matéria de parapsicologia, de física, de química, de matemática. Talvez lhes pareça que a idéia de uma constante e lenta evolução da inteligência, de um sempre longo avançar do saber, não é uma idéia sólida mas um tabu que nós instituímos para nos supormos beneficiários, hoje, de toda a história humana.
Qual o motivo por que as civilizações passadas não teriam conhecido súbitos clarões durante os quais a quase totalidade do conhecimento lhes teria sido revelada? Por que motivo aquilo que por vezes se produz numa vida de homem, a inspiração, a intuição fulgurante, a explosão do gênio, não se teria produzido várias vezes na vida da humanidade? Não interpretamos nós as poucas recordações desses instantes de uma forma bastante falsa ao falar de mitologia, de lendas, de magia? Se me mostrarem uma fotografia não falsificada de um homem flutuando no espaço, não direi: é a representação do mito de Ícaro, mas direi: é o instantâneo de um salto ou de um mergulho. Qual o motivo por que não haveria estados instantâneos nas civilizações?
Vamos citar outros fatos, efetuar outras aproximações, formular outras hipóteses ainda. Haverá sem dúvida muitos disparates no nosso livro, repetimo-lo, mas isso importa muito pouco se este livro suscitar algumas vocações e, em certa medida, preparar caminhos mais amplos à investigação. Não passamos de dois pobres quebradores de pedras: outros construirão a estrada.
Memória mais antiga do que nós. . .
- Onde os autores voltam a encontrar pássaros metálicos. - História de um curioso mapa do Mundo. - Bombardeamentos atômicos e naus interplanetárias nos textos sagrados. - Outra idéia sobre as máquinas. -O culto pelo cargo. -Outra visão do esoterismo. -A sagração da inteligência. - Mais uma história, por favor.
De há dez anos para cá, a exploração do passado foi facilitada pelos novos métodos baseados na radioatividade e pelo progresso da cosmologia. Daí ressaltam dois fatos extraordinários.
1º - A Terra seria contemporânea do Universo. Dataria portanto de há 4500 milhões de anos. Ter-se-ia formado ao mesmo tempo e talvez antes do Sol, por condensação das partículas a frio.
2º - O homem tal como nós o conhecemos, o homo sapiens, só existiria há 75 000 anos. Esse período muito curto a nossos olhos, rastos visíveis, mas a sua recordação persistiria nas lendas. O busto sobrevive à cidade: a sua recordação poderia ter sobrevivido às centrais de energia, às máquinas, aos monumentos das suas civilizações extintas. É possível que a nossa memória remonte a uma época muito anterior à nossa existência, à própria existência da nossa espécie. Que registros infinitamente longínquos se dissimulam nos seus cromossomos e nos seus genes? De onde te vem isto, alma do homem, de onde te vem isto?.
Aqui, permitimo-nos fazer duas perguntas:
a) Durante esses 75 000 anos, a humanidade conheceu outras civilizações técnicas além da nossa? Em coro, os especialistas respondem-nos que não. Mas não é manifesto que eles saibam distinguir um instrumento de um objeto considerado de culto. Nesse domínio, a investigação nem sequer começou. No entanto, há problemas perturbantes. A maior parte dos paleontologistas consideram os eólitos (pedras descobertas em 1867 perto de Orleans) objetos naturais. Mas outros vêem neles a obra do homem. De que homem? Outro sem ser o homo sapiens. Encontraram-se outros objetos em Ipswich, no Norfolk: eles provariam a existência de homens terciários na Europa ocidental.
b) As experiências de Washburn e de Dice provam que a evolução do homem pode ter sido causada por modificações muito banais. Por exemplo, uma ligeira alteração dos ossos do crânio l. Uma única mutação, e não, como se supôs, uma conjunção complexa de mutações, teria bastado para passar do pré-hominiano ao homem.
Portanto, em 4500 milhões de anos, apenas uma mutação?
É possível. Por que motivo seria certo? Não seria possível que tivessem havido vários ciclos de evolução antes desse ano de 75.000? Outras formas de humanidade, ou antes, outros seres pensantes podem ter surgido e desaparecido. Não teriam deixado,
Em arqueologia tudo é diferente. A nossa civilização acelera as comunicações, e as observações feitas sobre o conjunto da superfície do globo, reunidas, confrontadas, põem em relevo grandes mistérios. Em Junho de 1958, o Instituto Smithson publica os resultados obtidos por americanos, índios e Russos '. Nas buscas efetuadas na Mongólia, Escandinávia, Ceilão, perto do lago Baikal e sobre o curso superior da ribeira Lena, na Sibéria, descobrem-se exatamente os mesmos objetos de ossos e pedras. Ora a técnica de fabricação desses objetos já não se encontra senão entre os Esquimós.
O Instituto Smithson julga-se portanto no direito de concluir que há dez mil anos os Esquimós habitavam na Ásia central, Ceilão e Mongólia. Em seguida teriam emigrado bruscamente para a Groenlândia. Mas porquê? De que maneira puderam esses seres primitivos decidir bruscamente, e, todos ao mesmo tempo, trocar essas terras pelo mesmo ponto inóspito do globo? Aliás, como o puderam atingir? Ainda agora ignoram que a Terra é redonda e não têm a menor idéia do que é geografia. E abandonaram o Ceilão, paraíso terrestre? O Instituto não responde a estas perguntas. Nós não pretendemos impor a nossa hipótese e só a formulamos como exercício de amplificação do espírito: uma civilização superior, há dez mil anos, controla o globo. Ela cria no Grande Norte uma zona de deportação. Ora, que diz o folclore esquimó? Fala de tribos transportadas para o Grande Norte, na origem dos tempos, em gigantescos pássaros metálicos. Os arqueólogos do século XIX insistiram muito no contra-senso desses pássaros metálicos. E nós?
Ainda não foi feito qualquer trabalho comparável ao do Instituto Smithson a respeito de objetos mais bem definidos. Por exemplo, sobre as lentes. Foram encontradas lentes ópticas no Iraque e na Austrália Central. Serão provenientes da mesma origem, da mesma civilização? Não foi chamado a pronunciar-se qualquer óptico moderno. Todos os vidros de óptica, há cerca de vinte anos, na nossa civilização, são polidos por meio de óxido de cerium. Dentro de mil anos, a análise espectroscópica provará, por meio de análise feita a esses vidros, a existência de uma civilização única no globo. E será verdade.
Imagem: volker.umpfenbach.de
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