quinta-feira, 30 de agosto de 2012

“Traça poodle”: inseto peludo esquisito assusta internautas


É um pássaro? É um cachorro? Não! É uma traça (ou mariposa) que parece um poodle. “Ah”, pensa você, “tem que ser Photoshop”.
Apesar de muitos leitores e internautas considerarem tal bicho “impossível”, a traça é bastante real. O inseto foi
fotografado na Venezuela, na região de Gran Sabana do Parque Nacional Canaima, vários anos atrás, pelo biólogo marinho, taxonomista e zoólogo Arthur Anker, da Universidade Federal do Ceará.
Aliás, o Flickr do especialista é cheio de fotos de animais com aparência bizarra, de camarões a macacos de diversas regiões, que ele selecionou como suas imagens favoritas.
Mas, se o animal é verdadeiro, qual seu nome popular e de espécie? Difícil saber. Isso porque o exemplar deve pertencer à família Arctiidae dos lepidópteros, uma ordem de insetos com espécies muito diversificadas, que inclui as borboletas e traças. Existem tantos tipos de mariposas da família Arctiidae - cerca de 11.000 espécies em todo o mundo, incluindo 6.000 espécies na região neotropical – que é muito complicado classificar este inseto em particular, a menos que haja uma amostra para ser analisada geneticamente, o que não temos.
Porém, sua aparência peluda assustadora é perfeitamente possível e está alinhada com o que seria esperado de uma mariposa neotropical ornamental. Aliás, já existe um inseto parecido descrito, conhecido cientificamente como Diaphora mendica, ou mariposa musselina, um membro da família Arctiidae.
Sendo assim, a traça poodle, como foi apelidada, pode ser também um membro da extensa família Arctiidae, ou poderia ser uma espécie ainda não descrita, o que também é bastante possível, já que milhares de novos insetos são descobertos a cada ano nas florestas tropicais da América do Sul.[NBCNews, DailyMail, Globo]

As 10 perguntas mais curiosas sobre alienígenas


Não sabemos se estamos ou não sozinhos no universo, mas suspeitamos que não. Existem muitas chances de que exista vida em outros planetas, um assunto fascinante que provoca a nossa imaginação.
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Entretanto, ao imaginar como seriam ou como se comportariam os alienígenas, a gente costuma fazer algumas presunções bastante antropocêntricas (ou seja, a gente acaba assumindo que eles são parecidos conosco de alguma forma), mesmo sem querer.
A ideia que temos de como um extraterrestre deve parecer foi moldada pelas artes e entretenimento que, de uma forma ou outra, criaram alienígenas que prestavam para contar uma história, embora fossem um pouco inacreditavelmente parecidos conosco.
Vamos fazer de conta que a humanidade está a ponto de fazer contato com uma espécie, uma civilização que viva perto de nós. O que podemos e o que não podemos presumir acerca deles? Vamos dar uma olhada, bem especulativa, em alguns fatores que merecem um pouco de consideração, e como eles estão relacionados à ciência real e à ficção científica.
10 – Aparência
Todo mundo imagina os alienígenas como sendo humanóides, ou pelo menos com aparência terráquea. Mesmo quando tentamos inventar alienígenas que não se pareçam conosco, buscamos inspiração da fauna terrestre: répteis, crustáceos, ou insetos – só que com tamanho de gente ou um pouco maiores.
Esta ideia é baseada em algumas pressuposições, como a de que eles têm uma bioquímica semelhante à nossa, ou seja, são organismos multicelulares, com esqueleto, membros para deslocamento e para manipulação do ambiente, cérebro grande o suficiente para alguma cognição.
Mas a evolução deles pode ter tomado outro caminho: eles podem ter outro tamanho, não ter cabeça, ou não ter membros semelhantes aos que vemos no nosso planeta. Eles não precisam nem mesmo ter a mesma bioquímica que nós. Eles poderiam ser criaturas baseadas em silício, com uma estrutura cristalina, e viver em lugares de alta temperaturas, etc.
9 – Energia?
Todos os seres vivos consomem energia na forma de alimento, e o alimento que os alienígenas consomem depende da bioquímica deles. Como serão os alienígenas, então? Como os elementos que nos fazem são os mais abundantes do universo, não é um exagero pensar que eles podem ter uma dieta similar à nossa, pelo menos na parte da química.
Mas será que eles nos verão como presa, ou predador? Como competição, ou intrusão? Ou até como montes fedorentos de resíduos? E como eles se parecerão para nós? Será que a dieta deles vai nos causar nojo, se, por exemplo, forem organismos baseados em amônia? Será que estarão buscando comida ou estarão pensando em alimentar os famintos? Será que a gente vai ser incluído nos “famintos” sem parecer uma espécie inferior?
8 – Qual a história deles?
A história da humanidade inclui bons momentos e maus momentos, mas não deixa de ser uma história interessante, começando 3,5 bilhões de anos atrás, com extinções em massa, eras do gelo, povoamento do planeta, guerras, pestes, campos de concentração e gênios militares e pacifistas.
E os alienígenas, como será a história deles? A maneira que eles abordarem a gente vai ser um indício disto. Será que eles evoluíram em uma sociedade pacifista, e vão nos abordar com certa ingenuidade e boa vontade? Ou será que estão acostumados com a violência e tem tanto aparato bélico quanto diplomático bem desenvolvidos?
Jared Diamond e Stephen Hawking acreditam que existe alguma possibilidade deles serem parecidos conosco, e neste caso viriam para nos dominar, quer pela força ou pela persuasão. Mas esta é uma possibilidade entre muitas.
7 – O que eles esperam de nós?
Nós temos esperança que um contato alienígena traga benefícios mútuos, com cooperação científica, exploração espacial, compartilhamento de recursos e talvez até apreciação de arte.
Mas existe a possibilidade dos alienígenas estarem interessados em nós como nós estamos interessados no gado e nas plantas e animais domesticados: tratamos eles bem, na medida do possível, mas ainda assim os usamos para nosso benefício.
Ou talvez eles tenham este receio em relação à nós, e por isto não estejam tão animados em fazer um contato. Considerando nossa história, seria bem justificado.
6 – Eles são inteligentes?
Imagine só encontrar com um Neandertal. Você pode até conseguir entabular uma conversa, e ele vai compreender alguma coisa, se for relacionada com caça e construção de ferramentas simples, mas talvez ele não consiga entender conceitos mais elevados, como arte, diplomacia, metafísica ou semântica, pelo menos não da forma que nós entendemos. Sendo assim, vai ser um encontro um pouco frustrante…
Um encontro com uma inteligência alienígena pode apresentar o mesmo tipo de frustração, mas por parte dos alienígenas. Como será que eles reagiriam a uma humanidade incapaz de compreender o mínimo necessário para manter uma conversa inteligente com eles? Por outro lado, pode ser também que exista um “nível universal mínimo de inteligência” e a gente tenha atingido o mesmo (e aí, conseguiríamos uma compreensão mútua).
H. P. Lovecraft desenvolveu um conceito, chamado cosmicismo, ou “terror cósmico”, que descreve a incapacidade da humanidade de compreender as enormes forças que governam o universo, e propôs que a magnitude destas forças faz com que a gente seja insignificante no “grande esquema das coisas”. O universo seria para nós algo incompreensível, alienígena, aterrorizante. É uma possibilidade…
5 – Eles desenvolveram inteligência artificial?
Esse é um tema de ficção científica recorrente, e daí tiramos a ideia de que é possível desenvolver uma inteligência artificial que possa agir conforme seus próprios interesses, em vez dos nossos, a ponto de nos ameaçar. Algumas pessoas consideram o problema tão sério que, através do Singularity Institute, querem garantir que toda pesquisa em inteligência artificial seja feita de forma responsável.
Mas não temos como controlar o desenvolvimento de IA por outras civilizações com as quais não temos contato ainda. Apesar da possibilidade ser baixa, ela existe, mas é mais baixa ainda a probabilidade que uma inteligência alienígena também não tenha pensado na possibilidade de uma Inteligência Artificial rebelde.
Mesmo assim, é uma questão válida. E uma que tem produzido bons trabalhos de ficção científica.
4 – E a cognição e emoção?
Estamos acostumados com pessoas da nossa cultura, que pensam mais ou menos da mesma forma. Mas se você for para a Amazônia, vai encontrar os Pirahãs, uma tribo que não acredita em nada que eles não tenham visto, e não é capaz de contar até 3.
Eles são inteligentes, mas a cultura deles simplesmente não desenvolveu a ideia de números. E olha que eles são humanos, como nós. Extrapole agora esta diferença para uma espécie alienígena, e para outros campos além da capacidade de contar. O abismo que nos separa dos alienígenas pode ser imenso!
E não só no aspecto cognitivo; nossas emoções também podem ser completamente diferentes. Atualmente, existem algumas hipóteses que dizem que as nossas emoções são subprodutos da evolução. É possível que uma civilização alienígena, tendo percorrido um caminho evolucionário completamente diferente, não compreenda o significado de uma gargalhada, não se maravilhe ou tenha medo do que nos maravilha e amedronta.
E pode ser que as emoções que eles sintam, a gente não possa nem pensar em compreender. Isto dificultaria bastante a diplomacia interplanetária.
3 – Conhecimento do Universo?
Pode ser que os alienígenas tenham um conhecimento mais profundo e mais sofisticado do universo que nós. Pode ser que eles tenham elucidado a natureza da matéria e da energia escuras, pode ser que tenham um mapa muito mais preciso do universo, e pode ser até que saibam como utilizar a topologia do espaço-tempo a seu favor, algo que a gente só consegue explorar na imaginação, por enquanto.
Mas pode ser que eles tenham uma compreensão limitada do trabalho e conhecimento que outras civilizações são capazes. Por outro lado, como a espécie humana continua evoluindo, pode ser que uma humanidade mais inteligente ou uma espécie mais inteligente que nós derive da espécie humana em 20 mil ou um milhão de anos.
2 – Longevidade?
Existem muitas formas pelas quais a vida pode acabar, desde as incertas e aleatórias, como uma praga, uma explosão de raios gama, ou uma supernova, até as distantes e inevitáveis, como quando as estrelas terminarem todo o combustível nuclear e cessar toda fusão nuclear, em 97 trilhões de anos, ou então quando os prótons começarem a decair, daqui a 1034 anos, ou quando tudo que restar for fótons, em 10100anos. Ou então daqui a pouco, se a gente estiver em estado de falso-vácuo.
É de se supor que qualquer forma de vida avançada queira prolongar sua existência indefinidamente, no estado atual ou algum tipo de estado elevado. Que providências eles poderiam tomar para garantir a continuidade da existência?
Algum tempo atrás, quando o Big Crunch era o cenário mais plausível para o fim do universo, o físico Frank Tipler propôs uma solução: a criação de um computador infinitamente poderoso, que pegaria toda a energia do Big Crunch e rodaria uma simulação de todo o universo a partir do último segundo do tempo “físico” (ou seja, um segundo antes do “Big Crunch”). Nossa existência então faria parte desta simulação, como uma gigantesca matrix da qual não haveria escapatória.
1 – Onde eles estão?
Temos uma boa ideia do que é preciso para que um planeta sustente vida, e até descobrimos vários sistemas estelares promissores. As más notícias é que não sabemos o que um planeta precisa ter para sustentar vida inteligente, e há pouca razão para acreditar que os poucos planetas habitáveis que encontramos realmente têm vida. As boas notícias é que examinamos um canto muito pequeno da galáxia, e só o fato de haver planetas habitáveis nas proximidades significa que a probabilidade de haver vida por aí é bastante alta.
Novamente, as más notícias são que estamos limitados pela física para chegar em lugares tão distantes em períodos de tempo razoáveis. Mesmo que consigamos viajar mais rápido que a luz, se a hipótese do Big Rip se tornar verdadeira, cada segundo que passa torna a viagem intergaláctica mais e mais improvável.
Supondo que algum dia possamos curvar o espaço-tempo para viajar a lugares distantes em poucos segundos, onde devemos procurar vida? Não são apenas planetas a certa distância de suas estrelas que devemos procurar. O tamanho, luminosidade, e as manchas da estrela contam, a órbita do planeta, componentes atmosféricos, rotação e inclinação do eixo, tamanho e distância de outros planetas orbitando a mesma estrela, e mesmo a forma e atividade da galáxia em que estão são fatores importantes a considerar.
De qualquer forma, não vamos viajar em busca de alienígenas tão cedo. Se isto for acontecer ainda nas nossas vidas, é provável que seja por que os alienígenas nos encontraram, e não o contrário.
Mas a vida extraterrestre é um assunto cativante, e esperamos que um dia a humanidade venha a saudar criaturas de outro planeta e estabelecer uma relação de mútuo benefício.[ListVerse]



Quando encontraremos vida extraterrestre?


Houve uma época em que a ideia de encontrar vida fora da Terra era motivo de chacota por parte de quem se considerava “racional”. Com o passar dos anos, novos estudos e tecnologias fizeram com que “vida extraterrestre” soasse cada vez menos estranho, mesmo para os mais céticos.
Em artigo publicado no blog Bad Astronomy, o astrônomo Phil Plait escreve que não se trata de perguntar “se vamos encontrar vida [no espaço]“, mas sim “qual método vai encontrá-la primeiro?”. Ele lista e explica três métodos atualmente usados por cientistas nessa busca.
Água e vida
Até o momento, o único planeta que sabemos que tem vida é a Terra. Nesse caso, uma das alternativas mais lógicas seria procurar um planeta com condições similares (água líquida, oxigênio na atmosfera, nutrientes, etc).
À primeira vista, Marte não parece se encaixar na proposta – seco, árido e, até onde se pode ver, inóspito. Contudo, observações anteriores mostraram que há gelo nos pólos e em latitudes menores – pode não ser água líquida, mas já é um começo. Além disso, há evidências (embora ainda inconclusivas) de que há água debaixo da superfície do planeta.
A sonda Curiosity deve analisar amostras de rochas e trazer informações valiosas sobre as condições ambientais de Marte. Plait lembra que, mesmo se não for encontrada água, é possível que haja indícios de que Marte tinha oceanos há bilhões de anos. “Se for esse o caso, podemos até encontrar fósseis nas rochas marcianas. Novamente, não há evidências conclusivas ainda, mas nós literalmente mal arranhamos a superfície lá”, destaca.
Além de Marte, há outros astros em nosso sistema solar que podem abrigar o precioso líquido. “Há água líquida no interior da lua de Saturno Enceladus, onde gêiseres irrompem de cânions profundos em seu polo sul”, lembra o astrônomo. Ele também cita Europa, uma lua de Júpiter, que tem indícios de um oceano sob sua superfície. Se expandirmos os critérios, é possível até considerar a lua Titã de Saturno uma candidata, com seus lagos de metano e etano – a química para a vida seria diferente, mas não impossível. Plait acredita, contudo, que esses outros casos devem demandar mais algumas décadas de estudo.
“Fone casa”
O segundo método listado por Plait não envolve expedições ou lançamentos de sondas: trata-se de enviar (e buscar) mensagens via ondas de rádio.
Há um grupo de astrônomos chamado SETI (sigla em inglês para “Busca por Inteligência Extraterrestre”) que parte do pressuposto de que há aliens lá fora que querem entrar em contato conosco. Para criar um canal com essas supostas criaturas, eles enviam sinais de rádio e procuram possíveis transmissões extraterrestres. “[Ondas de rádio] São o meio perfeito: baratas, fáceis de fazer, fáceis de codificar com mensagens, atravessam a galáxia sem impedimentos e se movem à velocidade da luz”, aponta Plait.
Ainda não obtiveram resposta, mas é cedo para desistir das buscas: conforme nossas tecnologias se tornam mais precisas, fica cada vez mais fácil buscar sinais. Nesse ritmo, disse o astrônomo Seth Shostak, do SETI, devemos ter algum tipo de resposta em 25 anos. Plait não tem dúvida de que o esforço vale a pena, mas é um pouco cético quanto aos resultados, pois considera “um grande salto” a ideia de que há vida inteligente fora da Terra e de que ela estaria disposta a entrar em contato conosco.
Novos Mundos
Por muito tempo, só conhecíamos 9 planetas (a lista até mesmo diminuiu há alguns anos, quando Plutão foi “rebaixado”). Em 1995, porém, foi encontrado outro “exemplar”, que orbitava um sol parecido com o nosso e que, apesar das diferenças (é mais massivo do que Júpiter, e tão próximo de sua estrela que atinge 1.000° C), não deixa de ser um planeta.
Desde então, cientistas da NASA e de outras entidades encontraram quase 800 outros planetas, e o número só cresce. Quantos teriam condições propícias à vida? Não se sabe, mas levando em conta a quantidade, não é de todo improvável que existam planetas habitáveis de algum modo similares à Terra.
Além disso, lembra Plait, durante bilhões de anos nosso planeta foi habitado por organismos unicelulares. Isso significa que planetas parecidos com a Terra podem ser habitados por… leveduras. Mas ainda conta. É vida.
Sopro de vida
Por fim, o astrônomo fala de outro possível indicativo de vida: a presença de oxigênio atmosférico. Embora a busca pareça simples à primeira vista, vale ressaltar que muitos planetas são “escuros” e, quando orbitam muito próximo a suas estrelas, acabam ficando “ofuscados”.
Contudo, há técnicas para analisar a luz que passa pelo planeta e encontrar sinais de oxigênio. Para poderem ser usadas, ainda precisam de aperfeiçoamento, e equipamentos precisos o suficiente ainda estão em construção – é o caso do Telescópio Espacial James Webb, que deverá ser lançado em 2018.
Para Plait, usar essas técnicas em um grande número de planetas “novos” é um dos métodos mais promissores na busca por vida no espaço.
“Então quando vamos encontrar vida no espaço? Se está lá, minha esperaça é: muito em breve”, diz.[Bad Astronomy]

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Nêutrons podem ter a habilidade de “escapar” para um mundo paralelo, dizem cientistas


A teoria de que vamos tratar nesse artigo é bem legal: primeiro porque é ousada, depois (e diretamente relacionado) porque sugere a existência de um mundo paralelo, invisível para nós, onde os nêutrons podem se esconder de vez em quando.
Tudo começou com um problema para o qual a física atual não tinha resposta: o “desaparecimento” de nêutrons em experimentos científicos.
Algumas experiências recentes, feitas em temperaturas ultrafrias, exibiram um fenômeno conhecido como “perda de nêutrons”, em que, de alguma forma inexplicável, os cientistas “perdiam” de vista essas partículas subatômicas por períodos curtos de tempo (de alguns segundos a dez minutos).
Até agora, ninguém tinha uma explicação convincente para o bizarro acontecimento.
Entram em cena os físicos teóricos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti, da Universidade de L’Aquila, na Itália.
Analisando os dados experimentais obtidos por outros grupos de pesquisa, eles perceberam que a taxa de perda de certos nêutrons livres muito lentos parecia depender da direção e da intensidade do campo magnético aplicado nas partículas.
No entanto, tal anomalia (o campo magnético poder afetar como os nêutrons desaparecem) também ainda não tinha explicação.
Foi quando os pesquisadores sugeriram a existência de um mundo paralelo hipotético, constituído de “partículas espelho”.
Sendo assim, cada nêutron teria um “gêmeo”, que vive nesse mundo paralelo, e a capacidade de “transitar” para esse seu espelho invisível, e voltar ao nosso mundo; ou seja, cada nêutron pode oscilar de um mundo para o outro. A probabilidade de tal transição é sensível à presença de campos magnéticos, e, graças a isso, deve poder ser detectada experimentalmente.
A interpretação dos cientistas é sujeita à condição de que a Terra possui um campo magnético “espelho” da ordem de 0,1 Gauss.
Se isso for verdade, esse campo pode ser induzido por partículas “espelho” que flutuam na nossa galáxia – o que eles acreditam ser a matéria escura. Hipoteticamente, a Terra poderia capturar essa “matéria espelho” via interações fracas entre as partículas comuns e as do mundo paralelo.
Basicamente, se Terra estiver rodeada por um campo magnético “espelho”, com uma densidade de fluxo de cerca de 0,1 Gauss, então isso facilita as oscilações dos nêutrons entre os dois mundos, como os físicos pensam ter observado com o “desaparecimento” das partículas.
Eles acreditam que a Terra construiu esse campo magnético espelho para capturar partículas dispersas flutuando através das galáxias – e essas partículas podem muito bem ser um dos componentes da ainda misteriosa matéria escura.
Ninguém ainda detectou a matéria escura, elemento previsto teoricamente na ciência. Quão legal seria se essa matéria fosse na verdade parte de um mundo paralelo, invisível a nós, e por isso tem sido tão difícil provar a sua existência?
Se essa teoria for um dia devida e cientificamente provada, poderemos dizer, oficialmente, que os mundos real e da ficção científica não são tão distantes assim.[UniverseToday, TGDaily, io9, ScienceDaily]