segunda-feira, 24 de maio de 2010

Galaxy 15, o satélite errante


Foi confirmado, no último dia 20 de abril, um acidente de trânsito por perda de controle do veículo, 36.000 quilômetros acima da superfície da Terra. O Galaxy 15, um satélite lançado no espaço em 2005, saiu de rota e agora vaga à deriva pela órbita terrestre.

O satélite, que tinha a função de prestar serviços de comunicação aos Estados Unidos, está agora justamente ameaçando os seus colegas em órbita, porque pode desviar os sinais de transmissão.

O problema começou no dia 5 de abril, quando o Galaxy 15 deixou de responder aos comandos enviados da base, em Washington D.C. Não há como recuperar a comunicação perdida, e o satélite agora engrossa a fileira de lixo espacial vagando ao redor do planeta. A Orbital Sciences, empresa que construiu o Galaxy, está estudando um meio de parar o satélite.

A expectativa é que o satélite seja direcionado a uma espécie de “camada externa” da órbita (geoestacionária), aonde existem, calcula-se, de 150 a 200 objetos circulando sem destino. Se o Galaxy 15 for impulsionado para lá, ficará girando em uma espécie de “órbita cemitério”. Ela é povoada por satélites que chegaram ao fim da vida útil (que, a propósito, era de 15 anos para o Galaxy, mas ele não chegou a durar cinco), e não voltarão à atmosfera tão cedo.

Quanto mais se afastar, mais tempo levará para cair de volta à Terra. A ideia é empurrá-lo para que não volte em pelo menos 100 anos. Segundo um especialista da NASA, é muito mais fácil jogar um satélite para longe do que “puxá-lo” em direção à atmosfera.

Para puxá-lo, seria necessária uma ajudinha de um veículoespacial. Por sorte, já existe um projeto para construir tal aparelho: trata-se do “raio-trator”, um veículo que teria a função de soltar raios laser nos objetos e mandá-los de volta para cá.

Empurrando ou puxando, é importante fazer algo quanto ao Galaxy 15, porque ele representa dois riscos. Um deles, pequeno, é o de colidir com outro satélite. A probabilidade é mínima, mas, de acordo com o cientista da NASA, não haveria como evitar, e já houve casos de colisão.

O risco maior é de que o satélite interfira nas comunicações. Chega a ser irônico, porque é exatamente para auxiliá-las que ele foi criado. [MNSBC]

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