O astrofísico Sean Raymond, do Observatório de
Bordeaux, na França, projetou um sistema estelar hipotético com tantos mundos
semelhantes à Terra quanto possível, sem quebrar as leis da física. O número
final? Incríveis 60 planetas.
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Sean queria fazer um arranjo de planetas
cientificamente plausível. Todos os mundos precisavam ser gravitacionalmente
estáveis ao longo de bilhões de anos, já que não faz sentido criar um arranjo
no qual os planetas simplesmente não conseguem ficar em órbita, espiralando em
direção ao “sol” (à sua estrela-mãe).
Ele se baseou na literatura científica recente, mas
tirou licença artística em alguns casos, quando era impossível escolher entre
dois cenários por causa da falta de dados.
O sistema
Sean escolheu uma estrela anã vermelha como “mãe” do
sistema em vez de uma como o sol, porque ela tem uma massa menor e vive mais
tempo, oferecendo uma zona habitável estável.
Usando a ciência, ele determinou que um planeta do
tamanho da Terra também pode ter uma lua quase do tamanho da Terra, com os dois
mundos orbitando um ponto central.
Dois pares de planetas podem orbitar uma estrela na
mesma distância desde que estejam separados por 60 graus, graças a dois pontos
gravitacionalmente estáveis. No nosso sistema solar, esses pontos são
normalmente habitados por asteroides e não planetas (os “troianos” – Júpiter
tem milhares, a Terra tem um), mas nada impede que sejam planetas.
Há espaço para seis pares nessas configurações na zona
habitável de uma anã vermelha, ou seja, 24 planetas habitáveis no sistema.
Vamos
aumentar esse número?
É
simples. Gigantes gasosos, como Júpiter, não são habitáveis para a vida como a
conhecemos, mas podem ser orbitados por luas parecidas com a Terra (como as
luas Europa e Enceladus, que orbitam Júpiter e Saturno, respectivamente, e que
são ótimas candidatas para a vida fora da Terra).
Uma
anã vermelha pode ter quatro planetas semelhantes a Júpiter, cada um com cinco
luas como a Terra. Além disso, os espaços dos troianos podem permitir mais dois
planetas como a Terra em ambos os lados dos “Júpiteres” em órbita, aumentando o
número total de mundos habitáveis ao redor da anã vermelha para 36.
Se
o sistema for binário, ou seja, tiver duas anãs vermelhas separadas pela
distância entre o nosso
sol até a borda do sistema solar, sendo que uma estrela tem a primeira
configuração com 24 mundos, e a segunda tem 36, temos um sistema final com 60
planetas habitáveis.
Podemos
encontrar algo assim no universo?
Infelizmente,
provavelmente não.
Segundo
Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire, em Hatfield, no Reino Unido, que
ajudou a descobrir o sistema estelar com o maior número de planetas conhecidos,
essa é uma ideia instigante, mas as chances de um sistema desse tipo realmente
se formar no universo real são mínimas.
“Isso
é devido à falta de matéria perto da zona habitável no disco de acreção a
partir do qual os planetas se formam”, diz Tuomi.
De
fato, seria um grande feito para a natureza. [NewScientist]
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