Thorne acredita
que possa existir no universo um outro tipo de estrutura, em forma de túnel,
que poderia ser usada como um portal para viagens no tempo. Considera-se que os
buracos de minhoca, também chamados de pontes de Einstein-Rosen, tenham o maior
potencial para viagens no tempo, se eles de fato existirem. Eles poderiam não
só permitir viagens no tempo como também viajar para muitos anos-luz da Terra em
apenas uma fração da quantidade de tempo que seria necessária com os métodos
convencionais de viagens espaciais.
http://ciencia.hsw.uol.com.br/viagem-no-tempo4.htm
Os buracos de
minhoca são considerados possíveis com base na teoria da relatividade de
Einstein, que diz que toda massa curva o espaço-tempo. Para entender esta curvatura,
pense em duas pessoas segurando e esticando bem um lençol. Se uma pessoa
colocasse uma bola de beisebol sobre o lençol, com o peso a bola rolaria para o
meio do lençol, fazendo com que ele se curvasse naquele ponto. Agora, se uma
bola de gude fosse colocada na beira do mesmo lençol ela viajaria na direção da
bola de beisebol por causa da curva.
Neste exemplo, o espaço é visualizado
como um plano bidimensional, em vez das quatro dimensões que
na verdade constituem o espaço-tempo. Imagine que este lençol esteja dobrado,
deixando um espaço entre as partes de cima e de baixo. Colocar a bola de
beisebol no lado de cima fará com que uma curvatura se forme. Se uma massa
igual fosse colocada na parte de baixo do lençol, em um ponto
correspondente ao ocupado pela bola de beisebol na parte de cima, eventualmente
a segunda massa encontraria a bola de beisebol. É mais ou menos assim que os
buracos de minhoca podem ser formar.
No espaço, as massas que fazem pressão
em diferentes partes do universo poderiam eventualmente formar um túnel, isto
é, um buraco de minhoca. Poderíamos viajar da Terra para outra galáxia e voltar
relativamente rápido. Por exemplo, vamos imaginar um roteiro em que quiséssemos
viajar para Sírio (ou Sirius), uma estrela vista na constelação do Cão Maior
logo abaixo de Órion. Sírio está a cerca de 9 anos-luz da Terra, o que
equivale a aproximadamente 90 trilhões de quilômetros. Obviamente,
esta distância seria muito grande para que os viajantes espaciais a
percorressem e voltassem a tempo de nos contar o que eles viram por lá. Até
agora, o mais distante que as pessoas já viajaram no espaço foi até a Lua, que
está a cerca de 400 mil km da Terra. Se pudéssemos encontrar um buraco de minhoca
que nos conectasse no espaço ao redor de Sírio, poderíamos poupar um tempo
considerável, evitando os trilhões de quilômetros que teríamos de percorrer com
a viagem espacial tradicional.
Como tudo isso se relaciona com a viagem
no tempo? Conforme discutimos anteriormente, a teoria da relatividade diz que,
à medida que a velocidade de um objeto se aproxima da velocidade da luz, o
tempo desacelera. Os cientistas descobriram que mesmo na velocidade de uma nave espacial, os
astronautas podem viajar alguns nanossegundos para o futuro. Para entender
isto, imagine duas pessoas, um indivíduo A e um indivíduo B. O indivíduo A fica
na Terra, enquanto o indivíduo B decola num foguete espacial. Na decolagem,
seus relógios estão em perfeita sincronia. Quanto mais próximo da velocidade da
luz viajar o foguete do indivíduo B, mais devagar passará o tempo para ele (em
relação ao indivíduo A). Se o indivíduo B viajar durante poucas horas a 50% da
velocidade da luz e retornar à Terra, ficará óbvio para ambos que o indivíduo A
envelheceu bem mais rápido do que o indivíduo B. Esta diferença no
envelhecimento se dá porque o tempo passou muito mais rápido para o indivíduo A
do que para o indivíduo B, que estava viajando mais próximo da velocidade da
luz. Muitos anos podem ter se passado para o indivíduo A, enquanto o indivíduo
B experimentou um lapso de tempo de poucas horas. Aprenda mais sobre este paradoxo
dos gêmeos em Como funciona a
relatividade especial.
Se os buracos de minhoca puderem ser
descobertos, isto talvez permita que viajemos tanto para o passado como para o
futuro. Funcionaria assim: digamos que a entrada do buraco de minhoca seja
portátil. Assim, o indivíduo B do exemplo anterior, que viajou no espaço
durante poucas horas a 50% da velocidade da luz, poderia levar uma entrada de
buraco de minhoca para o espaço, enquanto a extremidade oposta permaneceria na
Terra com o indivíduo A. As duas pessoas continuariam a se ver enquanto o
indivíduo B viaja no espaço. Quando o indivíduo B voltasse à Terra, poucas
horas depois, para o indivíduo A alguns anos poderiam ter se passado. Agora,
quando o indivíduo A olha através do buraco de minhoca que viaja no espaço, ele
vai se perceber numa idade mais nova, a idade que ele tinha quando o indivíduo
B foi lançado ao espaço. O bacana disso é que, ao entrar no buraco de minhoca,
o indivíduo mais velho A poderia entrar no passado, enquanto o indivíduo mais
jovem B poderia entrar no futuro.
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