sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Estátua de Buda coletada por nazistas veio do espaço


Ler Buda, nazismo e espaço na mesma frase não faz sentido algum. Mas, apesar de parecer o roteiro de um filme muito ruim e surreal, a história é bastante verdadeira.
Pesquisadores descreveram a descoberta de uma estátua de Buda na revista Meteoritics & Planetary Science. Até aí, tudo bem. O que ela tem de interessante?
Aparentemente, o pesado objeto foi trazido da fronteira entre a Sibéria e a Mongólia para a Europa pelos nazistas. Também, aparentemente, a estátua foi esculpida a partir de um meteorito que caiu provavelmente há 10.000 anos na Terra.
O caminho da estátua
Em uma expedição ao Tibete entre 1938 e 1939, o zoólogo e etnologista Ernst Schäfer, enviado à região pelo partido nazista para encontrar as raízes (origens) arianas, trouxe o “homem de ferro” (apelido que os pesquisadores deram à estátua) à Alemanha.
Em seguida, o objeto passou para as mãos de um proprietário privado.
O “Buda do espaço” é de idade desconhecida. As melhores estimativas colocam o surgimento da estátua em algum momento entre os séculos VIII e X.
A escultura retrata um homem, provavelmente um deus budista, com as pernas dobradas, segurando algo na mão esquerda. Em seu peito há uma suástica budista, um símbolo de sorte comum na cultura oriental que decora muitas estátuas hindus e budistas, que mais tarde foi usado pelo partido nazista da Alemanha.
“Pode-se especular que o símbolo da suástica na estátua foi uma motivação potencial para trazer o artefato para a Alemanha”, disseram os pesquisadores.
A identidade do homem esculpido não é totalmente clara, mas os pesquisadores suspeitam que ele pode ser o deus budista
Vaisravana, também conhecido como Jambhala. Vaisravana é o deus da riqueza ou da guerra, muitas vezes retratado segurando um limão (símbolo de riqueza) ou saco de dinheiro na mão.
O homem de ferro tem um objeto não identificado em sua mão. A estátua tem cerca de 24 centímetros de altura e pesa cerca de 10,6 kg.
Meteorito e religião
O cientista da Universidade de Stuttgart (Alemanha) Elmar Bucher e seus colegas analisaram a estátua em 2007, quando o proprietário lhes permitiu levar cinco amostras minúsculas do objeto.
Em 2009, a equipe pode analisar amostras maiores do interior da estátua, que é menos propenso ao desgaste ou contaminação por manipulação humana do que o exterior.
Eles descobriram que a estátua foi esculpida a partir de uma classe rara de rochas espaciais, conhecida como meteoritos ataxite. Estes meteoritos são feitos principalmente de ferro e têm um nível elevado de níquel.
O maior exemplo conhecido desse tipo de rocha, o meteorito Hoba da Namíbia, pode pesar mais de 60 toneladas.
Uma análise química das amostras do homem de ferro revelou que ele vem de outro meteorito ataxite, o Chinga.
Essa rocha espacial caiu na Terra entre 10.000 e 20.000 anos atrás, perto da fronteira entre a Sibéria e Mongólia.
Conforme atingiu o solo, ele se fragmentou em diversos pedaços, e apenas dois mais pesados do que 10 kg eram conhecidos antes da nova análise. A estátua se tornou a terceira peça grande desse meteorito, com 10,6 kg.
Segundo Bucher, muitas culturas utilizavam meteoritos de ferro para fazer punhais e até joias.
Cientistas suspeitam que outros objetos venerados podem ter origens extraterrestres semelhantes, incluindo a Pedra Negra, em Meca, Arábia Saudita, mas é difícil verificar essas suposições porque os objetos nunca foram completamente analisados cientificamente.
Também, nenhum desses fragmentos de meteoritos foi supostamente esculpido por motivos religiosos. “Metais de meteoritos estão associados a uma série de culturas antigas. Há relatos de colares egípcios feitos com metal de meteoros, mas não há nenhuma evidência de que os egípcios tinham conhecimento de sua procedência extraterrestre”, explica Matthew Genge, do Imperial College de Londres (Reino Unido).
Sendo assim, afirma Bucher, apesar da adoração ao meteorito ser comum entre culturas antigas, a escultura de Buda é única.
“A estátua do homem de ferro é o único exemplo conhecido de uma figura humana esculpida a partir de um meteorito, o que significa que nada pode ser comparado a ela para avaliar seu valor”, afirma.
Mas esse valor é alto, com certeza. “Apenas suas origens já valorizaram a estátua em US$ 20.000 (cerca de R$ 40 mil), no entanto, se a nossa estimativa da sua idade estiver correta e ela tiver quase mil anos de idade, seu valor pode ser inestimável”, opina Bucher.
E porque será que alguém resolveu esculpir tal estátua religiosa nesse material? Os especialistas acreditam que há uma boa chance dos povos antigos terem se maravilhado com o fenômeno de meteoritos caindo do céu.
“Não há nenhuma evidência definitiva de que povos antigos testemunharam e reverenciaram quedas de meteorito”, diz Genge. “No entanto, as chances são boas. Há tantas testemunhas de quedas modernas que os povos antigos também devem tê-las presenciado. E tais eventos especiais que devem ter atraído admiração e especulação”.[MSN, NewScientist, MedicalDaily]

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Onde estão as estrelas desta região do espaço?


O que mais impressiona nessa região repleta de estrelas? Certamente é a falta delas. Mas esse misterioso espaço escuro que aparece no meio da região cheia de estrelas não está realmente vazio. Essa forma cósmica escura é a Nebulosa Pipe, também conhecida como Barnard 59. Ela está localizada a cerca de 600-700 anos-luz da Terra na direção da constelação de Ophiuchus (Serpentário).
Pipe cria essa região negra no espaço porque é uma nebulosa escura. Essas nebulosas são espessas concentrações de gás e poeira visíveis quando obscurecem parte de uma nebulosa brilhante. A Nebulosa Pipe bloqueia a luz proveniente das estrelas de fundo localizadas próximo do centro da Via Láctea.
Essa incrível imagem foi registrada pelo Wide Field Imager, instrumento acoplado ao telescópio MPG/ESO de 2.2 metros, localizado no Observatório de La Silla, no Chile. Quer ver essa foto com muitos detalhes? Clique aqui e confira essa fantástica imagem na versão 16 mil x 15 mil pixel. [Discover Magazine/ESO]

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Encontrada em Marte pedra em forma de pirâmide


O robô Curiosity encontrou uma pedra cuja forma piramidal chamou a atenção da NASA e das pessoas que seguem a missão em Marte. A pedra, que parece uma miniatura da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, já despertou também a atenção dos que acreditam na existência de vida inteligente no país vermelho.
http://www.jn.pt
O Curiosity, o robô da Nasa que se encontra a explorar Marte desde o início do mês de agosto, encontrou uma pedra com o formato de uma pirâmide e o tamanho de uma bola de futebol, noticia o jornal norte-americano"Huffington Post".
A pedra, a que a NASA deu o nome de Jake Matijevic, em honra de um engenheiro falecido a 20 de agosto, parece uma miniatura da Grande Pirâmide de Gizé, e vai ser analisada pelo robô. A análise será feita através do braço robótico do Curiosity, que contém um espectómetro que lê a composição química, assim como uma lente para captar imagens mais aproximadas.
Contudo, segundo um cientista citado pelo "Huffington Post", as rochas de forma piramidal não serão incomuns em Marte. A forma da pedra terá sido esculpida naturalmente, pela erosão do vento.

Pombas supersticiosas e a origem da crendice humana


Em uma praça do centro de qualquer cidade, nunca faltam compradores de pipoca para alimentar as pombas. Na mente delas, a comida surge naturalmente, embora elas não “saibam” exatamente a razão. Um dia, uma pomba foi colocada em uma caixa onde não havia pipoca em abundância. Havia apenas uma parede, um botão e uma portinhola.
Depois de algum tempo, a pomba estava com fome. Ela nunca soube como agir nessa situação de carência. Começou a andar para lá e pra cá, bicar o chão, dar uma volta em torno de si mesma, bater as asas, até que ela achou a parede. E o botão. Quando bicou o botão – aleluia! – caiu um grão de comida da portinhola.
A pomba comeu, mas seguia com fome. Depois de um tempo, ela experimentou bicar o botão mais uma vez. E mais uma vez foi agraciada com alimento. Com a repetição, ela aprendeu que uma bicada no botão equivalia a uma recompensa.
Chegou um momento em que isso ficou automático: sempre que sentia fome, a pomba bicava o botão. Ela nunca soube por que aquilo fazia aparecer um grão de comida na portinhola, mas já não importava mais.
A pomba passou a acreditar que a única forma de obter alimento era bicar insistentemente um botão na parede.
Em outras caixas, havia outras pombas. Cada uma fazendo um movimento (ciscar o chão, dar uma volta, bater as asas…) à força de repetição, na esperança de receber comida, porque nas primeiras vezes havia dado certo de algum jeito. Nenhuma delas, tampouco, tinha garantia de que tal movimento daria mesmo o prêmio esperado. Mas não paravam.
Como fabricar superstição
Esta história narra um experimento científico feito na década de 1930 pelo psicólogo americano Burrhus Frederic Skinner. Além de pombos, ele também usou roedores e até macacos para provar como é possível moldar o comportamento dos animais à força da prática repetitiva, que produz o condicionamento.
Analisando o comportamento da pomba na Caixa de Skinner, pode-se dizer que ela criou uma espécie de superstição. É óbvio que ela nunca soube por que bicar a parede fazia surgir um grão de comida na portinhola; apenas sabia que era assim que acontecia, e pronto.
A pomba incorporou o comportamento de bicar a parede. Era uma resposta natural ao medo da fome. O temor da punição – privação de alimento – e o recebimento de uma recompensa foram vinculados a uma atitude, mesmo que a pomba ignorasse completamente o caminho entre a causa e a consequência. Skinner criou, dessa forma, um exército de pombas “supersticiosas”.
As raízes de uma crença
Quando uma tribo indígena sacrificava um bode, fazia oferendas a um totem ou empurrava uma virgem de um vulcão, por que eles o faziam? Para obter um benefício dos deuses, ou outra nomenclatura para uma entidade superior que seria capaz, em tese, de fornecer climas adequados, boas colheitas, que poderia impedir catástrofes naturais, enfim; o imprevisível.
Esta resposta automática, de acordo com o biólogo britânico Richard Dawkins, da Universidade Oxford (Reino Unido), é bem parecida com a dos pombos: na ignorância de um mecanismo que leva algo a acontecer, os seres vivos são naturalmente levados a hábitos supersticiosos.
Dawkins e outras duas cientistas (as americanas Christine Dargon, doutora em psicologia, e Karly Way, em sociologia) participaram de um documentário em que se tenta entender a origem do medo. “The Virus called Fear” (O vírus chamado medo), produzido pelo cineasta americano Bem Fama Jr., trata justamente desta questão. Você pode assistir o experimento da Caixa de Skinner a partir de 8m30s deste vídeo.

A ciência entende o medo como uma resposta natural ao desconhecido. O medo seria a habilidade natural do ser vivo de dar uma resposta rápida a algo que pode ser ameaçador, com o objetivo de garantir a segurança. Quando uma tribo faz uma oferenda para pedir por mais chuvas, ou para pedir que uma epidemia vá embora da comunidade, estaria ativando esse mecanismo primário.
Os cientistas reconhecem, dessa maneira, que até a religião seria uma espécie de resposta a estes estímulos. Quando se estabelece um contraponto entre recompensa e punição (céu e inferno), cuja destinação está nas mãos de algo que não podemos controlar, algo superior e mais forte que nós (a divindade), produzimos uma reação equivalente.
A crença religiosa seria explicada, pelo menos em parte, por um processo cerebral quase instintivo: a busca pelo bom e a fuga do ruim quando estamos diante do desconhecido. [Psych Classics/Science Blogs/Top Documentary Films]