segunda-feira, 24 de março de 2014

Fenómeno meteorológico "apocalíptico" assusta belgas


Chama-se nuvem arcus e foi filmada, esta semana, em Knokke, na Bélgica. O fenómeno meteorológico é descrito pela televisão pública belga como "impressionante" e foi captado pelas objetivas de muitos curiosos. Veja o vídeo.


Eram cerca das 21 horas locais, quando, na passada segunda-feira, após um dia quente de verão, uma coluna de nuvens aproximou-se das praias de Knokke, no norte da Bélgica. Com a passagem das nuvens, teve início uma tempestade com trovões, chuva e vento forte.
Ainda que sem consequências maiores do que as de uma tempestade normal, a grande nuvem assustou as pessoas, que reagiram com gritos. Apesar de tudo, de acordo com a televisão local, RTBF (Radio Televisão Belga Francófona), o fenómeno foi passageiro e durou muito pouco tempo, sendo a calma restaurada logo depois.
Nas redes sociais, surgiram varios vídeos que relatam o fenómeno e o descrevem como "apocalíptico". No entanto, segundo os meteorologistas, trata-se apenas de uma nuvem arcus, um aglomerado de vários quilómetros pouco comum na Bélgica que pode surgir, por norma, junto do oceano.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Top 5 desaparecimentos misteriosos de aviões








 O homem não foi feito para voar, diziam os luditas que testemunharam os primeiros esforços desajeitados da civilização para colocar um avião no céu - e mantê-lo lá.

 Embora a aeronáutica tenha conseguido feitos notáveis ​​desde os primeiros dias de voo, e os aviões estejam entre as formas mais seguras de viajar, a busca permanente pelo voo 370 da Malaysia Airlines fez com que muitas pessoas se questionassem como um grande avião de passageiros pode simplesmente desaparecer.

A verdade é que os aviões e seus passageiros desaparecem, e têm-no feito desde 1800. Em 1856, um vendedor chamado Matías Pérez com um interesse em balões descolou de Havana, Cuba, e nunca mais foi visto.

Na época, é claro, não havia nenhuma maneira de controlar o voo e acreditava-se amplamente que o seu balão tinha caído no oceano. Tais eventos são praticamente desconhecidos na atual aeronáutica.

Os controladores de tráfego aéreo rastreiam jatos utilizando dois tipos de radar. Um radar primário determina a posição de um avião por meio da análise de sinais que saltam de volta para fora da aeronave, sendo reforçados pelo tipo secundário, enviado por um equipamento a bordo de um jato conhecido como um transponder.

Mas, mesmo na era do radar moderno, dos sistemas avançados de computador e da tecnologia de satélite, os desaparecimentos ainda ocorrem. Conheça 5 dos mais mediáticos desaparecimentos de aeronaves da história

5. Voo 447 da Air France
Depois de descolar do Rio de Janeiro em 2009, o voo 447 da Air France desapareceu dos radares cerca de três horas depois. Demorou cinco dias para que as equipas de busca descobrirem os destroços do Airbus A330 no Oceano Atlântico, e dois anos antes do gravador de dados de voo ser recuperado do fundo do mar.

Posteriormente, foi determinado que o avião - que estava a voar em piloto automático - havia caído depois de cristais de gelo se formarem sobre os instrumentos de voo, o que obrigou o equipamento de piloto automático do avião a desligar-se, acabando por para o avião a parar. Todos os 228 passageiros e tripulantes morreram.

4. Boeing 727-223 em 2003
Um dos desaparecimentos de avião mais estranhos nos últimos anos ocorreu em 2003, quando um Boeing 727-223 foi roubado de um aeroporto em Luanda, Angola. Anteriormente um avião de passageiros da American Airlines, o avião foi alugado a uma companhia aérea de Angola.

Acredita-se que um mecânico americano chamado Ben Charles Padilla estava a bordo quando o avião entrou na pista e descolou. Padilla nunca foi visto ou ouvido desde então, e o avião nunca mais foi encontrado e o mistério do seu desaparecimento nunca foi resolvido.

3. Voo 739 da Flying Tiger Line
Em 1962, um Lockheed L-1049 operado pela Flying Tiger Line transportava militares norte-americanos da Califórnia para o Vietname. Após reabastecer numa base aérea em Guam, o avião e todos os 107 passageiros desapareceram em algum lugar sobre o Oceano Pacífico.

Depois de uma pesquisa de oito dias, envolvendo milhares de pessoas e os militares dos EUA, a busca pela aeronave e pelos eventuais sobreviventes foi cancelada. A tripulação de um petroleiro liberiano afirmou ter visto uma luz brilhante no céu aproximadamente ao mesmo tempo que o voo teria passado, mas o desaparecimento da aeronave permanece um mistério até hoje.

2. Glenn Miller
Glenn Miller foi um dos músicos mais célebres do século 20, levando a Glenn Miller Orchestra a aclamação internacional. E como um aviador alistado durante a Segunda Guerra Mundial, Miller foi enviado para elevar o moral das tropas no exterior.

Mas antes de uma aparição agendada num concerto de Natal em Paris, Miller descolou de uma pista de pouso na Inglaterra sob forte neblina com o seu piloto, o tenente-coronel Norman Baessell. Miller nunca chegou ao seu concerto em Paris, levando a inúmeras teorias sobre o seu desaparecimento.

Voo 571 da Força Aérea Uruguaia
Talvez o desaparecimento do avião mais famoso de sempre, um vôo fretado em 1972 transportando 45 pessoas do Uruguai para o Chile caiu devido a um erro do piloto num local remoto no alto das montanhas dos Andes. Pesquisadores de três países procuraram pelo avião, mas após oito dias, a busca foi cancelada.
Durante esse tempo, 27 sobreviventes do naufrágio lutaram para permanecer vivos no frio extremo e com pouca comida. Depois de uma avalanche matar mais oito pessoas, e com pouca esperança de sobrevivência - especialmente depois de ouvir um relatório de rádio de que a sua busca havia sido abandonado - os sobreviventes recorreram ao canibalismo.

No entanto, duas pessoas do local do acidente foram capazes de caminhar através das montanhas e encontrar ajuda e salvamento. Após 72 dias, o último dos 16 sobreviventes foi resgatado das íngremes montanhas onde o avião se despenhara. [Livescience]









terça-feira, 18 de março de 2014

Detectadas as ondas do primeiro instante do universo


Un telescopio en el polo Sur capta la huella de la teoría de la inflación cósmica, que completa el conocimiento del Big Bang

ELPAIS.COM

Los científicos dicen haber detectado los sutiles temblores del universo un instante después de su origen. Un telescopio estadounidense en el mismísimo polo Sur ha logrado captar esas huellas en el cielo que suponen un espaldarazo definitivo a la teoría que mejor explica los primeros momentos del cosmos, denominada inflación y propuesta hace más de tres décadas. Esa inflación fue un crecimiento enorme y muy rápido del espacio-tiempo inicial y, a partir de ese momento, el universo siguió expandiéndose pausadamente, hasta ahora, 13.800 millones de años después. Es la teoría del Big Bang, pero con un complemento fundamental al principio de todo. Como dice Alan Guth, el científico estadounidense que propuso, en 1980, la inflación cósmica, “exploramos el bang del Big Bang”.
“Unos astrónomos afirman que han encontrado la tan buscada evidencia de que el universo sufrió una rápida inflación en los primerísimos momentos de su existencia”, señala la revista Nature. “Si se confirma, esa firma de las ondas gravitacionales del Big Bang abrirá un nuevo capítulo en la astronomía, la cosmología y la física”.
Los científicos del telescopio de microondas BICEP-2, instalado en la base antártica Amundsen Scott, han anunciado hoy en Harvard los datos concluyentes, disparando la euforia de muchos cosmólogos en todo el mundo que, por muy convencidos que estuviesen de que la inflación tenía que ser la explicación correcta de lo que pasó casi al principio, estaban a la espera de la prueba, imprescindible en ciencia, de que la naturaleza efectivamente funciona como ellos habían conjeturado. Y la prueba son las ondas gravitacionales primordiales, producidas por las llamadas vibraciones cuánticas en el espacio-tiempo, que se propagan por el universo a la velocidad de la luz y de las que hoy queda la leve firma en la radiación de fondo que permea todo el cielo.
“Se trata de la primera evidencia directa de la inflación cósmica”, anuncia el Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, en EE UU. Son “las primeras imágenes de ondas gravitacionales, olas que se han descrito como los primeros temblores del Big Bang. Y confirman la profunda conexión entre la mecánica cuántica y la relatividad general.
“La detección de estas señales es uno de los objetivos más importantes de la cosmología actual. Mucha gente ha trabajado mucho hasta llegar a este punto”, comenta John Kovac, líder del detector Bicep2. Y el propio Guth ha declarado a Nature: "Es una prueba nueva y totalmente independiente de que el panorama inflacionario encaja".
La teoría del Big Bang funciona bien y varias sólidas pruebas observacionales la respaldan, pero en realidad, arranca su historia del universo un poco después del principio, un momento a partir del cual explica con éxito la expansión de las galaxias que observó Edwin Hubble en 1929, la formación de los elementos ligeros como el Hidrógeno o la radiación de fondo (de cuando el Universo tenía 380.000 años) remanente en el cielo que es el resplandor de la época en que se formaron los primeros átomos.
Pero en su formulación clásica también tiene problemas y esas pegas que soluciona son las que la inflación de Guth, primero, e inmediatamente después de otros físicos que mejoraron la idea inicial o propusieron variaciones de la misma. Las dos principales cuestiones que deja sin respuesta la teoría sin inflación son: ¿por qué el universo es tan homogéneo, tan igual se mire a donde se mire? y ¿por qué tiene la densidad justa? Por partes: el problema de la homogeneidad significa que el universo es demasiado grande para que los extremos se hayan podido contagiar las propiedades: en el cosmos inicial habría variaciones de temperatura pero no habría dado tiempo a que alcanzaran un equilibrio. Como decía el cosmólogo Daniel Baumann en space.com, el hecho de que partes distantes del universo tuvieran la misma temperatura y densidad sin haber podido estar en contacto es un problema de la teoría del Big Bang sin inflación, tan paradójico como que dos tazas de café muy lejos una de otra y sin posibilidad de haber entrado en contacto, tengan exactamente la misma temperatura. Con la inflación, las dos tazas son producto de la misma máquina de café hecho al mismo tiempo y ese crecimiento exponencial del universo en los primeros instantes las separa a velocidad superior a la de la luz (por la expansión del espacio tiempo, no porque nada supere ese límite de velocidad).
El problema de la densidad exacta o de por qué tiene una geometría plana o casi es enigmático, porque si al principio hubiera habido un poco más de materia, habría colapsado casi inmediatamente y si hubiera habido un poco más, la expansión resultante habría impedido la formación de galaxias y estrellas…
La inflación soluciona ambos problemas partiendo de que la gravedad, en determinadas condiciones actúa con una fuerza repulsiva, en lugar de atractiva, y utiliza mecanismos clave de la mecánica cuántica. “Partimos de un poquito de universo primitivo, algo muy pequeño, algo que podría ser mil millones de veces más pequeño que un protón, pero que podría tener esa materia gravitatoriamente repulsiva”, explicaba hace unos años Guth a EL PAÍS. “Entonces empieza a expandirse exponencialmente, duplicándose de tamaño muy rápidamente, por lo menos un centenar de veces. Al final de ese proceso de inflación, todo el universo, o la región del cosmos que evolucionará hasta convertirse en el cosmos observable actual, sería mucho más grande que antes de ese crecimiento tremendo. Aún así no tendría más de un centímetro de diámetro. Ya a partir de ese momento, la repulsión gravitatoria deja de actuar y continúa la expansión normal hasta ahora”. Y todo ello en una fracción mínima de segundo.
Y ese proceso de crecimiento acelerado genera unas vibraciones que acaban siendo en el universo ondas gravitatorias (como pinzamientos del espacio-tiempo que se estiran y encogen) cuya huella han detectado ahora los científicos con el telescopio Bicep2 en la radiación de fondo de microondas.
Como la radiación de fondo es una forma de luz, muestra todas sus propiedades, incluida la polarización, explica el centro Harvar- Smithsonian. “Nuestro equipo busca un tipo especial de polarización denominado B-modes que representa un patrón de giro o rizo en las orientaciones polarizadas de la antigua luz”, comenta Jamie Bock, uno de los científicos del equipo.
Si se compara la historia del universo con la vida de una persona, la teoría del Big Bang clásica, sin inflación, empieza en el momento en que el niño está en la maternidad, recién nacido. Con la inflación se remonta al estado de embrión", señalaba Guth.
El telescopio terrestre más cercano al espacio
ALICIA RIVERA
El telescopio BICEP2 es uno de los observatorios instalados en el polo Sur donde merece la pena tenerlo, pese a la complejidad de su montaje y operación dadas las condiciones extremas allí, por las ventajas que ofrecen las condiciones atmosféricas y la altura (2.800 metros sobre el nivel del mar), favorables a las observaciones astronómicas en determinadas longitudes de onda de microondas (ente las ondas radio y el infrarrojo). El frío hace que sea escasa la cantidad de vapor de agua que absorben dichas ondas, además, la oscuridad total durante seis meses garantiza la estabilidad de la atmósfera sin los cambios térmicos de amaneceres y atardeceres.
"El polo Sur es lo más cerca que puedes estar del espacio y seguir en tierra”, señala John Kovac, líder del equipo del telescopio. “Es uno de los lugares más secos y limpios del planeta, un sitio perfecto para observar las ténues microondas del Big Bang".
El BICEP2 fue diseñado específicamente para captar las huellas de la inflación que ahora ha descubierto (técnicamente, la polarización de la radiación cósmica de fondo) y en realidad es una batería de detectores. El primer instrumento BICEP1 funcionó de 2006 a 2008 con 98 detectores; el segundo, con 512 detectores, se estrenó en enero de 2010 y estuvo en operación hasta diciembre de 2012. Ahora están en preparación las nuevas versiones, un conjunto de receptores que formarán el conjunto Keck. El BICEP3 empezará escudriñar el cielo en 2015. Financiado por la Fundación Nacional de la Ciencia, estadounidense, integran su equipo especialistas de varias universidades e instituciones científicas.
El Bicep2 está instalado en el edificio Dark Sector Laboratory de la base Amundsen Scott, junto con el Telescopio del Polo Sur.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O Mundo das Teorias de Conspiração


por Roger Sandell, publicado em Magonia n.5 em 1980
 Como a ufologia, a idéia de que o mundo contemporâneo é controlado por organizações conspiratórias vastas e secretas, é uma que é primariamente difundida por grupos e indivíduos obscuros através de jornais caseiros duplicados ou impressos de forma barata. A um outsider as idéias avançadas como conspiração parecem realmente estranhas. Para considerar alguns exemplos:
Gary Allen, o comentarista chefe da sociedade John Birch, acredita que a URSS é secretamente controlada pela família Rockefeller [1];
Carl Oglesby, ex-presidente do novo grupo de esquerda americano Estudantes para uma Sociedade Democrática, afirma que os  assassinatos políticos dos anos sessenta e a crise de Watergate fizeram parte de uma luta gigantesca pelo controle do E.U.A. entre os banqueiros de Nova Iorque e os petroleiros do Texas [2];
Nesta H. Webster, a escritora dos anos 20 que originou muito das teorias de conspiração modernas, alegou que movimentos revolucionários modernos são manipulados por uma conspiração oculta de séculos de idade que se origina com os medievais Cavaleiros Templários e a Ordem dos Assassinos [3];
Walter Bowart, um jornalista americano, acredita que a CIA controla os E.U.A. por meio de um exército secreto de agentes zumbi que foram submetidos operações de controle da mente [4];
O autor anônimo de The Gemstone File, uma alegada história secreta da América moderna distribuída por livrarias underground aqui e nos E.U.A., alega que a guerra de Vietnã foi lutada para preservar o monopólio do mercado mundial de heroína por Aristóteles Onassis [5].
Claramente, as idéias dos teoristas de conspiração mantêm pouca relação com as  idéias geralmente aceitas de eventos mundiais. Algumas delas parecem tão absurdas a ponto de lançar dúvida sobre a sanidade de seus defensores. Porém, a tradição conspiracionista não é simplesmente o produto de paranóides isolados, mas tem uma longa história política.
A história das teorias de conspiração começa na década de 1790. A Revolução francesa, por causa de sua natureza totalmente sem precedente, teve um impacto difícil de conceber hoje. De repente, por toda parte na Europa toda estrutura da sociedade parecia ameaçada e idéias existentes pareciam inadequadas para explicar o que tinha acontecido. Na Inglaterra os resultados incluíram repressão oficial e um crescimento súbito de cultos baseados nas passagens apocalípticas da Bíblia. [6]
Outro resultado foi o aparecimento em 1797 de livros intitulados Memoires pour Servir a l'Histoire du Jacobinisme por Augustin du Barruel, um padre francês, e Provas de uma Conspiração Contra todas as Religiões e Governos, por John Robison, matemático escocês. Os dois livros ofereceram uma explicação simples para a Revolução Francesa: a monarquia francesa caiu como resultado de uma conspiração nutrida pelos Maçons e sociedades secretas semelhantes. Tanto Barruel quanto Robinson se focaram em um nome particular - Illuminati. [7]
Este grupo era uma sociedade secreta fundada na Baviera em 1776 por Adam Weishaupt (à esquerda), professor universitário. Seu objetivo era disseminar as doutrinas do Iluminismo do século XVIII de igualdade humana e racionalidade, e atraiu um grupo de seguidores considerável, até que foi suprimido pelas autoridades Bávaras em 1785. Porém, de acordo com Barruel e Robison os illuminati não tinham deixado de existir em 1785 mas tinham ido simplesmente para a clandestinidade. Os líderes da Revolução francesa eram Maçons e Illuminati, ou os agentes deles e seguidores, levando a cabo um plano secreto para subverter as monarquias de Europa e a religião Cristã.
Qual era a verdade por trás destas idéias? A maçonaria moderna tinha se originado na Inglaterra em princípios do século 18, e de lá tinha se espalhado para a Europa. Na Inglaterra e França seu juramento e regulamentos ordenavam lealdade para a igreja e estado, e sua sociedade incluiu os membros das Famílias Reais tanto da Inglaterra quanto da França, como também clero protestante e católico. É possível encontrar evidência de atividade política dos Lodges do século 18, mas isto é localizado e certamente não é evidência de uma conspiração radical. (Na realidade a Maçonaria inicial inglesa e francesa parecem ter sido influenciadas pelos Jacobitas, partidários do católico exilado Stuart pretendente ao trono britânico.)
Os primeiros estágios da Revolução francesa foram acompanhados por esperanças de um espírito novo de cooperação entre as classes sociais, e alguns maçons saudaram este espírito como uma vindicação dos ideais maçônicos de fraternidade humana. Porém, à medida que a Revolução progrediu suas vítimas incluíram Maçons proeminentes, e a destruição da aristocracia francesa levou a atividade maçônica na França a uma virtual parada.
Apesar destes fatos as idéias de Robison e Barruel ganharam uma boa quantidade de seguidores. Alguns escritores as distorceram em versões até mais estranhas. Um folheto da década de 1790 alegou que os Maçons eram os descendentes dos medievais Cavaleiros Templários, e que a Revolução francesa era uma vingança dos Templários pela perseguição da monarquia francesa, quatrocentos anos antes.
A Revolução foi seguida pelas Guerras Napoleônicas, e a queda de Napoleão foi seguida pela restauração de regimes reacionários pela Europa. Neste clima de repressão, os radicais em vários países escolheram se organizar em grupos com senhas, rituais de iniciação e reuniões secretas. Na Itália da década de 1820 o ideal de unidade italiana foi nutrido pelos Carbonari ou Queimadores de Carvão, uma sociedade secreta que como a Maçonaria fez alegações grandiosas de grande antiguidade. Na Rússia e Irlanda do século XIX sociedades secretas se tornaram focos para atividades antigovernamentais. Até mesmo na Inglaterra os primeiros sindicatos praticaram juramentos e iniciações parecidos com os Maçônicos.
Como resultado o espectro de conspiração internacional continuou assombrando os defensores da ordem estabelecida. Em 1820 Count Metternich, o estadista austríaco, pediu por uma conferência internacional para discutir meios de combater as sociedades secretas. Em 1852 Disraeli, o futuro Primeiro-ministro, podia escrever da antiguidade e malevolência das sociedades nestas palavras:
"A origem das sociedades secretas que prevalecem na Europa é muito remota. É provável que elas sejam originalmente confederações de raças conquistadas organizadas em grande medida pelas hierarquias abrogadas... as duas características destas confederações que agora cobrem a Europa como uma rede, são guerra contra a propriedade e um ódio da revelação Semítica [i.e. Cristianismo]. Estes são os legados dos fundadores delas; uma propriedade perdida e os criados de altares que foram subvertidos."         Taxil  descreveu o aparecimento de Satanás em rituais maçônicos - aparentemente ele tomou a forma de um crocodilo e tocou piano - e os laboratórios secretos sob Gibraltar onde demônios fabricavam germes de pestilência para devastar a Europa católica
Na segunda metade do século XIX um novo elemento sinistro estava entrando no mundo dos teoristas de conspiração. Um romance alemão de 1868, Biarritz por Herman Goedesche, descreve como os heróis se escondem no cemitério judeu em Praga, e testemunham uma reunião secreta entre o diabo e os Anciões das doze tribos Judias. Na reunião aqueles presentes descrevem como os judeus devem usar seu dinheiro e influência para se tornar governantes do mundo. (Como nós veremos, este não é de forma alguma o último exemplo de um escritor de thriller se servindo de teorias de conspiração para seus enredos.) [8]
Na metade do século XIX os judeus - não-Cristãos, urbanos e recém-liberados de limitações cívicas - estavam em vários países começando a ser vistos como o inimigo principal pelas forças de reação e clericalismo baseadas no campo. Como Biarritz mostra, este anti-semitismo combinou as idéias medievais do judeu como aliado de Satanás com a idéia da malvada sociedade secreta que manipula eventos políticos. Porém, tais idéias não eram exclusivas de péssimos novelistas. Já em 1893 era possível para o Arcebispo católico romano de Maurício terminar uma denúncia da Maçonaria afirmando que os Maçons eram simplesmente ferramentas dos judeus, e em suas palavras finais ele horrivelmente se antecipa a Hitler: "Não esperem, ó judeus, poder escapar da calamidade que os ameaça... nós não desejamos ser os escravos dos judeus... nós esqueceremos de nossas diferenças políticas para permanecermos firmes contra os inimigos de Deus. A Vitória é certa."
Ao mesmo tempo na França as fraudes grotescas de Leo Taxil acharam uma audiência pronta entre o clero. Taxil, que alegou ser um desertor maçônico descreveu o aparecimento pessoal de Satanás em rituais maçônicos - aparentemente ele tomou a forma de um crocodilo e tocou piano - e os laboratórios secretos sob Gibraltar onde demônios fabricavam germes de pestilência para devastar a Europa católica. Taxil mostrou ser um anticlericista que inventou suas estórias para expor a credulidade de seus oponentes.
Foi na Rússia Czarista que o anti-semitismo moderno alcançou sua forma definitiva. O fracasso da revolta de 1905 foi seguido por pogrons oficialmente encorajados e propaganda anti-semítica, notavelmente um documento intitulado Os Protocolos dos Anciões de Sião. De acordo com seu editor Sergei Nilus, um proprietário de terras que se tornou um maníaco religioso depois de perder sua fortuna, este livro consistia nas minutas secretas de uma reunião de líderes judeus para planejar a dominação mundial. O plano envolvia o encorajamento do vício e ateísmo para despolarizar a Europa e o uso de movimentos revolucionários e manipulação financeira para provocar o colapso final de governos nacionais e a substituição deles por um império mundial judeu. Este trabalho, em realidade uma falsificação elaborada pela polícia secreta russa, foi tomado seriamente pelo próprio Czar e logo se tornou um texto preferido da extrema-direita russa. Como veremos, posteriormente exerceria uma influência malévola muito além da Rússia.
Embora a Rússia fosse singular na Europa pré-1914 ao ponto do anti-semitismo e crença em conspirações receberem sanção oficial, as mesmas idéias eram prevalecentes em muitos outros lugares. Enquanto o caso Dreyfus abalou a virada do século na França, os direitistas proclamaram que a crise era o trabalho do 'Sindicato', uma força sinistra vista como uma aliança de judeus, Maçons, radicais e agentes alemães. [7]
Na Inglaterra o começo do século XX foi um período de crise social. Tensão internacional em escalada e a revolta dos trabalhadores, mulheres e a Irlanda desafiaram a estrutura da sociedade. Um resultado disto (esboçado em outros artigos em MUFOB e Magonia) foi a eclosão de pânicos centrados em espiões, invasões estrangeiras e aeróstatos misteriosos. Outro foi a popularidade aumentada de idéias anti-semíticas e conspiratórias. Um thriller extremamente popular deste período, When it was Dark por Guy Thorne, descreve o plano de um milionário judeu para destruir o Cristianismo fabricando dados arqueológicos fraudulentos sobre a vida de Jesus. [10] O romance histórico de Rudyard Kipling para crianças, Puck of Pook's Hill inclui uma cena na qual os credores judeus da Europa medieval se encontram para planejar o destino do continente. Até mesmo propaganda radical contra a Guerra Bôer desenvolveu tons anti-semitas em alguns casos descrevendo a guerra como o trabalho de financistas judeus.
Os anos de 1914 a 1920 viram guerra mundial seguida por revolução e inquietação pela Europa. À medida que a velha ordem se esfacelava seus defensores, como as vítimas da Revolução francesa, procuraram nas teorias de conspiração por uma explicação do que estava acontecendo. Foram distribuídas cópias dos Protocolos dos Anciões de Sião a soldados do exército Czarista na Guerra Civil russa. O Marechal-de-campo Ludendorf, o senhor de guerra do Kaiser, culpou o colapso da Alemanha como uma conspiração de judeus, Maçons e Jesuítas.
A Inglaterra não estava de forma alguma imune a estas atitudes; jornais freqüentemente expressaram suspeitas relativas à 'Mão Oculta' que supostamente estava sabotando o esforço de guerra. Quando a Revolução russa chegou, um relatório de Escritório Estrangeiro oficial incluiu observações de que os bolcheviques eram 'Judeus Internacionais'. Até que ponto estas convicções foram aceitas pode ser visto no primeiro capítulo do thriller famoso de John Buchan The Thirty-Nine Steps. Coronel Scudder, agente secreto, explica que por trás de toda companhia principal na Europa há um "judeu em uma cadeira de rodas com uma face parecida com o de uma cascavel", e que a causa da Primeira Guerra Mundial é que "o judeu tem a faca dele no Império russo".
Um dos principais disseminadores de teorias de conspiração por esta época, e uma grande influência em teorias posteriores foi Nesta H. Webster (à direita), autora de World Revolution; the Plot Against Civilisation e Secret Societies and Subversive Movements, publicados nos anos vinte. Nestes livros são reunidos os temas de teorias de conspiração prévias em uma síntese extraordinária. A última origem dos movimentos revolucionários do século vinte é declarada como uma seita medieval de muçulmanos fanáticos conhecida como a Ordem de Assassinos. Os Assassinos tiveram sucesso em subverter os Cavaleiros cruzados Templários que levaram suas idéias para a Europa onde eles formaram a base da Maçonaria. Os Maçons e os Illuminati de Weishaupt tinham conduzido as revoluções francesa e bolchevique. Os socialistas, o IRA e outros movimentos radicais eram controlados pelos mesmos conspiradores Satânicos, junto com os mais recentes aliados deles os Sionistas e o Grupo de Generais alemão.
É uma indicação adicional do clima mental do período que a senhora Webster foi convidada a palestrar para grupos de oficiais do exército em mais de uma ocasião, e que em 1920 um MP principal que escrevia sobre o Bolchevismo podia alegar que: "Esta conspiração contra a civilização [data] dos dias de Weishaupt... como a historiadora moderna a senhora Webster tem mostrado tão habilmente, ela desempenhou um papel reconhecível na Revolução francesa." [11] O autor dessas palavras foi Winston Churchill.
Como o Exército Vermelho emergiu vitorioso da Guerra civil russa, os emigrados Czaristas se espalharam a muitos países. Alguns deles formaram focos para a distribuição de propaganda anti-semítica. Os esforços deles caíram em terreno receptivo. Nos EUA, Henry Ford ficou impressionado o suficiente para contratar um time de detetives para tentar localizar os Anciões de Sião. Na Inglaterra os Protocolos foram tomados seriamente pela maioria das seções respeitadas da imprensa. Em 1920 The Times editorialisou: "Será que nós, esforçando cada fibra de nosso corpo nacional, escapamos de uma Pax Germanicus apenas para entrar em uma Pax Judaica? Os Anciões de Sião, como representados nos seus Protocolos, não são de forma alguma mestres mais amáveis que William II e seus capangas". (É justo atentar que nos anos seguintes o Times publicou uma série de artigos expondo a natureza fraudulenta dos Protocolos.)
Na Alemanha a publicação deles deu um impulso considerável ao embrionário partido Nazista. Os resultados do anti-semitismo na Alemanha significaram que o tipo de idéias tratadas neste artigo acabaram se tornando reservados em grande parte a grupos abertamente nazistas, como a Frente Nacional na Inglaterra [12]. Porém os últimos anos parecem ter visto um revival de teorias de conspiração. Uma fonte disto parece ter sido o conflito entre os tradicionalistas e liberais na igreja católica romana. Os oponentes da reforma na igreja têm em alguns países como a França disseminado propaganda anti-maçônica e anti-semítica do tipo do século XIX, e alegam que os Maçons dominaram a Igreja.
Porém a fonte principal de teorias de conspiração modernas é os EUA. Isto é dificilmente surpreendente. Os assassinatos políticos dos anos 60 deixaram muitas perguntas sem resposta; o escândalo de Watergate revelou uma rede de conspiração criminal que se estende até a Casa Branca, e foi seguido por revelações sobre a CIA relativas ao uso de drogas ilegais, planos de assassinato e negócios com gângsteres que pareciam tão fantásticas quanto as idéias mais estranhas das teorias de conspiração. Jimmy Carter, cuja eleição tinha parecido prometer uma quebra deste mundo dos criminosos políticos, mostrou ser um membro da Comissão Trilateral, um clube semi-secreto de políticos e homens ricos, patrocinado pelos Rockefellers. [13]
Muitos grupos diferentes responderam a estes eventos com interpretações conspiratórias. A Sociedade John Birch, que já foi uma organização puramente de extremo anticomunismo, descobriu os trabalhos de Nesta Webster e os teoristas de conspiração anteriores como Barruel e Robison. A Sociedade proclama agora que o Comunismo é uma criação de banqueiros internacionais, e a Comissão Trilateral seria a mais recente face dos Illuminati. Na Esquerda alguns escritores abandonaram idéias socialistas tradicionais de como a sociedade funciona em favor de uma análise da sociedade americana que a vê controlada por agências de inteligência e super-capitalistas. [14] Illuminatus de Robert Alton Wilson, um estranho romance de ficção científica que incorpora histórias de conspiração de esquerda e direita se tornou um best-seller.
Tal é o mundo das teorias de conspiração; um mundo que como nós veremos na segunda parte deste estudo, tem várias ligações surpreendentes com a ufologia.