Os
golfinhos, aqueles mamíferos marinhos inteligentes, divertidos e curiosos que
todo mundo ama, não só são os preferidos de todo mundo: eles também têm
“super-poderes”. Se pensarmos bem, é bastante compreensível, considerando o
ambiente hostil em que eles evoluíram. Veja aqui algumas das habilidades que
permitem que estes adoráveis mamíferos sobrevivam nos oceanos.
10.
Insônia
A
maioria dos animais (o que inclui os seres humanos) precisa dormir e sonhar,
mas os os golfinhos, aparentemente, não. Ou quase isso – eles dormem, mas
conseguem fazer isto com metade do cérebro de cada vez.
Cientistas
que testaram estes mamíferos por cinco dias descobriram que as reações deles
não ficaram mais lentas, e testes de sangue não mostraram sinais de estresse ou
falta de sono. Além disso, outro teste mostrou que eles são capazes de usar o
sonar por 15 dias direto, sem perda de precisão. De uma certa maneira, enquanto
uma metade do cérebro dos golfinhos dorme, a outra assume todas as funções. É
quase com se eles tivessem dois cérebros.
9.
Visão
Os
golfinhos contam com um sofisticado sentido de visão — de fato, melhor que o
nosso. Para começar, seu ângulo de visão é de 300 graus, pois os olhos estão
bem separados, um de cada lado da cabeça. Isto permite que eles vejam atrás de
si mesmos.
Cada
olho pode se mover independentemente, o que permite que eles examinem duas
direções diferentes ao mesmo tempo. Com uma camada de células refletoras atrás
da retina, chamada tapetem lucidem, os golfinhos veem excepcionalmente
bem mesmo com pouca luz. E, como se não bastasse tudo isso, eles também
conseguem ver fora da água tão bem quanto debaixo da água.
8.
Pele
A
pele dos golfinhos é incrível: em um ambiente cheio de cracas e mexilhões que
grudam em baleias e peixes, eles (e as orcas) sempre têm a pele limpa e lisinha
– e esta é só uma das vantagens conferidas a eles pela pele. Mesmo não sendo
uma epiderme mais forte que a nossa, ela é 10 a 20 vezes mais espessa que a de
qualquer animal terrestre, e cresce 9 vezes mais rápido (uma camada inteira é
substituída a cada duas horas), o que é importante para manter a pele suave,
sedosa e hidrodinâmica.
Além
disso, a pele contém rugas microscópicas que permitem nadar rápido e evitam que
os parasitas consigam se fixar. Porém, o segredo maior é um gel especial que
resiste ao muco dos mexilhões. De uma certa forma, é como estar sempre coberto
de solvente de cola. Também não podemos nos esquecer das enzimas que se
escondem na gordura do golfinho e que atacam os parasitas.
7.
Respiração
Para
conseguir segurar o fôlego por 12 minutos e mergulhar até 550 metros, os
golfinhos têm que contar com pulmões incríveis. Eles não são muito maiores que
os pulmões humanos, mas são extremamente eficientes. Por exemplo, a cada respirada,
nós trocamos cerca de 17% do ar dos nossos pulmões, enquanto os golfinhos
conseguem renovar 80%. O sangue e os músculos deles conseguem, ainda, armazenar
e transportar mais oxigênio (em parte graças a uma quantidade maior de
hemácias, que por sua vez têm concentrações maiores de hemoglobina que as
nossas).
Mas
só isso não explica como eles conseguem ficar sem respirar por tanto tempo e
mergulhar tão fundo: a razão é que eles conseguem restringir a circulação do
sangue apenas aos órgãos mais importantes quando necessário.
6.
Cura e cicatrização
A
capacidade de cura dos golfinhos parece coisa de ficção: já foram encontrados
golfinhos sobreviventes de ferimentos do tamanho de bolas de basquete, e os
tecidos se regeneram em questão de poucas semanas, fazendo com que eles voltem
à antiga forma, em vez de ficar com uma cicatriz profunda — eles não apenas se
curam, mas se regeneram (quase como o Wolverine). Sua capacidade regenerativa
já foi comparada à de fetos dentro do útero.
E
não só a capacidade de regeneração é fantástica: eles também não têm
hemorragias graves. Se um de nós perdesse uma parte da carne, provavelmente
morreria de hemorragia, mas os golfinhos parecem usar os mesmos mecanismos que
lhes permitem mergulhar a grandes profundidades para contrair os vasos
sanguíneos e interromper a perda de sangue.
5.
Tolerância à dor
Golfinhos
já foram observados a brincar, nadar e alimentar-se normalmente depois de
sofrerem danos que incapacitariam quaisquer outros animais deste planeta. E não
se trata de insensibilidade (os golfinhos são tão sensíveis quanto nós):
aparentemente eles são capazes de produzir analgésicos naturais com a mesma
potência da morfina, quando necessário.
Como
os predadores normalmente atacam os elementos que mostram sinais de fraqueza, a
capacidade de não demonstrar dor ou sofrimento faz sentido, do ponto de vista
evolutivo — ninguém quer mostrar para os tubarões nas redondezas que acabou de
perder um pedaço do corpo do tamanho de um melão e que pode ser uma presa
fácil.
4.
Impulsão
Em
um estudo de 1936, o biólogo Sir James Gray estudou a anatomia do golfinho,
procurando uma explicação para as velocidades com que o animal consegue nadar.
Ele não conseguiu descobrir nada, mas criou a hipótese de que a pele do
golfinho teria alguma característica anti-arrasto que lhe daria mais
eficiência.
O
“Paradoxo de Gray” foi solucionado em 2008, e em parte deu razão à hipótese de
Sir James: de fato, a pele do golfinho tem algumas propriedades anti-arrasto,
mas ele subestimou a força da musculatura do animal. Enquanto um nadador
olímpico consegue produzir um impulso de 27 a 31 kgf (quilograma-força) de
impulso, o golfinho consegue produzir 90 kgf. E isto em “velocidade de
cruzeiro”: quando dá tudo de si, consegue produzir de 136 a 181 kgf de impulso.
Além
de produzir 5 vezes mais impulsão que o ser humano em sua melhor forma, ele
também é bastante eficiente no gasto de energia, convertendo 80% de sua energia
em impulso, contra cerca de 4% que o ser humano consegue. Sem dúvidas, um dos
mais eficientes nadadores dos oceanos.
3.
Resistência a infecções
Outro
dos poderes incríveis dos golfinhos é a resistência a infecções. Um humano que
seja mordido por um tubarão morre de septicemia em poucos dias se não for
hospitalizado, mas um golfinho não tem problema algum de levar uma mordida
daqueles dentes cheios de bactérias. Nem mesmo as bactérias que existem no
oceano parecem preocupá-los. Eles simplesmente não desenvolvem infecção alguma.
Mas
como isso acontece? Ninguém sabe ao certo, já que o sistema imunológico deles é
semelhante ao nosso. A nossa melhor hipótese é a de que eles conseguem
aproveitar antibióticos feitos por plantas e algas — algumas das substâncias
produzidas por estas criaturas microscópicas foram encontradas na gordura dos
golfinhos. Conforme a gordura se decompõe no local dos ferimentos, ela libera
estas substâncias antibacterianas. Mas a maneira que eles armazenam estas
substâncias em vez de metabolizá-las ou excretá-las ainda é um mistério.
2.
Sentido de magnetismo
Um
dos mistérios sobre os golfinhos e baleias por que eles acabam encalhando em
praias. Teorias envolvendo doenças, poluição ou teste de sonares militares não
puderam ser comprovadas ou descartadas com as autópsias, e, como este fenômeno
é conhecido há centenas de anos, é pouco provável que a causa seja a atividade
humana.
A
hipótese mais recente é a do magnetismo solar: golfinhos e baleias têm cristais
de magnetita no cérebro, que os ajudam a sentir o campo magnético da Terra, e
especialistas notaram que os locais de encalhe coincidem com regiões onde as
rochas magnéticas locais diminuem o campo magnético terrestre, enquanto outras
evidências sugerem que os campos magnéticos emitidos pelo sol embaralham o
sentido de magnetismo de animais aquáticos.
Uma
análise dos eventos de encalhe mostra que eles coincidem com partes do ciclo
solar que produzem um fluxo maior de radiação. Isto também poderia explicar por
que, depois de libertados, os animais dão meia volta e encalham novamente.
1.
Eletrorrecepção
Os
golfinhos têm mais um truque escondido na manga, algo que poucos animais têm:
ele é capaz de perceber os pulsos elétricos que os seres vivos produzem. A
descoberta foi feita em golfinhos da Guiana, que vivem próximos da costa da
América do Sul, e se parecem com o golfinho nariz-de-garrafa. Os pesquisadores
notaram algumas depressões no rostrum (o focinho) do golfinho, que
pode detectar impulsos elétricos dos músculos de peixes.
Acredita-se
que a sensibilidade da eletrorrecepção dos golfinhos seja semelhante à dos
ornitorrincos, e provavelmente é usada para encontrar peixes escondidos na
lama. Os pesquisadores suspeitam que todos os golfinhos (e algumas baleias)
tenham esta habilidade.
http://hypescience.com
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