Huambo - Dois jornalistas dos semanários “Angolense” e “Folha 8” foram hoje agredidos no Huambo e proibidos de publicar matérias relacionadas com as actividades da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os alegados casos de intolerância política no planalto central.
Fonte: VOA
Detidos depois de ameaças do governador
Em declarações à “Voz da América”, Nelson Sul de Angola enviado do semanário “Angolense” disse que os repórteres tentaram entrevistar o governador do Huambo Faustino Muteka a propósito do trabalho da Comissão Parlamentar que terminou esta quarta feira, salientando que o governante negou tecer qualquer comentário tendo proferido ameaças de represálias caso eles publicassem a matéria.
Disse ainda que ao abandonarem as instalações da Comissão Parlamentar onde se encontrava o governante, agentes dos serviços de segurança os ameaçaram com armas de fogo.
Israel Samalata repórter do “Folha 8” conseguiu escapar, mas Nelson Sul de Angola foi apanhado pelos supostos agentes secretos, tendo sido retido por 48 minutos.
Samalata afirmou que, enquanto vasculhavam os seus arquivos e o telefone celular em plena rua, um dos homens apontou-lhe uma pistola nas costas.
Nelson diz que não podia fazer qualquer movimento estranho que desse a entender às pessoas que andavam pelas artérias da cidade de que estava a ser coagido sob pena de ser morto.
Afirmou também que os agentes retiraram o número do seu bilhete de identidade e foram-se embora.
O gravador que lhe foi retirado na rua foi encontrado três horas depois nas instalações da Comissão Parlamentar de Inquérito tendo sido devolvido mais tarde pelos guardas protocolares.
Israel Samalata repórter do “Folha 8” disse que, agora que foram recuperados os meios, estão a estudar a possibilidade de abrirem um processo contra Faustino Muteka, pelas ameaças proferidas.
A VOA tentou sem sucesso ouvir as reacções das autoridades no Huambo.
Refira-se que, a Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada durante a 19ª sessão Ordinária da Assembleia Nacional a pedido da União Nacional para Independência Total de Angola, UNITA, para investigar supostos actos de intolerância protagonizados pelo partido no poder e que resultaram em mortes de membros da oposição no Huambo.
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