Segundo uma nova teoria, os anéis de Saturno são os restos de uma lua há muito desaparecida, que foi destituída de sua camada exterior de gelo antes do seu centro de pedra mergulhar no planeta.
Os cientistas dizem que essa teoria não só explica a corrente de anéis, como explica as luas do planeta com interiores ricos em gelo que não tinham explicação plausível antes.
As antigas teorias sobre a origem dos anéis de Saturno eram duas: ou uma pequena lua teria mergulhado intacta no planeta e se quebrado, ou um cometa teria se chocado contra uma lua, e ela teria se rasgado em pedaços.
O problema é que, em ambas as teorias, a colisão produziria uma mistura igual de rocha e gelo nos anéis de Saturno – e não quase 95% de gelo, como é hoje.
Os pesquisadores estudaram o período em que Saturno (e outros planetas do sistema solar) se formou a partir de um disco primordial de gás e poeira, 4,5 bilhões de anos atrás.
Em trabalhos anteriores, eles haviam mostrado que uma lua havia se formado após a outra em torno desse gigante gasoso, crescendo até a força gravitacional do planeta as destruírem. As luas teriam parado de se formar quando o disco de gás e poeira se esgotou.
No novo estudo, os pesquisadores calcularam que uma lua do tamanho de Titã – a maior de Saturno, com cerca de 5.000 quilômetros de diâmetro – começou a se separar em camadas conforme migrou para mais perto do planeta.
A força de Saturno fez que com muito gelo da lua derretesse e, em seguida, voltasse a se congelar como um manto exterior. Conforme a lua girava em espiral em torno do planeta, a camada de gelo seria “arrancada” para formar os anéis.
Uma lua tão grande teria produzido anéis de várias ordens de magnitude, mais maciços do que hoje. Isso, por sua vez, virou uma fonte de gelo para novas pequenas luas serem geradas a partir da borda dos anéis exteriores.
Esse processo poderia explicar porque os interiores das luas de Saturno são geladas, enquanto as luas mais distantes do planeta contém mais rocha.
Outro estudo recente confirma a noção de que os anéis atuais são remanescentes dos antigos anéis maciços de gelo puro. Um cientista planetário calculou que os anéis mais maciços são menos propensos a serem poluídos por poeira e, portanto, ainda poderiam ser tão puros quanto parecem hoje, mesmo após 4,5 bilhões de anos.
A teoria é avançada, mas algumas questões ainda permanecem sem resposta, como por que algumas das luas de Saturno têm mais rocha do que outras. A teoria será posta à prova em 2017, quando uma missão da NASA terminará um tour em Saturno, trazendo medições melhores das massas dos anéis. Os pesquisadores podem usar esses e outros dados para entender como os anéis evoluíram ao longo do tempo. [ScienceNews]
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